Antonio Nunes de Souza*
A
nossa grande festa do Rei Momo, a maior do país e do mundo, além das grandes
alegrias, felicidades, prazeres e inovações, também traz em seu conjunto, uma
grande e farta série de coisas que, infelizmente, deixam muitas pessoas tristes
e arrependidas!
No
que diz respeito às grandes alegrias, podemos citar as saídas nos blocos, os
deslumbramentos com os desfiles dos Filhos de Gandhi, Olodum, Ilê, Timbalada e
outros blocos típicos e maravilhosos, que enfeitam a capital do Estado na
festiva semana carnavalesca, Isso sem contar a enxurrada de trios elétricos com
artistas nacionais e internacionais, que normalmente, fazem parte integrante do
grande e deslumbrante evento, deixando todos freneticamente loucos!
Essa
parte é claro, deixa não só os turistas como também os nativos soteropolitanos,
que mesmo trabalhando em diversas vertentes, brincam e se divertem cantando e
dançando com os ritmos gostosos, vibrantes, sensuais e provocantes, todos
fazendo suas insinuantes coreografias criadas em cada ano!
Por
outro lado, no meio da multidão, espremidos nos cordões dos famosos trios,
muitos, ou melhor, centenas de foliões são roubados e perdem seus celulares,
carteiras, dinheiros, documentos e outros pertences, para os cretinos ladrões
que se infiltram na massa, somente com esses objetivos. Como complemento,
sempre tem uma briga provocada por vândalos, sobrando sempre umas porradas para
quem está próximo, Além de quando a polícia chega, vai metendo o cassetete e spray
de pimenta, numa “delicadeza” nada agradável!
Nesse
mesmo ambiente e até fora dele, os casais se acasalam nos menores espaços,
atrás dos carros ou dentro, nos cantos das marquises, sanitários químicos, nas
areias das praias, etc., ficando para os mais equilibrados financeiramente, os
motéis e apartamentos de suas residências!
Muitos
que são usuários de drogas, com a maior tranquilidade, oferecem as suas
parceiras, ou parceiros, criando assim um novo viciado na praça, já
estupidamente abarrotada dessa espécie de gente. Isso é uma tragédia muito
grande, fazendo proliferar os vícios deploráveis que, lamentavelmente, cressem
vertiginosamente no mundo, aparecendo constantemente novas e poderosas drogas,
com seus efeitos alucinógenos!
Além
das coisas acima, constantemente comprovamos as gestações de “produções
independentes”, geradas nas baladas carnavalescas, onde o coro come e a mãe não
vê. Não digo perdas de virgindades, pois, atualmente, esse problema não é mais
preocupante para as moças, que desde seus quatorze ou quinze anos, já praticam
o sexo como algo normalíssimo, sem nenhuma culpa no cartório. Dizem elas ser a
evolução do tempo e os mesmos direitos dos homens, que nessas idades, já
conhecem o prazer de uma relação. Infelizmente, essa busca de igualdade,
torna-se uma tragédia posteriores, não só para as praticantes como,
principalmente, para seus familiares!
Já
os benefícios que são conquistados, abrangem o comércio formal e informal,
indústrias e o turismo nacional, internacional, investimentos estrangeiros,
captações de recursos para a infraestruturas, frentes de trabalho em todas
vertentes, contando ainda com a divulgação do modismo, hábitos, músicas e
estilos, que são levados pra outras áreas estaduais, nacional e mundial,
estimulando a indústria do turismo durante todo o ano, para conhecer de perto,
a magia misteriosa de Salvador, e outras capitais que já imitam muito bem o
nosso rico carnaval de rua. Dessa forma, nosso maravilhoso carnaval, mesmo
infestado de coisas nada interessantes, é uma festa super válida e, entre os
prós e os contras, os prós ganham com muitas vantagens!
Vamos
continuar cultuando esse evento, aprimorando-o cada vez mais, não deixando de
fazer os ensaios de janeiro a janeiro, tentando com esforços minimizar as
partes negativas, que para tanto, basta simplesmente, investir mais na
educação, melhorando o nível cultural do nosso povo!
O
Rio de Janeiro, tem suas ‘Escolas de Samba” na avenida, mas nós, literalmente, precisamos
e devemos sempre reclamar, veementemente, mais “Escolas Educacionais” na Bahia!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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