Antonio Nunes de Souza*
Embora
nada desses relacionamentos sejam novidades para mim, já que tive o prazer de
viver e conviver a fantástica revolução social na era dos “hippies”, que
quebrou veementemente dezenas de tabus sociais, econômicos, sexuais, religiosos,
e em todas outras diversas linhas comportamentais, que a sociedade falsa e
hipócrita fazia seus ditames, freando o progresso em nome de um falso pudor,
agregado a interesses militares e políticos outros. Porém, mesmo para quem vem
acompanhando a evolução da liberdade sexual por dezenas de anos, ainda não é
fácil, para muita gente, encarar com naturalidade alguns fatos que, por uma
questão de criação e religiosidade, foram sempre considerados estranhos,
abusivos e inconcebíveis!
O
assunto que vou me ater é o casamento entre homossexuais, ou simples uniões
oficializadas dos mesmos gêneros que, nessas últimas décadas, tomou um impulso
muitíssimo grande, recebendo apoios em praticamente todos os países do mundo,
não só perante a sociedade, como também nos ditames das leis, oficializando um
comportamento, que cada dia amplia a quantidade de adesões, tornando-se
impossível de ser combatido, ou condenado de alguma forma. Trata-se de dar
liberdade de comportamento para todas pessoas, com igualdade de direitos e
deveres, que cada um responda pelas suas escolhas e seus atos, desde que
respeite os direitos alheios, para que também sejam respeitados!
Jamais
encararei tais pessoas como seres diferentes, e muito menos doentes. São
pessoas normalíssimas que, sem nenhuma cerimônia ou medo, escolhem seus
parceiros ou parceiras, independente de sexo, cor, credo e classe social. O
importante é a identificação, reação de pele, clima e desejo. O resto é apenas
a complementação de uma união sadia, que deve ser respeitada dignamente.
Resolvi
escrever sobre esse assunto, que já ressaltei em outras ocasiões, em função dos
casamentos coletivos que foram realizados esse fim de semana no Rio de Janeiro,
com grandes festividades, alegrias e esperanças de uniões duradouras. Por mais
que encaremos o acontecimento com seriedade e respeito, não podemos deixar de
imaginar as grandes e melosas lutas de “espadas”, como também as divertidas,
amorosas e dengosas brigas de aranhas nas noites nupciais!
Parabéns
para todos os nubentes, que sejam felizes por tempos indeterminados, e que suas
conquistas não parem por aí. Estejam sempre avançando, até que todos possam
encarar com a maior naturalidade!
Espero
que eu seja agraciado com mais alguns anos de vida, tempo para que, com a
evolução tecnológica e cientifica, possa ver nos consultórios dos
ginecologistas, homens grávidos e orgulhosos das suas barriguinhas, como
também, mulheres sorrindo e felizes nos berçários, distribuindo charutos para
as visitas!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um
dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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