Antonio Nunes de Souza*
Enquanto
o país está em tensão extrema com uma série de CPIs, julgamento de golpes e
assassinatos, imbecilidades de Trump, apagões suspeito ou pelas chuvas (lembrem-se
das torres que os fanáticos derrubaram tempos atrás), PACs e PECs, exigências
do famigerado Centrão por cargos e ministérios, cracolândia, traficantes, milicianos,
feminicídios, crimes policiais e mais um montão de problemas vexatórios, me
aparece um Juiz federal evangélico, com um inusitado projeto, intitulado “cura
gay”, querendo colocar em pauta emergencial, acreditando que esse comportamento
seja algo doentio, que deve ser erradicado imediatamente!
Lógico
que isso serviu de gozação em todas as partes do mundo, ou pensarão que estamos
todos brincando. Mas, é a mais pura das verdades. Um Juiz que não é nada do
SUS, mas, ferrenho protetor dos “CUS”, acredita ele piamente, que dar o fiofó
seja uma doença grave, que não sei se ele acha que é contagiosa ou hereditária,
mas, dependendo de um bom tratamento (segundo ele), pode-se transformar uma
bicha louca varrida e bem espalhafatosa, como essas que aparecem nos programas
humorísticos das televisões, num dos mais respeitáveis garanhões brasileiros!
Se
ele pensa que é um problema psíquico, está enganado redondamente, pois, segundo
várias juntas científicas de renomes internacionais, já chegaram à uma correta conclusão,
que não se trata de distúrbio mental, e nada tem a ver com as funções
cerebrais. É vontade e desejo espontâneo e opcional de qualquer ser humano. Não
se tem uma explicação simples e convincente por tal opção, porém, segundo pesquisas
mundiais com milhões de praticantes rotineiros, a opinião unânime é que esse
ato é uma verdadeira delícia, principalmente quando praticado com grande amor,
ou até mesmo como um simples prazer! (Cruz credo, mangalô três vezes. Prefiro
desconhecer)
Então,
já que esse comportamento é de vontade própria e apenas desejo sexual, devemos,
literalmente e veementemente, todos respeitar as pessoas que assim procedem, e
se consideram felizes com suas práticas, vivendo independentemente, sem
perturbar pessoas algumas, pois, normalmente, são inclusive excelentes
profissionais nas suas escolhidas atividades, alcançando ótimas rendas
financeiras!
Eu,
com minha mente cheia de criações loucas e malditas, imaginei, hipoteticamente,
como seria uma clínica particular especializada em curar gays, que seria mais
ou menos assim: Todos acordariam às cinco da manhã, tomariam uma ducha fria, colocariam
suas roupas de ginástica, e os médicos soltariam vários cães Pitibulls atrás
deles, para que corressem ligeiro como umas gazelas, para não tomar mordidas nas
bundas, que são suas gloriosas ferramentas de prazer. Na volta, fariam uma
série de ginásticas com marombas de vários pesos e, depois de dez minutos de
descanso, duas horas de aulas de Karatê, Judô, Box, Kung-fu e Capoeira!
Após
essa maratona, um café robusto, e em seguida, dar vinte voltas nadando numa
piscina olímpica com água geladíssima, parando para um almoço com dobradinha,
feijoada, sarapatel e fatada. Claro que com bem pimenta!
Depois
dessas pequenas tarefas, um bom descanso de uma hora e, imediatamente, um
ônibus levariam todos para um bar da periferia, daqueles de malandros e
pagodeiros, para aprenderem gírias, linguajar falado nas tribos das favelas,
malandragem, como ganhar as gatas nos bailes funks, baladas, arrochas e
hip-hop, etc. Sempre bebendo umas tacinhas de pinga com limão e alguns copos de
cerveja!
No
fim da tarde voltariam um pouco cansados, tomariam um bom banho reparador bem
frio, jantariam e cada um iria para o seu quarto individual, onde duas
enfermeiras tesudíssimas, já estariam nuas em suas camas, para dormirem bem
abraçadas, fazendo todas as carícias possíveis nos seus corpos, principalmente
nos órgãos genitais!
Lógico
que depois de uma quinzena com esse tratamento médico, obviamente duas coisas
poderão acontecer: Ou estariam todos super machões de primeira qualidade, ou haveria
um terrível suicídio coletivo de todos os pacientes!
Não
sei se exagerei nas minhas divertidas elucubrações, mas, deixo patenteada a
minha indignação com esse ridículo preconceito ainda bastante acentuado, uma
vez que, todos tem direito de escolher as opções sexuais que mais lhe apraz,
exercendo a famosa e polêmica lei do “livre arbítrio”. Esse juiz despudorado
deveria se preocupar com coisas que realmente sejam sérios problemas,
principalmente a segurança, e não preferências sexuais, pois, esse tema já está
sedimentado, liberado e oficializado. Assim como todos nós lutamos pelos nossos
direitos de ir e vir, os homossexuais têm o direito de dar e receber, desde que
não ofenda ou firam nenhuma pessoa!
Prometo
e juro, que amanhã, passarei para vocês o mesmo tratamento para ambos os sexos,
porém, feitos pelo nosso tenebroso atendimento do SUS. Tenho certeza que será
bastante hilário. Não deixem de ler!
Tenham
todos em mentes que: “Homofobia é
crime passivo de prisão sem direito a fiança!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e uma dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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