Antonio Nunes de Souza*
Convidado
a participar de uma coletânea, escrevendo sobre famosos pintores mundiais,
aceitei a ideia, escolhendo para mim um que admiro profundamente, além de ser
um dos maiores ícones da França, o famoso: Pierre Auguste “Renoir”!
Seus
mais expressivos e maravilhosos quadros são: Lise, Rosa e Azul e Retrato de
Claude Renoir. São obras fantásticas que encontram-se expostas no Museu Louvre
em Paris. E, como adoro viajar, me programei para mais uma vez fazer um tour na
cidade luz, aproveitando para escrever vendo e admirando as obras, exatamente
no país onde foram carinhosamente elaboradas!
Preparei-me,
com passagens e passaporte, fiz minha malinha simples, pois, provavelmente lá
compraria algumas roupas da moda, além de meu perfume Kouros, que me delicia há
dezenas de anos. Ao chegar, dirigi-me ao hotel que sempre fiquei em viagens
anteriores, me acomodei, indo descansar já que era ainda sete horas, para na
parte da tarde, começar meu turismo cultural!
As
treze horas, levantei, tomei um bom banho, vesti-me, desci para almoçar e, logo
depois, segui no metrô para a Rue de Rivoli, onde fica o monumental Museu do
Louvre!
Ao
me deparar com aquela belíssima estrutura de ferro e vidro, meu coração
disparou de emoção, imaginando que, em poucos minutos, estaria em frente as
maiores obras de artes existentes no mundo. Isso, para quem sabe admirar o que
é belo, é uma coisa deslumbrante que não tem preço!
Entrei,
dirigi-me ao balcão de recepção, aluguei um equipamento especial que, ao nos
aproximarmos da obra, ele imediatamente diz no idioma que escolhemos: o autor,
data, nome da obra e outros detalhes relativos de grande importância para o
visitante!
Fui
me deleitando, juntamente com centenas de turistas e estudiosos que circulavam
ao mesmo tempo, uma mistura de línguas que parecia a “torre de babel”, entre
olhos esbugalhados de prazer e alegria, por estarem no meio da maior pinacoteca
da Europa. Nisso, observei alguns pintores fazendo cópias, onde destacava-se
uma moça linda e um corpo admirável estruturalmente, copiando o quadro de
Rafael chamado “Madonna di San Sisto”, considerado sua maior obra! Fiquei
parado em frente, não só admirando a obra fantástica, como a que ela pintava e,
principalmente a pintora pela sua beleza, uma pele branquinha como se fosse uma
boneca de porcelana, com lindos e lisos cabelos negros. Fiquei paralisado por
esses três coisas, ela me olhou curiosa, e como sou meio alourado e tenho olhos
azuis, deve ter presumido que eu era de algum país nórdico. Deu um sorriso,
balançou a cabeça e nada disse. Mas, eu curioso, falei: Ça va? E ela respondeu
simplesmente: Oui, Ça va!
Sinceramente,
não me deu mais vontade de continuar minha jornada, já que tinha uma semana
para fazer tranquilamente! Naquele momento o que me interessava era conhecer
aquela mulher bonita, que me entusiasmou mais que as obras de artes! Demorei
tanto e com olhos vidrados, que ela não se conteve e falou para mim: “Parlez-vous
francais?”
-Je
ne sais pas parler français. Je parle portugais, car je sui brésilian!
Ela
deu uma risada gostosa e falou: Eu também sou brasileira, estudo na Escola de
Belas Artes do Rio de Janeiro, e estando de férias, aproveitei para pintar
alguma coisa maravilhosa!
Ri
bastante e fiquei aliviado, pois, falando a mesma língua, mais interessante
seria para provocar uma amizade. Ela parou, me apresentei dizendo-lhe da minha
condição de escritor e historiador, porque estava em Paris e que morava na
Bahia, precisamente em Salvador. Por outro lado, ela me disse que se chamava
Andreia e estava no seu último ano para formatura em artes plásticas, porém, já
tinha feito várias exposições, com quadros espalhados, não só no Brasil como no
exterior! E, como já era fim da tarde,
a convidei para tomar um vinho com alguns dos bons queijos franceses e suíços,
e ela aceitou numa boa, foi guardar seu cavalete e tintas no lugar indicado
para isso, e saímos, muito embora, lá mesmo tivesse tudo isso, porém, fora
teríamos lugares românticos e aconchegantes a nossa disposição!
Sugeri
que fôssemos para San Michel que é um lugar que as coisas acontecem, escolhemos
um barzinho bem aconchegante, com música ao vivo, nos sentamos, bebemos,
conversamos, rimos e, o melhor de tudo, nos identificamos muitíssimo, ao ponto
de já saímos abraçados carinhosamente, e eu logo convidei Andreia para ir para
o meu hotel, para terminarmos a noite com o brilho que Paris merece. Ela disse
que estava cheirando a tinta, mas, eu retruquei que ela tomaria um bom banho,
ficaria fresquinha e belíssima. Com sorriso e desejo, concordou e fomos direto
para o Hotel Florence!
Não
é preciso dizer que foi uma noite preciosa, com sexo, prazeres e carícias,
algumas confidências e, para minha alegria, ela aceitou, entregar o “Studio”
que havia alugado por trinta dias e viria ficar comigo no hotel!
Foram
vinte dias que passei amando e sendo amado, diariamente ao meio dia íamos para
o Louvre, ela para pintar e eu para explorar as obras, principalmente as de
Renoir, em função da publicação que seria feita. No fim do dia, saíamos fazendo
excursões pelos lugares belos da cidade, e obviamente, depois voltávamos para o
hotel, tomávamos um delicioso banho, começando a nossa meiga e deliciosa seção
sexual com carinho, gosto, desejos e incontidos prazeres!
Como
eu era casado e ela também, voltamos no mesmo voo, ainda namorando durante a viagem.
Ela saltou no Rio, eu segui para Salvador, e nunca mais nos encontramos!
Hoje,
divorciado, passados dez anos, estou indo para uma “vernissage” da pintora
Andreia Ferreira, no Museu de Arte Moderna da Bahia e, com certeza, farei uma
grande surpresa para ela, inclusive vou disposto a adquirir um dos seus quadros,
que servirá para marcar minha feliz aventura parisiense!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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