Antonio Nunes de Souza*
Vejo a
mumificação da miséria
Olhando
para minha matéria
Sem
vontade de nada querer fazer.
Vejo a
putrefação psico/físico/social
Morte
rápida é a solução total
Que sem
ajuda é impossível acontecer!
Vejo
minha carcomida beleza de outrora
Que hoje
muito sofrida somente chora
Pelo espetáculo
no destino proporcionado
Vejo e sinto os
desprezos nos olhares
Antes desejos e
sorrisos em todos os lugares
Deixando-me
louco, deprimido e mortificado!
Vejo que
meu fraco ego ainda resiste
Porém
fico acabrunhado, revoltado e triste
Sentindo
findar o que foi belo.
Vejo
nessa interminável caminhada
Apenas
uma existência despedaçada
Esperando
o juiz bater o martelo!
Vejo um
verme cumprindo o seu destino
Traçado
desde o tempo de menino
A ser
tudo que não se pode orgulhar.
Vejo que
não vejo mais nada
E
gostaria de completar essa jornada
Fazendo
esse processo terminar!
Vejo uma
escuridão bem profunda
Na
conveniência dessa vida imunda
Sem
heranças ou exemplos a deixar.
Vejo
descendências bastante debilitadas
Infelizmente
por mim encarnadas
Patenteando
que tudo vai continuar!
Vejo o
que nunca desejei ver
Querendo
parar o tempo e deixar de sofrer
Desaparecer
sem rastros dessa penitência.
Vejo a
covardia do pior cego
Que com
coragem agora não nego
Sempre
vivi no egoísmo da inconsequência!
*Escritor
e um cronista irreverente. Às vezes, poeta!
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