segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

VISÃO ÍNTIMA! (Clique e leia)

 

                       Antonio Nunes de Souza*

Vejo a mumificação da miséria

Olhando para minha matéria

Sem vontade de nada querer fazer.

Vejo a putrefação psico/físico/social

Morte rápida é a solução total

Que sem ajuda é impossível acontecer!

 

Vejo minha carcomida beleza de outrora

Que hoje muito sofrida somente chora

Pelo espetáculo no destino proporcionado

Vejo e sinto os desprezos nos olhares

Antes desejos e sorrisos em todos os lugares

Deixando-me louco, deprimido e mortificado!

 

Vejo que meu fraco ego ainda resiste

Porém fico acabrunhado, revoltado e triste

Sentindo findar o que foi belo.

Vejo nessa interminável caminhada

Apenas uma existência despedaçada

Esperando o juiz bater o martelo!

 

Vejo um verme cumprindo o seu destino

Traçado desde o tempo de menino

A ser tudo que não se pode orgulhar.

Vejo que não vejo mais nada

E gostaria de completar essa jornada

Fazendo esse processo terminar!

 

Vejo uma escuridão bem profunda

Na conveniência dessa vida imunda

Sem heranças ou exemplos a deixar.

Vejo descendências bastante debilitadas

Infelizmente por mim encarnadas

Patenteando que tudo vai continuar!

 

Vejo o que nunca desejei ver

Querendo parar o tempo e deixar de sofrer

Desaparecer sem rastros dessa penitência.

Vejo a covardia do pior cego

Que com coragem agora não nego

Sempre vivi no egoísmo da inconsequência!

 

*Escritor e um cronista irreverente. Às vezes, poeta!


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