Antonio Nunes de Souza*
-Alo!
É Valquíria?
-Claro
minha filha. Você não ligou pra mim?
-Verdade
rs rs rs rs É que estou tão louca e agoniada, que a mente está azoada e o corpo
está todo dolorido!
-Meu
Deus! Que foi que aconteceu querida? Tomou uma queda?
-Antes
fosse. Eu tomei foi um coice na bunda, que estou sem poder sentar direito. Até
quando dou um pum dói!
-Onde
foi que você foi inventar montar a cavalo, e logo no dia da virada?
-Vou
lhe contar, mas, incrivelmente, o cavalo era humano:
-Como
você que é minha parceira para tudo, e esse ano por estar com dengue não pode
ir à praia comigo, saltar as sete ondas de Iemanjá, para não ficar de bobeira
em casa, resolvi ir mesmo sozinha, já que sempre a gente encontra conhecidos,
como também pintam uns caras e nós nos arrumamos, mesmo que seja apenas durante
o evento. Então...me arrumei ao cair da noite, me vesti toda de branco, menos a
calcinha, que coloquei amarela a cor do meu Orixá, peguei um presente pra
Iemanjá, e segui num aplicativo para o Porto da Barra, que é uma Praia “vip”, central,
gente fina, artistas e as porras, para chegar lá cedo, pois, depois das 22
horas, fica tão lotada, que os homens deixam você com o corpo parecendo uma
ilha!
-Uma ilha como? Não entendi!
-Você
fica cercada de picas por todos os lados, numa esfregação exagerada, porém,
DELICIOSA! Você bem que sabe como é!
O
fato é que o povo foi chegando, chegando e quando dei por mim a zorra estava
fervilhando de gente, muitos homens e mulheres bonitas, nessas horas todos se
cumprimentam, se abraçam, cantam, bebem e, logicamente, cada um ou uma vai
escolhendo seu par para passar a noite, brindando e fazendo o que der vontade,
sem medo de ser feliz!
-Verdade
minha querida. Estou puta da vida por não poder ter ido esse ano. Tenho boas
recordações!
-Porém
querida, nem sempre trazemos boas recordações. Esse ano mesmo, ficarei feliz se
conseguir esquecer!
-Conte
logo essa merda e deixe de rodeios, mulher!
-Me
apareceu um homem lindíssimo, alto, forte, cabelos penteados normal, super bem
vestido e com um sorriso que parecia um “flash fotográfico”. E quando ele me
abraçou e me deu um beijo no pescoço, juro que babei pela boca e embaixo também
de tanta tesão. Lógico que passei logo o braço pela sua cintura, deixando a
impressão que comigo a coisa iria dar jogo. Ele, prontamente, me abraçou e aí
ficamos agarradinhos o resto da noite, dançando, bebendo e comendo. Brindamos na
hora da virada, pulamos as sete ondas, e depois desses rituais festivos e
folclóricos, ele me levou para as pedras, ali onde fica a estátua de Tomé de
Souza, ficamos meio escondidos, nos desnudamos e o couro comeu. Mas, para minha
surpresa, o cacete de Rommel (esse era o seu nome), parecia um machucador de
tempero com a ponta larga que parecia uma cobra Naja. Fiquei assustada e com
medo de entrar pela frente, me rasgar e ainda sair pela bunda. Mas, com a tesão
que nós estávamos, resolvi enfrentar a demoníaca pica. E eu pensei que seria
apenas a única tragédia da noite. Mas, nada minha filha, quando ele começou a
meter, as lágrimas caiam de dor e, mesmo assim, eu gosei logo, por me sentir,
literalmente, possuída como nunca. Não saiu pela bunda, porém, Rommel, sem nem
pedir licença, olhou para mim e disse: Como hoje é o dia da virada meu amor,
vire essa bundinha linda, para fazer minha alegria. Imaginei logo que seria sua
alegria e a minha tristeza, receber aquele pé de sofá no rabo, Mas, sem nem
poder falar mediante a situação, resolvi enfrentar a fera, sendo o que Deus
quiser. Minha filha, juro que vi estrelas rodando em volta da minha cabeça, e quando
ele enfiou toda, me deu até vontade de cagar, mas, jamais sairia alguma merda,
porque o cu estava totalmente vedado pelo cacetão do cidadão. Não precisa dizer
que doeu pra caralho, inclusive, quando ele tirou, eu pensei que estava me
cagando, mas, era o mar de esperma que ele injetou em minha bunda que estava
escorrendo. Lógico que depois disso acabou a festa pra mim, pois, tanto me doía
a xoxota como o cu, que escoria um filete de sangue, proveniente das estocadas
que recebeu. O homem minha filha, era um verdadeiro cavalo, que me deixou
fodida e sem poder me sentar direito, e quando mijo a xoxota arde, porque houve
um pequeno rasgo!
-Porra
minha amiga. Nessa você pegou embaixo. Acho que você deveria ir a um médico,
para ele examinar e ver se poderá ter outras complicações. O caso é até
engraçado, mas, como minha amiga, tenho é que ficar sentida!
-Ainda
dei graças a Deus que ele não quis que eu fizesse um “boquete”, pois, a essa
altura eu não estaria falando com você, porque ele teria quebrado todas minhas
cordas vocais. E ia parecer que eu estava tocando um “Berrante”, pelo tamanho
do bruto!
No
próximo ano o filho ou filha da puta que me desejar uma boa “virada”, eu vou
mandar que a mãe dele é que se vire!
-Tchau
querida Valquíria. Amanhã se eu estiver melhor das dores, vou aí lhe visitar e
contarei mais detalhes. Um beijo querida!
-Valeu
amiga. Um beijão grande!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de letras!
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