AS VEZES
PERDEMOS PARA GANHAR! (Clique e leia)
Antonio Nunes de Souza*
Posso
parecer um brasileiro desnaturado, mas, com o país numa situação tão delicada
com relação à corrupção existente em todas as áreas (política, empresarial e
física), violência correndo solta em todas as cidades, fortíssimo esquema de
contrabando de armas pesadas, distribuição de drogas, assaltos, sequestros e
assassinatos, comandados por criminosos presos(?), que fazem das penitenciárias
seus quartéis generais, Covid e dengue ameaçando novas vertentes, como pode se
admitir que os brasileiros esqueçam esses graves problemas, voltando suas
energias, parando o país por vários dias, gastando o que não pode e não tem, para dar prioridade ao carnaval?
Alguns dirão que é uma válvula de escape que,
juntamente com o Reveillon, são as únicas alegrias do povo brasileiro. Porém,
isso não é a verdade!
O brasileiro deveria ser alegre por ter empregos,
uma educação adequada através de boas escolas públicas, assistência médica
digna para todos, segurança nas casas e ruas, maiores interesses políticos e
respeito com as comunidades, ver aplicações corretas e sensatas dos impostos e
taxas que são recolhidos e, depois disso, olhar as diversões como algo
complementar em suas vidas!
Apenas falar que tudo está errado, mas, não
participar diretamente para consertar, ou melhorar gradativamente, é uma
atitude omissa, que somente faz ampliar a baderna existente! Em vez de estar organizando
ensaios de blocos, trios elétricos, lavagens e escolas de samba, deveriam estar
anotando no caderninho, ou na mente, os nomes dos políticos (vereadores,
prefeitos, deputados, senadores, ministros e presidente) que, comprovadamente, são
e foram desonestos e corruptos, (comprovadamente e não por suposições e
perseguições), nos seus mandatos, para aproveitar nas eleições, expurgando-os
não só dos seus cargos, como também exigir penalidades sérias pelos seus
procedimentos inadequados!
Somente Deus poderia privilegiar tanto um país
como o nosso! Não temos vulcões, terremotos, nevascas, guerras e nem outros
problemas maiores que assistimos todos os dias, pelos noticiários em todas as
partes do mundo. Sem falar na extensão territorial, que suas dimensões são de
um continente, com terras férteis, minérios, petróleo em abundância e ainda
possuir a floresta amazônica, considerada o pulmão do mundo que, infelizmente,
está sofrendo seu maior desmatamento dos últimos vinte anos e contaminação dos
rios!
Será que Deus nos deu tudo isso, e colocou um povo
alegre e festeiro para tomar conta, sem maiores sensibilidades?
Não acredito! O povo brasileiro foi mais um
complemento de bondade divina, que nós não estamos saber utilizar sabiamente,
pois, esquecemos as prioridades em benefício do supérfluo! Aprendi, ainda
menino, que devemos agir da seguinte forma: “Primeiro a obrigação, depois a
devoção!” E essa citação é sábia, pois, se não cumprirmos rigorosamente nossas
obrigações, até na hora das devoções e diversões, as coisas não andarão
direito. Embora não tenha esquecido essa frase, levado pelo entusiasmo geral,
claudico algumas vezes, para também não tirar inteiramente, minhas
características de brasileiro!
Que tal lembrar que, sessenta anos atrás, após o
término da segunda guerra mundial, a Alemanha, juntamente com o Japão ficaram
completamente destruídos. Esse último, além de uns amontoados escombros, também
se encontrava cheio de radiatividade em função das duas bombas atômicas jogadas
pelos Estados Unidos. E, com muita garra, trabalho e perseverança, esses
minúsculos países (menores que a maioria dos nossos estados), estão entre as
sete maiores potencias mundiais. E não foi milagre não. Foi trabalho e
patriotismo!
A
França (menor que o Estado da Bahia), nosso algoz na copa, também fez parte
como aliada durante a guerra, sofreu saques e destruição pela ocupação alemã e,
orgulhosamente, está entre os paises mais poderosos e ricos!
Que
esses modestos e verdadeiros exemplos que estou citando, sirva para uma
reflexão do nosso comportamento como brasileiro, procurando cada vez mais
minimizar nossos sofrimentos, no sentido de justificar tantas festas e
esportes, por estarmos comemorando que vivemos num país sério, progressista, e
que nossa felicidade seja poder ver novamente nossa nação respeitada
mundialmente!
*Escritor e cronista irreverente!
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