quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

PARA AQUELES QUE ME DESEJARAM FELIZ 2025! (Clique e leia)

Antonio Nunes de Souza*

Tenho certeza absoluta, que meus queridos amigos foram sinceros, educados e gostam realmente de mim, quando, amavelmente, me desejaram um Feliz Ano Novo. Porém, nem sempre nossos desejos são atendidos pelo velho destino, mesmo que as nossas intensões sejam as melhores possíveis. E, para provar essa triste realidade, infelizmente, veio a acontecer exatamente comigo!

Previdente como sempre fui, preparei meu carro fazendo uma revisão total, inclusive pneus novos, mesmo sendo um carro do ano (2024), comprei umas roupas estilosas, principalmente um conjunto de calça e camisa brancas para a noite de 31/12, logicamente para estar a caráter em plena Copacabana, para ver os monumentais shows, principalmente o dos irmãos Veloso, Caetano e Maria Bethânia, que é o Top do momento!

Com meus cuidados, reservei há um mês um hotel quatro estrelas na orla oceânica, para ficar perto de tudo e, praticamente, me favorecendo nos deslocamentos. Saí daqui de Salvador no domingo ao amanhecer, no sentido de chegar no Rio a noite, poder descansar na segunda, no fim da tarde ir até Copacabana para me situar, e já escolher onde ficar com uma visão privilegiada.

Foi aí que começou a minha desdita, pois, na estrada, passando em uma cidade de Minas, o policial Rodoviário apitou para eu parar, pediu meu documentos da seguinte forma: Baiano quero ver sua carteira?

Eu, prontamente, peguei minha habilitação e fui entregando. Ele aí, imediatamente falou: Não é essa não baiano, é a carteira de dinheiro, dê nosso Ano Novo, já que você não passou aqui no Natal!

Tomei um susto com o cinismo do patrulheiro, pois, eu poderia ser uma autoridade e foder com time dele. Mas, esse estilo de acharcar propinas já está tão enraizado, que eles atuam sem medo de problemas, pois sabem que no nosso país as coisas funcionam assim em todas as áreas. Para não perder tempo, resolvi pegar uma nota de cinquenta e dar para ele, para que ele não inventasse algo para atrapalhar minha viagem. Um pouco chateado pelo dinheiro e pela corrupção, segui meu caminho, chegando no Rio as 21 horas, indo direto para o Hotel, com a bondosa eficiência do equipamento do carro que vai nos guiando tranquilamente, mesmo no puto trânsito carioca. Mas, quem dirige na Bahia, dirige em qualquer lugar do mundo!

Porém, quando cheguei no Hotel Resort já era 23 horas, pois, houve uma batida de um ônibus e um caminhão, que interrompeu o trânsito por duas horas, que me deixou impaciente, já que deveria chegar no hotel até as 22 horas para garantir a reserva. E quando cheguei, infelizmente, meu apartamento já havia sido cedido para outra pessoa. Comecei gentilmente pedindo que me atendessem de alguma forma, mas, nada consegui. Então já irritado e puto da vida, comecei a esbravejar, já que estava no final da noite e para mim seria uma merda sair procurando hospedagem, inclusive sem conhecer a cidade, já que era minha primeira ida ao Rio!

Nisso o gerente apareceu e para tentar solucionar, me propôs ficar num quarto com um outro hóspede. Não tive alternativa e aceitei imediatamente, mesmo sem saber de quem se tratava. Aí ele me levou ao quarto, falou que a pessoa era um hóspede conhecido da casa, que eu ficasse tranquilo. Ao chegar ao apartamento deparei-me com um gay, desses bem afetados. Não pude e nem tinha condições de recuar, mas, mesmo não sendo preconceituoso, sair da Bahia para ir dormir com um gay do Ceará no Rio de Janeiro é, literalmente, foda!

-Muito prazer, meu nome é Deroaldo, mas, todos me tratam de Deco!

-Desculpe lhe tirar do seu conforto. Meu nome é Mendonça, pois, todos me tratam pelo sobrenome. E creio que se vagar algum apartamento amanhã, lhe livrarei desse problema. E aí não quis nem desarrumar minha mala, colocando as roupas no grande guarda-roupas, na esperança de pela manhã me alojarem num apartamento somente meu. Tomei um bom banho, enquanto Deco estava vendo um filme na TV e, ao mesmo tempo, lixando as unhas. Cansado por ter dirigido o dia todo, caí na cama e dormi imediatamente!

Somente fui acordar às 10 horas da segunda feira, e quando olhei para cama do lado Deco não estava. Olhei em volta do quarto e nada vendo, levantei-me e fui ao banheiro escovar os dentes, e tomar um outro banho para reativar o corpo. Me arrumei, desci para tomar café, e antes passei na recepção para ver a viabilidade de um apartamento, mas, infelizmente, até aquele momento nada tinha surgido. Peguei meu carro, e como planejei, segui para a orla de Copacabana, exatamente para o local dos eventos musicais e pirotécnicos, para marcar visualmente um lugar tranquilo e de boa visivilidade. Vi que já haviam muitas pessoas acomodadas na área, porém, o espaço era imenso e me caberia tranquilamente. Encostei o carro num lugar indicado pelo flanelinha, que, sem dó nem piedade, me cobrou 50 reais adiantado. Aí saí para dar um passeio, parei em um dos quiosques para tomar uma água de coco, e apreciar umas mulheres que desfilavam e outras que corriam para modelarem seus físicos. Aproveitei para ligar para umas pessoas, depois fui ao banheiro lavar as mãos e na volta, idiotamente, deixei meu celular na mesa e fui roubado acintosamente. O garçom disse que estava ocupado e não viu ninguém encostar na mesa. Fiquei logo puto e descontrolado. Fui imediatamente a uma loja de eletrônicos para mandar cancelar minhas contas no banco e também bloquear o celular e o cartão de crédito, transferindo para um outro que tentaria comprar, preservando o mesmo número e chip. Consegui comprar outro aparelho, meu chip, e bloquear o roubado, mas, o miserável já havia feito uma compra com meu pix no valor de 2.500 reais. Já nervoso e revoltado, resolvi voltar para o hotel, mas, ao chegar no carro, vi que havia uma multa no para-brisa, dizendo que o local que o flanelinha me arranjou, era proibido. E para piorar minha insatisfação desesperadora, vi que um dos pneus estava vazio ou furado. Procurei o flanelinha para reclamar e me ajudar, mas o sacana sumiu totalmente. Troquei o pneu, a camisa molhada de suor, mãos sujas e cheio de raiva, segui para o hotel.

Dirigi-me a portaria para ver se tinham conseguido um apartamento para mim, mas, infelizmente não tinha. Então, peguei a chave e segui para o quarto, onde encontrei Deco de sunga, cuidando das unhas, desta feita pintando-as. Fui direto tomar um banho para esfriar a cabeça. Na volta, para desabafar, contei minha tragédia a Deco, que ficou sentido e se ofereceu para me orientar na ida para o evento em Copacabana, já que ele estava vindo pela décima vez, e já tinha prática suficiente de como era que funcionava a coisa. Embora não era esse o meu desejo, resolvi aceitar, pois, sinceramente, fiquei com medo que outras merdas acontecessem. Já com um certo conhecimento, a noite descemos para o restaurante e jantamos, trocamos conversas sobre nossas cidades (Salvador e Fortaleza), logo depois eu subi para dormir, para na terça feira estar numa boa para enfrentar a festança. Deco subiu mais tarde, porém eu nem vi quando ele chegou, pois dormi como uma pedra!

Manhã de terça feira, dia D da virada, nos levantamos e, seguindo a orientação de Deco, teríamos que nos arrumar, se alimentar bem e já sair pronto para a noite, pois, já pela manhã, começava a chegar milhares de pessoas à procura de bons lugares. Imaginei que seria foda ficar na praia das 10 da manhã até a madrugada do dia seguinte, mas, como marinheiro de primeira viagem, tinha que seguir a experiência de Deco, Fomos, procurei uma vaga num estacionamento improvisado num terreno baldio, paguei a nota preta de 120 reais com direito até o dia seguinte, e partimos para comprar alguns mantimentos, água, alimentos e outras coisas, afim de se acomodar em nossos lugares durante a espera, Inclusive duas cadeiras plásticas para nos acomodarmos melhor. Mas, assim que nos instalamos, vieram uns policiais e nos tomaram as cadeiras, alegando que eram proibidas. Deco mandou eu aguardar e saiu, voltando com uma grande esteira, que estendida dava até para se deitar.

O dia passou alegre e divertido, pois, haviam músicas, danças, muitas mulheres bonitas e gente de todas espécies com roupas, fantasias, cabelos e penduricalhos dos mais simples aos mais excêntricos e loucos, fazendo a espera ser mais fácil de se aguentar. Aí mermão, surgiu uma merda de um arrastão com mais de 30 bandidos (maiores e menores), roubando tudo que tinha pela frente, inclusive nossos mantimentos, esteira e a carteira ou bolsa de Deco, deixando-o sem dinheiro e sem documentos. A polícia chegou logo em seguida, o guardo nos olhou e perguntou se nós éramos casados, pergunta que me deixou puto, porém, tinha que respeitar Deco, apenas disse que éramos amigos. O policial, sacanamente, nos olhou e deu um sorriso malicioso que me deixou completamente louco. Como não adiantava se fazer BO (boletim de ocorrência), já que viajaríamos no dia seguinte, Sentamos na areia e ficamos a pensar, como ficar sem as merdas que compramos. Mas, mais uma vez Deco se ofereceu para ir buscar tudo outra vez, se eu desse o dinheiro. Claro que dei logo e ele, prontamente foi e voltou completamente municiado para nossa farra. Depois dessa merda toda, eu já nem tanto animado, estando muito mais assustado, estava torcendo que já começasse. E, as 17 horas começaram com os cantores de menores expressões, todos dançando, eu comecei a “galinhar” umas gatas, mas, em função de me ver com Deco super afetado ao meu lado, imaginavam que éramos “casos”. Isso me fodeu solenemente, uma vez que fiquei até a manhã seguinte sem pegar porra nenhuma!

Deu sete da manhã, resolvemos voltar para o Hotel, ambos cansados pra caralho. Porém, quando cheguei no estacionamento, não encontrei o meu carro, pois, segundo o responsável, alguém chegou lá, se apresentou como dono, como estava com as chaves na mão ele deixou sair. Fiz o maior mangue, chamei a polícia, mas, naquela altura, creio que até os policiais já tinham ido para suas casas descansar. Deco me levou a uma delegacia fiz a queixa e fiquei a espera se eles poderiam reaver meu carro. E por sorte ao meio dia, pegaram o ladrão e recuperaram meu carro, porém com o para-lama amassado e um farol quebrado. Mesmo assim, dei graças a Deus, peguei a merda do carro, juntamente com Deco, que bastante solidário, não saiu do meu lado nem um instante.

Fui direto para o hotel, já que por ser dia primeiro e feriado, não tinha oficina aberta para o conserto. Ao chegar no quarto fomos tomar banho para esfriar a cabeça e tirar a areia do corpo, foi quando percebi que Deco tinha uma bunda linda. Aí veio à minha cabeça que eu tenha ido ao Rio com sacrifícios, sofri um bocado de merdas, prejuízos, etc., e esteja voltando zero a zero sem comer ninguém. Sem pensar duas vezes, mesmo dentro do box, peguei Deco por trás, com a bunda gostosa toda ensaboada e, com um jeitinho carinhoso, comecei a enfiar meu pau, enquanto Deco mexia e se deliciava, dizendo que foi Deus que me colocou em seu caminho. Para mim, com certeza foi o Diabo. Trepamos gostosamente, vi que Deco sempre que estava sendo possuído se masturbava. Não digo que foi uma maravilha porque não é o meu ramo, mas, certamente, além do show de Caetano e Bethânia, a melhor coisa foi a deliciosa bunda de Deco.  Eu poderia omitir essa atitude homossexual, mas, como faz parte das merdas acontecidas, sou obrigado a confessar sem nenhum pudor. Dia seguinte ele seguiu para Fortaleza em função do seu trabalho de esteticista, e eu fiquei para consertar o carro e voltar para Salvador. Quinta feira cedo, deixei tudo esquematizado com a concessionária para consertar e mandar o carro pela transportadora de veículos, e resolvi voltar de avião. Acabei de chegar essa manhã, escrevi rapidamente esse texto sobre minha triste passagem de ano, sendo a única coisa prazerosa além dos shows, foi a “virada” de Deco que, sinceramente, foi uma delícia inesperada. Como Anita se apresentou com uma bunda maravilhosa a mostra, eu, sagazmente, quando estava comendo Deco, fechava os olhos e pensava nela, aí a tesão aumentava e o orgasmo era delicioso. Deco não se queixou e viajou muito feliz!

Para vocês que me desejaram um feliz Ano Novo, infelizmente não foi bem feliz o primeiro dia, mas, tenho certeza que os outros 364 serão bem maravilhosos, para compensar esse início bastante cheio de acidentes de percursos!

 Por uma consideração, vou convidar Deco para vir passar o carnaval aqui, mas, que ele venha trazendo seu “bofe”, pois, aqui não me faltará xoxotas para me divertir!

Inegavelmente, foi um primeiro do ano no maior sufoco!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

                                        


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