PARA
AQUELES QUE ME DESEJARAM FELIZ 2025! (Clique e leia)
Antonio
Nunes de Souza*
Tenho
certeza absoluta, que meus queridos amigos foram sinceros, educados e gostam
realmente de mim, quando, amavelmente, me desejaram um Feliz Ano Novo. Porém,
nem sempre nossos desejos são atendidos pelo velho destino, mesmo que as nossas
intensões sejam as melhores possíveis. E, para provar essa triste realidade,
infelizmente, veio a acontecer exatamente comigo!
Previdente
como sempre fui, preparei meu carro fazendo uma revisão total, inclusive pneus
novos, mesmo sendo um carro do ano (2024), comprei umas roupas estilosas,
principalmente um conjunto de calça e camisa brancas para a noite de 31/12,
logicamente para estar a caráter em plena Copacabana, para ver os monumentais
shows, principalmente o dos irmãos Veloso, Caetano e Maria Bethânia, que é o
Top do momento!
Com
meus cuidados, reservei há um mês um hotel quatro estrelas na orla oceânica,
para ficar perto de tudo e, praticamente, me favorecendo nos deslocamentos. Saí
daqui de Salvador no domingo ao amanhecer, no sentido de chegar no Rio a noite,
poder descansar na segunda, no fim da tarde ir até Copacabana para me situar, e
já escolher onde ficar com uma visão privilegiada.
Foi
aí que começou a minha desdita, pois, na estrada, passando em uma cidade de
Minas, o policial Rodoviário apitou para eu parar, pediu meu documentos da
seguinte forma: Baiano quero ver sua carteira?
Eu,
prontamente, peguei minha habilitação e fui entregando. Ele aí, imediatamente
falou: Não é essa não baiano, é a carteira de dinheiro, dê nosso Ano Novo, já
que você não passou aqui no Natal!
Tomei
um susto com o cinismo do patrulheiro, pois, eu poderia ser uma autoridade e
foder com time dele. Mas, esse estilo de acharcar propinas já está tão
enraizado, que eles atuam sem medo de problemas, pois sabem que no nosso país
as coisas funcionam assim em todas as áreas. Para não perder tempo, resolvi
pegar uma nota de cinquenta e dar para ele, para que ele não inventasse algo
para atrapalhar minha viagem. Um pouco chateado pelo dinheiro e pela corrupção,
segui meu caminho, chegando no Rio as 21 horas, indo direto para o Hotel, com a
bondosa eficiência do equipamento do carro que vai nos guiando tranquilamente,
mesmo no puto trânsito carioca. Mas, quem dirige na Bahia, dirige em qualquer
lugar do mundo!
Porém,
quando cheguei no Hotel Resort já era 23 horas, pois, houve uma batida de um
ônibus e um caminhão, que interrompeu o trânsito por duas horas, que me deixou
impaciente, já que deveria chegar no hotel até as 22 horas para garantir a
reserva. E quando cheguei, infelizmente, meu apartamento já havia sido cedido
para outra pessoa. Comecei gentilmente pedindo que me atendessem de alguma
forma, mas, nada consegui. Então já irritado e puto da vida, comecei a
esbravejar, já que estava no final da noite e para mim seria uma merda sair
procurando hospedagem, inclusive sem conhecer a cidade, já que era minha
primeira ida ao Rio!
Nisso
o gerente apareceu e para tentar solucionar, me propôs ficar num quarto com um
outro hóspede. Não tive alternativa e aceitei imediatamente, mesmo sem saber de
quem se tratava. Aí ele me levou ao quarto, falou que a pessoa era um hóspede
conhecido da casa, que eu ficasse tranquilo. Ao chegar ao apartamento
deparei-me com um gay, desses bem afetados. Não pude e nem tinha condições de
recuar, mas, mesmo não sendo preconceituoso, sair da Bahia para ir dormir com
um gay do Ceará no Rio de Janeiro é, literalmente, foda!
-Muito
prazer, meu nome é Deroaldo, mas, todos me tratam de Deco!
-Desculpe
lhe tirar do seu conforto. Meu nome é Mendonça, pois, todos me tratam pelo
sobrenome. E creio que se vagar algum apartamento amanhã, lhe livrarei desse
problema. E aí não quis nem desarrumar minha mala, colocando as roupas no
grande guarda-roupas, na esperança de pela manhã me alojarem num apartamento
somente meu. Tomei um bom banho, enquanto Deco estava vendo um filme na TV e,
ao mesmo tempo, lixando as unhas. Cansado por ter dirigido o dia todo, caí na
cama e dormi imediatamente!
Somente
fui acordar às 10 horas da segunda feira, e quando olhei para cama do lado Deco
não estava. Olhei em volta do quarto e nada vendo, levantei-me e fui ao
banheiro escovar os dentes, e tomar um outro banho para reativar o corpo. Me
arrumei, desci para tomar café, e antes passei na recepção para ver a
viabilidade de um apartamento, mas, infelizmente, até aquele momento nada tinha
surgido. Peguei meu carro, e como planejei, segui para a orla de Copacabana,
exatamente para o local dos eventos musicais e pirotécnicos, para marcar
visualmente um lugar tranquilo e de boa visivilidade. Vi que já haviam muitas
pessoas acomodadas na área, porém, o espaço era imenso e me caberia
tranquilamente. Encostei o carro num lugar indicado pelo flanelinha, que, sem
dó nem piedade, me cobrou 50 reais adiantado. Aí saí para dar um passeio, parei
em um dos quiosques para tomar uma água de coco, e apreciar umas mulheres que
desfilavam e outras que corriam para modelarem seus físicos. Aproveitei para
ligar para umas pessoas, depois fui ao banheiro lavar as mãos e na volta,
idiotamente, deixei meu celular na mesa e fui roubado acintosamente. O garçom
disse que estava ocupado e não viu ninguém encostar na mesa. Fiquei logo puto e
descontrolado. Fui imediatamente a uma loja de eletrônicos para mandar cancelar
minhas contas no banco e também bloquear o celular e o cartão de crédito,
transferindo para um outro que tentaria comprar, preservando o mesmo número e
chip. Consegui comprar outro aparelho, meu chip, e bloquear o roubado, mas, o
miserável já havia feito uma compra com meu pix no valor de 2.500 reais. Já
nervoso e revoltado, resolvi voltar para o hotel, mas, ao chegar no carro, vi
que havia uma multa no para-brisa, dizendo que o local que o flanelinha me
arranjou, era proibido. E para piorar minha insatisfação desesperadora, vi que
um dos pneus estava vazio ou furado. Procurei o flanelinha para reclamar e me
ajudar, mas o sacana sumiu totalmente. Troquei o pneu, a camisa molhada de
suor, mãos sujas e cheio de raiva, segui para o hotel.
Dirigi-me
a portaria para ver se tinham conseguido um apartamento para mim, mas,
infelizmente não tinha. Então, peguei a chave e segui para o quarto, onde
encontrei Deco de sunga, cuidando das unhas, desta feita pintando-as. Fui
direto tomar um banho para esfriar a cabeça. Na volta, para desabafar, contei
minha tragédia a Deco, que ficou sentido e se ofereceu para me orientar na ida
para o evento em Copacabana, já que ele estava vindo pela décima vez, e já
tinha prática suficiente de como era que funcionava a coisa. Embora não era
esse o meu desejo, resolvi aceitar, pois, sinceramente, fiquei com medo que
outras merdas acontecessem. Já com um certo conhecimento, a noite descemos para
o restaurante e jantamos, trocamos conversas sobre nossas cidades (Salvador e
Fortaleza), logo depois eu subi para dormir, para na terça feira estar numa boa
para enfrentar a festança. Deco subiu mais tarde, porém eu nem vi quando ele
chegou, pois dormi como uma pedra!
Manhã
de terça feira, dia D da virada, nos levantamos e, seguindo a orientação de
Deco, teríamos que nos arrumar, se alimentar bem e já sair pronto para a noite, pois, já pela manhã, começava a
chegar milhares de pessoas à procura de bons lugares. Imaginei que seria foda
ficar na praia das 10 da manhã até a madrugada do dia seguinte, mas, como
marinheiro de primeira viagem, tinha que seguir a experiência de Deco, Fomos,
procurei uma vaga num estacionamento improvisado num terreno baldio, paguei a
nota preta de 120 reais com direito até o dia seguinte, e partimos para comprar
alguns mantimentos, água, alimentos e outras coisas, afim de se acomodar em
nossos lugares durante a espera, Inclusive duas cadeiras plásticas para nos
acomodarmos melhor. Mas, assim que nos instalamos, vieram uns policiais e nos
tomaram as cadeiras, alegando que eram proibidas. Deco mandou eu aguardar e
saiu, voltando com uma grande esteira, que estendida dava até para se deitar.
O dia passou alegre e divertido,
pois, haviam músicas, danças, muitas mulheres bonitas e gente de todas espécies
com roupas, fantasias, cabelos e penduricalhos dos mais simples aos mais
excêntricos e loucos, fazendo a espera ser mais fácil de se aguentar. Aí
mermão, surgiu uma merda de um arrastão com mais de 30 bandidos (maiores e
menores), roubando tudo que tinha pela frente, inclusive nossos mantimentos,
esteira e a carteira ou bolsa de Deco, deixando-o sem dinheiro e sem
documentos. A polícia chegou logo em seguida, o guardo nos olhou e perguntou se
nós éramos casados, pergunta que me deixou puto, porém, tinha que respeitar
Deco, apenas disse que éramos amigos. O policial, sacanamente, nos olhou e deu
um sorriso malicioso que me deixou completamente louco. Como não adiantava se
fazer BO (boletim de ocorrência), já que viajaríamos no dia seguinte, Sentamos
na areia e ficamos a pensar, como ficar sem as merdas que compramos. Mas, mais
uma vez Deco se ofereceu para ir buscar tudo outra vez, se eu desse o dinheiro.
Claro que dei logo e ele, prontamente foi e voltou completamente municiado para
nossa farra. Depois dessa merda toda, eu já nem tanto animado, estando muito
mais assustado, estava torcendo que já começasse. E, as 17 horas começaram com
os cantores de menores expressões, todos dançando, eu comecei a “galinhar” umas
gatas, mas, em função de me ver com Deco super afetado ao meu lado, imaginavam que
éramos “casos”. Isso me fodeu solenemente, uma vez que fiquei até a manhã
seguinte sem pegar porra nenhuma!
Deu sete da manhã, resolvemos
voltar para o Hotel, ambos cansados pra caralho. Porém, quando cheguei no
estacionamento, não encontrei o meu carro, pois, segundo o responsável, alguém
chegou lá, se apresentou como dono, como estava com as chaves na mão ele deixou
sair. Fiz o maior mangue, chamei a polícia, mas, naquela altura, creio que até
os policiais já tinham ido para suas casas descansar. Deco me levou a uma
delegacia fiz a queixa e fiquei a espera se eles poderiam reaver meu carro. E
por sorte ao meio dia, pegaram o ladrão e recuperaram meu carro, porém com o
para-lama amassado e um farol quebrado. Mesmo assim, dei graças a Deus, peguei
a merda do carro, juntamente com Deco, que bastante solidário, não saiu do meu
lado nem um instante.
Fui direto para o hotel, já que
por ser dia primeiro e feriado, não tinha oficina aberta para o conserto. Ao
chegar no quarto fomos tomar banho para esfriar a cabeça e tirar a areia do
corpo, foi quando percebi que Deco tinha uma bunda linda. Aí veio à minha
cabeça que eu tenha ido ao Rio com sacrifícios, sofri um bocado de merdas,
prejuízos, etc., e esteja voltando zero a zero sem comer ninguém. Sem pensar
duas vezes, mesmo dentro do box, peguei Deco por trás, com a bunda gostosa toda
ensaboada e, com um jeitinho carinhoso, comecei a enfiar meu pau, enquanto Deco
mexia e se deliciava, dizendo que foi Deus que me colocou em seu caminho. Para
mim, com certeza foi o Diabo. Trepamos gostosamente, vi que Deco sempre que
estava sendo possuído se masturbava. Não digo que foi uma maravilha porque não
é o meu ramo, mas, certamente, além do show de Caetano e Bethânia, a melhor
coisa foi a deliciosa bunda de Deco. Eu
poderia omitir essa atitude homossexual, mas, como faz parte das merdas
acontecidas, sou obrigado a confessar sem nenhum pudor. Dia seguinte ele seguiu
para Fortaleza em função do seu trabalho de esteticista, e eu fiquei para
consertar o carro e voltar para Salvador. Quinta feira cedo, deixei tudo
esquematizado com a concessionária para consertar e mandar o carro pela
transportadora de veículos, e resolvi voltar de avião. Acabei de chegar essa
manhã, escrevi rapidamente esse texto sobre minha triste passagem de ano, sendo
a única coisa prazerosa além dos shows, foi a “virada” de Deco que,
sinceramente, foi uma delícia inesperada. Como Anita se apresentou com uma
bunda maravilhosa a mostra, eu, sagazmente, quando estava comendo Deco, fechava
os olhos e pensava nela, aí a tesão aumentava e o orgasmo era delicioso. Deco
não se queixou e viajou muito feliz!
Para vocês que me desejaram um
feliz Ano Novo, infelizmente não foi bem feliz o primeiro dia, mas, tenho
certeza que os outros 364 serão bem maravilhosos, para compensar esse início
bastante cheio de acidentes de percursos!
Por uma consideração, vou convidar Deco para
vir passar o carnaval aqui, mas, que ele venha trazendo seu “bofe”, pois, aqui
não me faltará xoxotas para me divertir!
Inegavelmente, foi um primeiro do
ano no maior sufoco!
*Escritor, Historiador, Cronista,
Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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