Antonio Nunes de Souza*
Para
alegria da humanidade, principalmente para amainar as ansiedades, necessidades
e desesperos, foram criando ao longo do tempo, milhares de crenças ou religiões,
cada uma com suas regras, ditames, estatutos, hábitos, comportamentos e
costumes, todos eles baseados, estritamente, nas ideias e conceitos daqueles as
criavam, obviamente, colocando suas diretrizes, conforme suas maneiras de
pensar e, logicamente, achando o que era certo ou errado, dentro das suas
conceituações morais e da época. E, para que suas determinações fossem
seguidas, claro que seria necessário simbolizar algo ou alguém, com maravilhosos
poderes, que todos pudessem amar, louvar, pedir, orar e, principalmente, temer.
E comportando-se bem seguindo obedientemente as regras, seriam todos
beneficiados com uma outra vida deslumbrante, sagrada e cheia dos maiores
encantos e felicidades. Porém, se não se comportarem, tinha que ser criado
algum algoz da oposição, que se encarregaria dos castigos pelas desobediências
ou pecados, e para tanto, foi criada a famigerada imagem do Diabo!
Em
rápidas palavras, está nesse preâmbulo, o nascimento das religiões, sem
mirabolantes “estórias”, cheias de infantilidades e passagens irreais
inconcebíveis. Se você se der ao trabalho de pesquisar, comprovará que todos os
livros ditos sagrados, foram escritos por homens comuns, inclusive a Bíblia,
Alcorão e outros que, absurdamente, os inventores das diversas religiões, para
que tivessem nos seus fiéis uma maior credibilidade e fé, atribuiu aos
escritores como homens guiados e iluminados por um Deus, que é o senhor do
universo, soberano e criador do mundo. Assim foi feito o cerco completo:
regulamentos, deveres, obediências, premiação e castigo. Obsessões que o povo
abraçou, em princípio ditadas pelos imperadores e depois reis!
Não
estou querendo fazer uma dissecação sobre religião, apenas uma modestíssima
síntese. Porém, com bastante bases na história da humanidade, e suas nuances
nas diversificadíssimas crendices. Temos o Catolicismo, Evangelismo, Budismo,
Islamismo, Judaísmo, Espiritismo, Candomblé, Macumba, sendo essas as mais
expressivas e, em todas elas, consta um Deus como figura central, e como não
poderia faltar para melhor dominar os fiéis, criarão a terrível figura do
Diabo, como o tentador das coisas erradas e castigador futuro nas profundezas
do inferno, já que todos os Deuses sagrados estão acomodados no céu!
Mediante
essa estrutura muitissimamente bem montada, os pobres fiéis em função das
doutrinações ferrenhas, medos, doenças, desesperos, necessidades, e também “pelo
sim, pelo não”, passaram a seguir essas regras, muitos tolamente e com
rigorosidades, outros mais ou menos flexíveis, e uma grande parte vai levando
numa boa, somente usando algum dos Deuses, quando situação está muito fica
braba!
O
fato é que a religião passou a ser, literalmente, uma casa de negócios,
principalmente a Evangélica, que foi absurdamente desvirtuada, pois, qualquer
um bem falante, compra um diploma de Doutrinação religiosa, ou até faz o curso e,
com poucos reais, abre uma nova igreja. Veja vocês que enquanto todas as outras
tem apenas um nome, as evangélicas tem milhares de títulos, com um avalanche de
pastores de araque, explorando dízimos, inventando milagres, prometendo céu,
metendo medo com o inferno, manipulando suas ovelhas para se elegerem (o país
está abarrotado de prefeitos, vereadores, deputados e senadores evangélicos),
todos chefões com suas casas bonitas, carros, aviões e boa alimentação,
enquanto seus pobres fiéis sem emprego, doentes e passando necessidades e,
cinicamente, eles dizem: “Vocês não são pobres, pois tem Jesus no coração!” E
os coitados sofredores, tolamente, ainda levantam os braços e gritam: Aleluia,
Aleluia em nome de Jesus! Isso me deixa triste, e acontece graças a falta de
educação do nosso povo e em partes do mundo! Se você observar nas igrejas
evangélicas, dificilmente verá médicos, dentistas, advogados, engenheiros,
professores, etc. A comparação é de 10 X 1. Enquanto você vê 10 pobres ou
analfabetos e semianalfabetos, desesperados, doentes, idosos e viciados. Você
vê 1 que tem alguma condição e estudo. Já na católica, como as igrejas são mais
centrais, logicamente você encontrará poucos pobres, sendo sua maior gama de
fiéis idosos com posses, madames, políticos, ricos miseráveis com medo do
inferno, que somente na hora da morte se lembram de orar, pois, se existir céu,
ele possa ter um lugar!
É
lamentável ver o povo ir para as igrejas fazer pedidos de empregos, curas
milagrosas, abandonos de vícios, casamentos, dinheiro, ganhar em loterias e
outras coisas mais, esperando que esses pastores e padres que se dizem ser
ministros representativos de Deus, resolvam todas suas pendências. Não sei se é
inocência, ignorância ou comodismo. Talvez as três coisas juntas para tal
esperança que os tolos fiéis depositam!
Por favor,
não me chamem de herege e nem me excomunguem. Vão ler a história universal, que
verão quanto as religiões foram perversas e cruéis desde suas criações. Sempre
foram um atraso devastador e prejudicial para toda humanidade. E, infelizmente,
continua interferido em grande parte do mundo!
Pra começar,
leiam o magnífico livro “O Nome da Rosa” de Humberto Eco. Fizeram o filme, mas,
somente com uma pequena parte do livro!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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