Antonio Nunes de Souza*
Por
mais que deseje, não posso ou consigo dizer que evoluímos, com relação as
variadas maneiras de dançar, bastante evidenciadas atualmente em todo mundo!
Logicamente,
sendo do tempo em que dançar era ir até a mesa, gentilmente convidar a moça,
algumas vezes tomar um não, com a desculpa marota de estar cansada ou que não
sabe dançar, mas, com as que aceitavam, saímos abraçados, corpos e rostos (as
vezes) colados, dando nossas rodadas pelo salão, nos deliciando com as músicas
e ritmos, sentindo o surdo ronco das anáguas cheias de goma, que as moças
usavam como complemento do vestuário. Mas, como sempre existe umas danadinhas
em todas vertentes, algumas das mais sapecas não usavam as poderosas e
repressoras anáguas, e com essa ausência, a dança tornava-se altamente erótica,
pois, quando colávamos os corpos, cada um sentia o que desejava sentir.
Lembro-me de uma moça chamada Dulce, que na hora que a orquestra tocava, era
uma correria dos rapazes para pegá-la, que chegava a formar um bloco perto da
sua mesa, pois ela adorava se esfregar veementemente ao dançar, nos provocando
até masturbações no próprio sanitário do clube. Ela já faleceu, e com certeza
está num lugar privilegiado no céu, pois, sem nenhuma dúvida, fui a grande alegria
dos homens!
Quando
vejo hoje os jovens dançando hap, hip hop, funk, dança de rua e outras loucuras
que parecem exibição circense, ou capoeira, com saltos mortais, rastejando no
chão, caras e bocas, roupas estranhas, que se você tapar os ouvidos não ouvindo
as músicas, parece que está acontecendo a maior porradaria do mundo, ou que
colocaram pimenta na bunda de todos, fazendo com que pulem e gritem pelo ardor
no furico!
Embora
eu tenha convicção que não, as vezes fico com dúvidas, se antes éramos normais,
elegantes e decentes, ou pobres idiotas moralistas?
Não
pensem que sou careta, babaca e ultrapassado, apenas eu vejo as moças se queixando
que os jovens dão pinotes, rebolam, saltos tríplice e outros malabarismos e, no
fim da noite, cansados e bêbados não transam e vão dormir. Tem barrigas de
tanquinho, mas não sabem lavar a roupa como fazíamos antigamente, mesmo as
escondidas!
Não
tenho vergonha de confessar que em algumas ocasiões, quando vejo o rebolado de
Anita, a bunda de fora de Isa, o corpão de Ludmilla, me dá uma vontade danada
de entrar nessa modernidade e me tornar um velhinho “ficante”!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
Um comentário:
Desse jeito kkkkk
Postar um comentário