sexta-feira, 12 de maio de 2023

VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO? (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Essa célebre frase que foi bastante usada no passado, mesmo com o decorrer do tempo, ainda é ouvida em muitas ocasiões! Entretanto, não com tanto poderio de amedrontamento como se ouvia nos velhos tempos, já que as autoridades federais, civis e militares já estão mais libertadas de tais afrontas, com licenças para que atuem de conformidade das leis. Esse comportamento passou a ser denominado de “carteirada”!

E Adilson, capitão do exército reformado, conhecido no quartel quando estava na ativa pela alcunha de Tenente Boquinha, sempre que tomava suas caninhas habituais, e cometia alguma atitude fora das normas e padrões, usava desse expediente insólito, muitas vezes com bons resultados!

Certo dia no fim da tarde, vindo do seu barzinho favorito onde tomava seus drinques e cervejas, invadiu o semáforo e atropelou uma senhora, felizmente causando leves arranhões. Aí, o guarda de trânsito Jabson, que estava retado da vida, pois sua ex-mulher tinha pedido aumento de pensão alimentícia dos filhos, sua casa tinha sido invadida pelas chuvas destruindo os móveis e utensílios, seu velho carro tinha estourado o motor, seus cartões estavam atrasados e, para completar, sua mãe com 80 anos estava doente precisando de cuidados especiais, que somente com dinheiro se consegue. Literalmente, assuntos bastantes para deixar uma pessoa putíssima e louca para descarregar seus azares!

-Favor senhor, desça do veículo e apresente os documentos!

Foi quando Capitão Boquinha na maior galhardia disse: Você sabe com quem está falando?

Soldado Jabson retado da vida, nem titubeou: Sei sim. Com um filho da puta com cara de tomador de cana e metido a porreta, que atropelou uma senhora na faixa, querendo tirar onda com minha cara. Passe-me logo essa porra desses documentos, antes que lhe leve preso por desrespeito a autoridade e ameaça de amedrontamento!

Nesse momento, Capitão Adilson meio assustado com a reação do soldado, meteu rapidamente a mão no bolso de trás da calça, e Jabson pensando que era uma arma que ele ia puxar, sacou seu trinta e oito e mandou ver bem na testa do militar que, imediatamente, caiu duro para o lado do carona. O soldado se picou, fugiu e até hoje ninguém sabe onde foi parar e se esconder. A mulher atropelada testemunhou a favor do soldado dizendo que o capitão tinha o desacatado e agredido, logicamente, para livrar a cara dele e condenar o sacana que havia lhe atropelado dentro da faixa de segurança. Como é habitual, o capitão for enterrado com honras militares e, seus amigos de bar, mandaram fazer uma placa e colocaram em sua lápide com os seguintes dizeres: “Você sabe por quem está rezando?”

*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa foi muito boakkkk