Antonio Nunes de Souza*
Essa
célebre frase que foi bastante usada no passado, mesmo com o decorrer do tempo,
ainda é ouvida em muitas ocasiões! Entretanto, não com tanto poderio de
amedrontamento como se ouvia nos velhos tempos, já que as autoridades federais,
civis e militares já estão mais libertadas de tais afrontas, com licenças para
que atuem de conformidade das leis. Esse comportamento passou a ser denominado de
“carteirada”!
E
Adilson, capitão do exército reformado, conhecido no quartel quando estava na
ativa pela alcunha de Tenente Boquinha, sempre que tomava suas caninhas
habituais, e cometia alguma atitude fora das normas e padrões, usava desse
expediente insólito, muitas vezes com bons resultados!
Certo
dia no fim da tarde, vindo do seu barzinho favorito onde tomava seus drinques e
cervejas, invadiu o semáforo e atropelou uma senhora, felizmente causando leves
arranhões. Aí, o guarda de trânsito Jabson, que estava retado da vida, pois sua
ex-mulher tinha pedido aumento de pensão alimentícia dos filhos, sua casa tinha
sido invadida pelas chuvas destruindo os móveis e utensílios, seu velho carro
tinha estourado o motor, seus cartões estavam atrasados e, para completar, sua
mãe com 80 anos estava doente precisando de cuidados especiais, que somente com
dinheiro se consegue. Literalmente, assuntos bastantes para deixar uma pessoa
putíssima e louca para descarregar seus azares!
-Favor
senhor, desça do veículo e apresente os documentos!
Foi
quando Capitão Boquinha na maior galhardia disse: Você sabe com quem está
falando?
Soldado
Jabson retado da vida, nem titubeou: Sei sim. Com um filho da puta com cara de
tomador de cana e metido a porreta, que atropelou uma senhora na faixa, querendo
tirar onda com minha cara. Passe-me logo essa porra desses documentos, antes
que lhe leve preso por desrespeito a autoridade e ameaça de amedrontamento!
Nesse
momento, Capitão Adilson meio assustado com a reação do soldado, meteu
rapidamente a mão no bolso de trás da calça, e Jabson pensando que era uma arma
que ele ia puxar, sacou seu trinta e oito e mandou ver bem na testa do militar
que, imediatamente, caiu duro para o lado do carona. O soldado se picou, fugiu
e até hoje ninguém sabe onde foi parar e se esconder. A mulher atropelada
testemunhou a favor do soldado dizendo que o capitão tinha o desacatado e
agredido, logicamente, para livrar a cara dele e condenar o sacana que havia
lhe atropelado dentro da faixa de segurança. Como é habitual, o capitão for
enterrado com honras militares e, seus amigos de bar, mandaram fazer uma placa
e colocaram em sua lápide com os seguintes dizeres: “Você sabe por quem está
rezando?”
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
Um comentário:
Essa foi muito boakkkk
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