Antonio Nunes de Souza*
Estando
eu de férias no Hawai, nada mais agradável que acordar as 10 da manhã, tomar um
café com frutas tropicais, geleias e ovos fritos com bacon, para depois de
descansar um pouco, partir para o Kapiolani Park (ela foi rainha das ilhas),
esposa do Rei Kalakaua, antes de serem tomadas pelos americanos, como fizeram,
sorrateiramente, com Porto Rico!
Chego
ao parque, infestado de turistas do mundo inteiro, todos encantados com os
espetáculos ininterruptos de danças havaianas, com mulheres que pareciam iguais
em alturas, corpos e belezas, vestindo sua roupa típica que o nome original é
“lava-lava”, que aqui chamamos de sarong, dançando ao som dos tambores tocados
pelos nativos, também caracterizados!
Olho
em minha volta e vejo uma morena linda, com o olhar fascinado pela beleza do
espetáculo, e como hoje ninguém sai sem o celular, disfarçadamente, tirei uma
foto dela e, exatamente na hora que cliquei, ela olhou e percebeu o que estava
acontecendo. Fiquei meio escabreado, mas, imediatamente me recuperei, pois,
recebi de volta um lindo sorriso e a pergunta: Fotografou por que gostou?
Como
perco o juízo, mas não perco a elegância, respondi: Mais do que gostei. Me
apaixonei! Aí ela deu uma gargalha, foi quando eu percebi que ela tinha falado
em português, e imaginei logo: Puta merda eu saio do outro lado do mundo, e vou
logo me esbarrar com uma brasileira? Será azar ou sorte?
Aí
me aproximei e me apresentei, meu nome é Leonardo, sou empresário imobiliário e
moro na Bahia, e você? Meu nome é Júlia, sou advogada e moro em Sampa, muito
prazer!
-O
prazer é todo meu, encontrar uma conterrânea tão linda e tão longe, tenho
certeza que Deus me trouxe até aqui, somente para poder lhe conhecer, são as
linhas tortas que Ele traça, para que tudo dê certo (em lero e farofa ninguém
ganha pra mim). Ela sorriu e falou que estava indo à praia de Waikiki, que é o
point de Honolulu, ilha principal do arquipélago, cidade onde eu estava. Mesmo
sem convite, usando minha perspicácia, fui logo dizendo: que coincidência, eu
estava indo pra lá, apenas deu uma parada aqui, então podemos ir juntos. Ela
aceitou e saímos caminhando conversando numa boa, ela contando que tinha
acabado de sair de um relacionamento, e resolveu fazer essa viagem para
espairecer, mas, felizmente além de não haver ressentimentos, também não havia
saudades nem sofrimentos de amores perdidos, que se sentia curada totalmente,
estando super feliz!
-Curioso
que nossa história tenha certas similaridades, pois, também saí de um, porém,
não foi tão sereno, mas, felizmente não deixou sequelas, apenas umas boas e
ruins lembranças! Essas coisas acontecem com todos. Mais uma vez estou sentindo
a bondade divina, pois Ele deve ter achado que eu poderia ser seu bálsamo e
você o meu!
-Júlia
deu um enorme sorriso, dizendo, em tom de pergunta: Quem sabe? A essa altura,
já ríamos, brincávamos, como se fôssemos velhos amigos. Chegamos na praia,
alugamos toalhas, sombreiro, e Júlia desejou experimentar usar a prancha de
surf, aí alugamos uma. Depois de algum tempo sentados ao sol, resolvemos entrar
na água gelada do pacífico. Peguei a prancha e coloquei Júlia sentada, já que
tenho prática nesse esporte aquático, e comecei a embala-la com cuidado, antes
de ficar em pé, que é mais difícil. Nesse treinamento não deixou de acontecer
umas esfregações, abraços para se equilibrar, isso fazendo que nossa intimidade
fosse crescendo que, com menos de meia hora na água, já estávamos aos beijos e
carinhos e, logicamente, Júlia sentia que eu estava bastante excitado, mas,
pelo visto, estava adorando tal fato. Quando saímos, já abraçados, entregamos a
prancha, deitamos ao sol, nos passamos hidratante e permanecemos mais uma hora,
porém, não só conversando para nos conhecer melhor, como com os corpos
coladinhos entre beijos e carinhos, parecendo um velho casal de namorados. Às
15 horas resolvemos almoçar, porém, combinamos que cada um iria para o seu hotel,
e nos encontraríamos à noite, para ir ver o lindo show do See Life Park com
baleias, focas e golfinhos que são deslumbrantes! Resolvi pegar um táxi e falei
que a deixaria em seu hotel e depois iria para o meu. Ela deu o endereço ao
motorista e este seguiu. E para minha outra surpresa, vi que ela estava no
mesmo hotel que eu. Dei uma gargalhada e falei para ela, que não se conteve e
me encheu de beijos e sorrisos. Saltamos e a chamei para tomar um banho de
piscina e aproveitaríamos para almoçar no deck, que era mais agradável e
romântico!
Tomamos
um bom banho com mergulhos eróticos e sedutores, almoçamos deliciosamente, e
como obviamente teria de acontecer, Júlia foi para meu apartamento, nos
deitamos, mesmo com o perigo de ter uma indigestão, transamos gostosamente,
caindo em seguida num sono profundo!
Curtimos
uma lua de mel antecipada maravilhosamente, voltamos depois de uns dias,
Passamos por Nova Yorque para ver meu primo Moisés que mora lá, e hoje estamos casados,
temos uma linda filha, que a avó Lurdes fica babando o dia todo. Somos super
felizes, nos entendemos muito bem, mas, sempre fico pensando: como é que fui
descobrir o amor da minha vida tão longe? Acho que isso foi coisa do destino, e
imagino que Júlia pensa o mesmo!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
2 comentários:
Muito interessante!
A tradicional estória de destinos que se cruzam e final feliz. Abraço Antônio. Você e um romântico que o tempo não mudou.
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