Antonio Nunes de Souza*
O título é de um clássico do cinema, nada tendo
com o assunto, mas, espelha uma verdade que somente os românticos não se dão
conta. Acordo e leio um poema de Carlos Drummond de Andrade, alusivo ao labor
durante o ano, e as necessidades das recuperações para um recomeçar cheio de
esperanças e êxitos, nos futuros sonhos!
Recebi de uma virtual e gentil amiga e,
curiosamente, talvez tenha sido apenas a gota d’água para dar a tesão literária
necessária, para me expressar sobre uma vertente delicada, pois, estaremos
batendo de frente com uma massa de hipocrisia gigantesca, que já faz parte do
currículo da nossa decadente humanidade!
E, como imaginam que não é interessante para
ninguém alguma mudança, o comportamento continua fluindo por trás de expostos
sorrisos amarelos e invisíveis (?) pensamentos negros!
O alvo que direciono as “flechadas” é exatamente a
falsidade e hipocrisia que o homem pratica cotidianamente, preocupado
exclusivamente com sua melhoria financeira, profissional, afetiva e social e,
como faz parte dessa caminhada aparentar generosidade, através de ajudas e
doações, esses procedimentos são executados, já contabilizando os
custos/benefícios!
Por outro lado, alguns desses fatos, são também
vistos por uma questão de demonstrar religiosidade, e pelo sim pelo não,
garantir, divinamente, as subidas dos degraus do sucesso ou, quem sabe, até um
lugarzinho no céu após a morte!
Mas, infelizmente, não passa de um comportamento
grotesco e nada humano, essa maneira egoísta e singularizada, que o homem tomou
como padrão comportamental moderno: Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu. Até o
mais tolo dos tolos, percebe essa mutação dentro de todos ambientes, ampliada
nas comunidades mundiais. Porém, como nada pode fazer para mudar, acha mais
prático entrar nessa ciranda, também se beneficiando entre os mais fracos que
eles. É o tal efeito cascata que, seguramente, está provocando uma tsunami
gigantesca, que cedo atingirá a todos sem dó nem piedade. Aliás, já estamos
vendo efeitos em escalas progressivas, e seus crescimentos com passos largos!
Pode parecer que sou um cético, de mal com a vida,
ódio do mundo, radical, etc., mas, não é nada disso. Sou apenas um observador
mais detalhista, que consegue captar as nuances deixadas passar pelos menos
preocupados em esconder a realidade!
Não sou dono da verdade, mas não consigo ser
indiferente com a mentira, e também creio que existam, obviamente, exceções!
Pena que em número bem restrito!
É uma pena que o verdadeiro espírito da
solidariedade esteja desaparecendo na humanidade, imperando o singularismo nos
homens, supondo que esse procedimento possa levá-lo a algum lugar seguro e
benéfico. Infelizmente, estamos nos tornando uns solitários convivendo no meio
de uma multidão. Um paradoxo bastante triste!
Lamentavelmente, assim caminha a humanidade!
*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário