Antonio Nunes de Souza*
Ela
era uma mulher não tão bonita, um pouco gordinha, seios volumosos, porém um
rosto simples e interessante. E esse conjunto foi que fez Kalami ter um desejo
enorme de comer Luana, que era, nada mais nada menos, que filha do chefe da sua
primitiva tribo africana, ainda com hábitos e costumes nada normais!
É
importante logo que eu esclareça, que não tratava-se de desejo sexual de
Kalami, apenas eles ainda praticavam o canibalismo e, consequentemente,
deliciar-se de uma mulher com as características de Luana, seria uns dias de
banquetes maravilhosos e inesquecíveis, para um guerreiro de ponta como ele
era!
Como
um grande sonhador, Kalami começou a imaginar seu cardápio do mês, e como
prepararia com carinho e tempero cada parte especial do corpo: As grossas coxas
faria dois enormes pernis defumados, sua volumosa bunda tranquilamente serviria
de paulista, recheado com uma grande cenoura enfiada no anus e cozido em banho
maria, suas lindas tripas dariam um delicioso saratel, os braços seriam comidos
como churrasco, coração, fígado, baço e os outros órgãos seria para fazer xinxim
e ensopado, sendo que a cabeça daria uma sopa de deixar água na boca!
Esse
sonho e desejo era incontrolável em Kalami, que estava preparando um plano para
raptar Luana, e satisfazer seus desejos de glutão. Porém, ainda não tinha
surgido uma oportunidade, que fosse bem tramada e não deixasse pista do seu
crime!
Mas,
como quem quer fazer o que não deve, sempre sofre as agruras do destino, foi
exatamente o que aconteceu no dia do aniversário de Luana!
O
chefe da tribo convocou uma reunião geral dos seus guerreiros e, para festejar
a idade de sua querida filha, faria um lindo banquete. E como presente de
aniversário serviria uma comida especial, que seria um dos seus melhores guerreiros.
E ontem à noite meditou bastante e escolheu Kalami, por ser forte, grande e com
carne farta para todos!
Começaram
as danças, gritos de alegria, todos cercaram Kalami lhe dando abraços de
parabéns por ter sido o escolhido, ele espantado e puto da vida, lhe tiraram as
vestes, jogaram dentro do enorme caldeirão, acenderam a fogueira e, sem dó nem
piedade, escaldaram Kalami. A noite no jantar de aniversário, o primeiro pedaço
foi servido e comido pela feliz e sorridente Luana!
Fatiaram
o pobre Kalami que, infelizmente queria comer Luana e terminou comido por ela!
Que
essa “estória” sirva de lição para muitos que querem comer uma mulher, pensa
que conseguiu, e ela sagazmente, lhe come até os ossos!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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