Antonio
Nunes de Souza*
Mesmo
estando na véspera da plenitude do Natal, nossa mais meiga festividade, devemos
preparar os nossos ouvidos para os lançamentos das músicas carnavalescas, já
que querem que sejam decoradas pelas galeras, no sentido de serem regiamente
premiadas pelos seus desempenhos momescos e, logicamente, ganharem seus rios de
dinheiro com direitos autorais, uma vez que, nos carnavais seguintes em outras
capitais, irão bombar com as interpretações de suas glorificadas bandas!
Se
olharmos e ouvirmos com atenção, fácil será chegar a conclusão que, praticamente,
todas são de péssima qualidade, letras ridículas e com sentidos dúbios,
coreografias repetidas e de uma liberalidade que só faltam ficarem nuas nos
palcos, ou transarem livremente, uma vez que já não existem novas articulações
nos corpos e nem caras e bocas para serem acrescentadas!
Curiosamente,
as vencedoras são sempre as que apresentam umas ritmias mais gostosas, pois, a sacudida e remelexo corpóreo é que dá a valorização perfeita para o folião!
Se
formos fazer um comparativo com as marchinhas carnavalescas do passado (Corre,
corre Lambretinha, Mamãe eu quero, Ai ai brotinho, Me dá um dinheiro aí,
Bandeira Branca, Pó de mico, Atrás do trio elétrico, Pombo Correio, etc.), essas
pareceram músicas de evangelização religiosas, dignas das missas de Padre
Marcelo, ou os grandes espetáculos de Bispo Macêdo!
Vamos
torcer para que o nível esse ano melhore um pouco, pois, nossos ouvidos não são
pinicos, para receberem tanta “merda”, numa festa maravilhosa como é o nosso
carnaval brasileiro!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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