terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Origens das diferênças!

Antonio Nunes de Souza*

Vendo através da TV a passagem de um casal sambando e cantando atrás do trio, que talvez pela sua aparência o câmera filmou alguns segundos, dando margem ao telespectador de fixar a imagem dos dois animados foliões!
O casal era de origem negra, porém com a pele meia esbranquiçada, característica de rosto mestiças e, seus cabelos, crespos e amarelados.

Com essa aparência lembrei-me logo de uma conversa de botequim, onde foi colocada essa degeneração de cor e, ao mesmo tempo, como eram classificados esses tipos e qual as razões, ou sua origem. Então, um dos sabichões do grupo passou a contar a verdadeira origem da nomenclatura de “SARARÁ” para pessoas do tipo citado.
Contam os mais velhos que certa ocasião do passado, no tempo da escravatura, nasceu um menino exatamente com os detalhes citados acima. E, como, todo bebê no pelourinho era pretinho, a mãe da criança bastante assustada, esperou a vinda de um médico que sempre visitava a família dos seu patrão e proprietário e, quando a oportunidade aconteceu, ela mostrou o menino e, aflita, falou para o doutor: Esse meu filho nasceu diferente e esquisito, será que ele vai ficar bom?
Aí o médico olhando a criança, vendo que se tratava de um mestiço que nada tinha de doente, respondeu para acalmá-la: Sim, SARARÁ!

Isso foi a conta, pois o menino continuou crescendo com suas características diferenciadas e a mãe, na sua ignorância, sempre dizia: O doutor disse que ele é SARARÁ!

Sinceramente, não tenho ideia se essa versão popular seja correta, mas, tem certo sentido e nem nada de pejorativo. Entre pardos, mestiços, sararás, negros e brancos, estamos nós, com orgulho, fazendo fluir as lindas e maravilhosas mulatas e mulatos, impondo ao mundo a nova etnia brasileira!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com



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