Antonio
Nunes de Souza*
Vendo
através da TV a passagem de um casal sambando e cantando atrás do trio, que
talvez pela sua aparência o câmera filmou alguns segundos, dando margem ao
telespectador de fixar a imagem dos dois animados foliões!
O
casal era de origem negra, porém com a pele meia esbranquiçada, característica
de rosto mestiças e, seus cabelos, crespos e amarelados.
Com
essa aparência lembrei-me logo de uma conversa de botequim, onde foi colocada
essa degeneração de cor e, ao mesmo tempo, como eram classificados esses tipos
e qual as razões, ou sua origem. Então, um dos sabichões do grupo passou a
contar a verdadeira origem da nomenclatura de “SARARÁ” para pessoas do tipo
citado.
Contam
os mais velhos que certa ocasião do passado, no tempo da escravatura, nasceu um
menino exatamente com os detalhes citados acima. E, como, todo bebê no
pelourinho era pretinho, a mãe da criança bastante assustada, esperou a vinda
de um médico que sempre visitava a família dos seu patrão e proprietário e,
quando a oportunidade aconteceu, ela mostrou o menino e, aflita, falou para o
doutor: Esse meu filho nasceu diferente e esquisito, será que ele vai ficar bom?
Aí
o médico olhando a criança, vendo que se tratava de um mestiço que nada tinha
de doente, respondeu para acalmá-la: Sim, SARARÁ!
Isso
foi a conta, pois o menino continuou crescendo com suas características
diferenciadas e a mãe, na sua ignorância, sempre dizia: O doutor disse que ele
é SARARÁ!
Sinceramente,
não tenho ideia se essa versão popular seja correta, mas, tem certo sentido e
nem nada de pejorativo. Entre pardos, mestiços, sararás, negros e brancos,
estamos nós, com orgulho, fazendo fluir as lindas e maravilhosas mulatas e
mulatos, impondo ao mundo a nova etnia brasileira!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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