domingo, 5 de fevereiro de 2017

O amante da cartomante!

Antonio Nunes de Souza*

Zelito, rapaz jovem e namorador, poucas posses familiar, que lhe obrigava a trabalhar, mesmo não sendo do seu gosto, para que conseguisse seu próprio sustento. Mas, mesmo assim, ganhando sua merreca mensal, sempre arranjava uma viúva ou coroa desolada para ele aliviar as tensões sexuais delas, arrancando alguns trocados e muitos presentes. Não era um garoto de programa, porém, usava do seu instrumento de prazer, para poder conseguir novos prazeres. Para ele isso significava, nada mais, nada menos que o provérbio conhecido de todos; Uma mão lava a outra!

E assim, dessa forma e comportamento ia levando a sua vidinha tranquila, como se diz hoje, “um rapaz ficante”! Sendo que tudo somente ocorreu, até o dia em que chegou na cidade, uma cartomante de meia idade, mas, inteira de grana, que ao conhecer Zelito logo se apaixonou completamente e, quando soube pelas suas clientes que ele era considerado “bom de cama”, aí foi que a Madame Stefanne ficou na posta dos cascos!

Nos encontros eventuais do bairro, começou a dar “mole” quando via o rapaz, até que descobriu que ele era recepcionista numa concessionária de veículo, exatamente da marca do dela. Foi até lá, inventando um defeito e aproveitou para se abrir de vez e acertar um encontro. E isso foi feito, pois, Zelito, não brinca em serviço quando vê grandes possibilidades!
Já no primeiro encontro, não houve nada de “deixe disso”. Foram para o apartamento dela e, sem melindres, o pau comeu e rolou solto, que até a bola de cristal da sala tremeu de emoção!
Madame Stefanne sorria feliz e satisfeita com a aquisição, foi logo falando sem usar de sigilos ou besteiras: Meu querido, pegue aí a minha bolsa e tire quanto quiser para comprar um presente para você! Esse presente marcará nossa amizade e fidelidade, pois, comigo quero sempre ser a única!
Ele olhou e viu tantas notas de cem que, sem vacilar, tirou dois maços de mil reais, tendo um pouco de medo de desagradar sua nova amante, mas, liberou eu tenho que aproveitar! Ela viu a quantia e nem pestanejou, ou disse algo.
Se despediram, ficaram de marcar outros encontros, contudo ela tornou a falar que exigia total exclusividade. Ele, na alegria da grana que havia pegado, jurou e disse que ela ficasse tranquila!

Entretanto, cara jovem e já acostumado a variar suas noitadas com mulheres que lhe serviam no sexo e no bolso, continuou fazendo seu papel duplo, sem respeitar sua poderosa e rica amante. Entretanto, não sei se por adivinhação, Tarô, bola de cristal, ou outra porra qualquer, Stefanne descobriu as traições que Zelito estava fazendo e, armou um encontro, tranzaram bastante e, quando ele dormiu, ela pegou uma navalha e sem fazer cara feia cortou o pau de Zelito bem na raiz dos pentelhos, deixando apenas o saco pendurado numa corrente de sangue. Ele deu um salto da cama, pegou seu murcho membro e saiu feito um louco correndo para um hospital, para ver a possibilidade de um implante. Nem teve tempo de dizer nada para ela.
Alegou no hospital que havia sido um assaltante que tinha feito (para abafar o escândalo), ela por sua vez nada falou mediante a narração dele não citando seu nome e, no dia seguinte, arrumou suas malas e se mudou para outra cidade, da mesma forma que lá tinha chegado.

Finalmente, para ela não deu nada, somente para Zelito que o transplante não deu certo e ele foi morar em Porto seguro, onde, na Cabana Che Moi, vestido de travesti dança lambada com um negão sarado, como uma atração especial!
Mire-se nesse caso e pare de fazer traições, pois, pode acontecer com você!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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