quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Carnaval é festa demoníaca?

Antonio Nunes de Souza*

Temos, sem as menores dúvidas, que esse evento que mexe com milhões de pessoas seja uma coisa divina, ou tenha o apoio celestial para sua realização!
Talvez, no remoto passado, quando realmente aconteceu a instauração dessa travessura urbana no Brasil, poderia se considerar como algo inocente e puro, quando as pessoas pelas ruas jogavam pó de arroz uns nos outros, esguichos de água, confetes e serpentinas. As danças eram imitações das danças de salão francesas e inglesas sem nenhuma malícia ou despudor! Até quando houve o advento da lança perfume, esse instrumento era usado para refrescar, perfumar os foliões, esguichar nas meninas para vê-las arrepiadas pela frieza do produto químico, usava-se mascara transparentes para proteger os olhos (ardia bastante) e era uma bonita, doce e inocente alegria, principalmente pelas lindas fantasias apresentadas pelos verdadeiros amantes da folia!

Meu texto está longe de ser saudosista, trata apenas de dar uma ideia aos mais jovens, a mudança absurda e estranha do atual comportamental que, por essa razão, estou inquerindo se carnaval é uma festa demoníaca.
Vejam vocês as transformações e novos hábitos e costumes que foram introduzidos na festança do Rei Momo: A lança perfume virou uma droga perigosa e, em vez de ser usada para perfumar, seu uso foi mudado para cheirar, tomar o tal do “porre”, ficando louco por alguns minutos e, algumas vezes, levado a comas ou mesmo a morte. Os pós de arroz e água que eram jogados uns nos outros, atualmente, um bando de foliões idiotas, ficam com as latinhas de cerveja rodando acima das cabeças, sujando todos que estão em volta. Com relação a drogas, infelizmente, transitam das menos as mais perigosas (maconha, crack, cocaína, haxixe, estasy) e outros danosos excitantes!
As danças então, já não tem mais o que inventarem em termos de requebrar o corpo. Se você tapar os ouvidos e ficar olhando sem ouvir as podres músicas, parece que passaram pimenta na bunda de todo mundo e, estão todos se retorcendo, requebrando, revirando os olhos e esfregando as bundas, para amenizar as dores. E cada uma tem o seu nome, dado pelos artistas, como dança da manivela, da galinha, metralhadora, abaixadinho, no sapatinho e outras anomalias, aceitas com o maior carinho pelo louco povo adepto da sacanagem coletiva!

Com relação ao sexo, como não poderia deixar de acontecer, a liberalidade passou a ser promíscua e normal. Pois, depois de enfrentar uma parada dessa, logicamente o endereço é uma cama ou outro lugar qualquer onde o coro come e as mães não veem! Segundo estatísticas, nos nove meses seguintes ao carnaval, o avalanche de “produções independentes” apresenta um volume assustador. Muitas coitadas, transaram tanto, que nem sabe, verdadeiramente, que são os pais!

Eu não sou careta e nem estou puto porque não estou vivenciando essa época, apenas o que exponho é para que você, assim como estou fazendo, se pergunte: “Carnaval é uma festa demoníaca!”

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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