Antonio
Nunes de Souza*
Depois
de passar o flagrante da sua fuga na China, apresentou-se as autoridades
brasileiras e, como era de se esperar, com “algumas bonificações” foi agraciado
para ficar em liberdade, porém com o compromisso de dar um tempo em suas
experiências e inovações. Promessa feita, que foi chamada de “promessa
premiada” e, voltou para seu laboratório de pesquisas, encontrou com seu sócio
Teodoro, seu assistente Gilberto já recuperado das porradas chinesas, apenas
algumas leves cicatrizes como lembrança!
Mas,
seu espírito inquieto e seu temperamento aventureiro, resolveu, desta feita,
entrar para o ramo de ondas sonoras e rotativas (rádio e jornal). Mas, como
fazer isso sem uma ajuda substancial e sem um novo sócio desse ramo, ou mídia?
Pensou
bastante e, logo chegou a conclusão, tomou conhecimento que havia um baixinho
sagaz e petulante, que não tinha a língua presa nos dentes e sem medo de
ameaças. Com a vantagem de ter estudado em Londres e dominava bem o idioma
bretão! Deu um sorriso largo, olhou para Teodoro e disse: Rapaz acabei de achar
o cara certo!
-Me
diga ligeiro quem é?
-Nada
mais nada menos, que o jornalista Marcel Leal!
-Porra
mermão, você bateu em cima. Esse homem não tem medo de nada, bota fervendo nos
políticos errados e tem uma coluna chamada “malha fina” que deixa os políticos
de cabelos em pé!
Pois
era o que faltava para eu colocar o meu plano em ação e ganharmos rios de
dólares nos Estados Unidos, com esse novo presidente, o tal do Trump que quer
atropelar o mundo com suas ideias e atitudes retrógradas e loucas!
Assim
sendo, acertaram com Marcel sua participação, prepararam seus equipamentos,
levando uma máquina gráfica Wildeberg para a impressão do jornal, que seria
lançado, já com o nome escolhido foi MALHA GROSSA, onde passaria todas as
"grossuras" que fossem efetuadas, não só pelo presidente, como também dos
senadores e deputados. O lema era não escapar ninguém!
E
aí, deixando para a segunda fase a parte radiofônica, prepararam o lançamento
do jornal MALHA GROSSA, com uma tiragem inicial de cem mil exemplares, com uma
distribuição de NY até a Califórnia, logicamente, abrangendo também a região da
Flórida! Para as despesas dessa primeira edição, usaram todos os seus cartões
de crédito nos limites, esperando uma chuva de patrocinadores na segunda edição
em diante. Mandaram através de uma empresa pública que faz distribuição de
jornais “free” e, enquanto isso, Teodoro e Andrezinho, juntamente com Marcel ficaram
no hotel esperando o resultado, Gilberto seguiu para a porta da Casa Branca e
começou a fazer a distribuição para os pedestre e condutores de veículos quando
o semáforo fechava.
Infelizmente,
por uma triste ironia do destino, alguém levou um exemplar para o embrutecido
presidente Trump, e ele quando viu seu nome e as sacanagens escritas por Marcel
no “MALHA GROSSA”, mandou prender logo Gilberto, apreenderam os jornais e,
levando ele para uma sala especial, deram-lhe muitos choques no saco para ele
confessar onde estavam os mentores de tal procedimento. Gilberto, já com o saco
em carne viva, disse o hotel e, imediatamente, através de rádio foi expedida
uma ordem para aprisionar a quadrilha. E foi feito em menos de dez minutos, já
estavam os três algemados, juntamente com Gilberto, que havia vindo no
helicóptero da FBI!
Como
tinham direito a uma telefonema, Marcel que falava bem o idioma, conseguiu a
licença com os homens e fez uma ligação para o cônsul brasileiro pedindo
socorro. O cônsul apareceu algumas horas depois, entrou com uma petição
solicitando soltura, mas infelizmente, somente foi conseguida a liberação para
a exportação do bando trinta dias depois, todos com os vistos cancelados para
entrar novamente no pais!
Essa
semana, na MALHA FINA do jornal a REGIÃO, estava estampado em letras garrafais:
“Fui confiar no perigoso Andrezinho e passei por momentos trágicos. Tenham
cuidado com ele e sua equipe, principalmente, seus planos e projetos!”
*escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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