sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Aparência dominante!

Antonio Nunes de Souza*

Todas as pessoas observadoras e que admiram o sexo feminino, como também o masculino (por que não?), percebem de estalo, sem maiores analogias, quem tem o privilégio de ter, na flor da pele, olhar, trejeitos, poses e posturas, etc., o privilégio de despertar desejos sexuais imediatamente quando são apresentadas, ou até mesmo vistas passarem nas ruas. Caracterizaria essa classe de beneficiados com essa sorte de “tesões ambulantes”!

Ana Júlia era, exatamente, uma dessas pessoas. Nada de beleza ardente, corpo super escultural ou algum detalhes que chamasse a atenção. Era o seu “todo” que, graciosamente, provocava uma volúpia irresistível para qualquer vivente que admirasse as mulheres! Uma bendita que, na cidade, já tinha deixado muitos homens enlouquecidos, já que era de comportamento exemplar e até achava um exagero os elogios e cantadas que recebia, pois não tinha ciência da tesão que provocava. Sempre achava que era um exagero dos pretendentes!

Como sempre acontece com a ajuda maldita do Satanás, um dia das festas populares da cidade, apareceu um rapaz que curiosamente, tinha as mesmas características dela com relação a sua aparência dominante. E, simplesmente, foi a conta! Ana Júlia se envolveu, se encheu de desejos, que até aquela data eram somente pecaminosos e, mesmo dentro do carro de Lúcio, transou bestialmente, perdendo sua guardada carinhosamente virgindade, entregando-se de corpo e alma nas mais diversas posições sugeridas pelo seu primeiro romance, aos dezenove anos!
Sem dramas de paixões, depois do fim de semana Lúcio voltou para seu Estado, enquanto Ana Júlia, através das ardentes lembranças, repetia na mente os doces momentos desfrutados, achando inclusive, que havia perdido bastante tempo pela tolice de ser recatada demais.
Como religiosa que era, procurou o padre Alberto e, na sua confissão contou com minúcias o ocorrido, despertando no jovem pároco um desejo nada natural e, nesse papo de pagar os pecados e as penitências, terminou o Padre Alberto transando com ela atrás do altar e terminando na sacristia!

O resultado é que, mesmo todos na cidade nada comentando e respeitando, Ana Júlia e Alberto são amantes, já tem duas filhas e são felizes nas graças de Deus!
Não os condeno, pois, acho um absurdo os padres não se casarem e a nossa igreja estar cheia de complicadas e condenáveis uniões, além das pedofilias e homossexualismos!

Só posso lamentar que, infelizmente, não nasci com as características de Ana Júlia e Lúcio. Se bem que eu merecia!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com


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