Antonio
Nunes de Souza*
Passados
uns dias, em torno de um mês, Teka analisou bem o e-mail da amiga e assim
respondeu:
Querida
amiga Larissa,
Fiquei
petrificada com o que você me confessou, uma coisa que parece um dos filmes de Frederico
Fellini de tão surrealista que é. Fiquei pasma, analisei com cuidado (você sabe
que estudei psicologia), e realmente encontrei em alguns compêndios que,
preferencialmente, os homens se sentem mais seguros quando são colocados como
conquistadores, e não como conquistados. Tinha lido isso superficialmente e,
por distração, não dei o valor devido a essa característica bastante
verdadeira. Veja você que, depois de sua carta, passei a ser a mais discreta
possível em todos os detalhes chamativos e, podes crer, melhorou muito mais os
meus assédios e conquistas, aumentando meu faturamento em quase 50%. Porém,
ainda deixa a desejar, para que possamos morar numa quitinete em lugar decente
e menos perigoso!
Em
vista disso, resolvi ir correndo para Salvador, encarnar o papel de “santa
puta”, na sua confraria que, certamente fará sucesso na venda de franquias e
cursos de preparação. Conversei com aquele amigo nosso que é gay e tem curso de
pastor (Jonathas) e ele se prontificou para dar aulas as novas aquisições que
conseguirmos, que trabalharão nos dando uma comissão sobre os clientes, nos
garantindo uma renda extra, bem maior que o nosso faturamento individual. Se
não fosse um bruto pecado, poderíamos colocar o nome da empresa: Universal do
reino das putas. Mas, seria uma afronta e, certamente, descobririam o nosso
segredo desvalorizando nossa nova técnica!
Estarei
indo para a Bahia até o fim do mês e, Sheila e Margareth, disseram que irão em
breve e contam com sua ajuda quando chegarem. Pensei também em arranjar uma
representação com uma editora e ganharmos também com a venda das Bíblias, e uma
indústria de roupas “caretas”, somente valendo para trabalhar com as indicadas
por nós!
Creio
que seremos umas empreendedoras de gabarito, sem precisar dos cursos do CEBRAE.
Nunca pensei que minha família ia ralar tanto para nos formarmos você em
enfermeira e eu em psicóloga, para depois trabalharmos na comercialização de
xoxotas! rs rs rs. Mas, é a vida minha filha!
Beijos
querida e me aguarde em “nome de Jesus”, pois Ele está vendo que estamos
procurando fazer tudo pelo social!
Com
amor e afeto fraternal, sua amiga,
Teka
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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