domingo, 25 de setembro de 2016

Outro dia!

               
Antonio Nunes de Souza*

Nada é mais maravilhoso que passar um filme da nossa vida num dia especial, colocando nossa mente fotográfica para funcionar, apresentando flashes maravilhosos, que nos deram grandes prazeres e nos traz lembranças memoráveis. Foi o que fiz hoje, por ser meu aniversário, logicamente um dia especialíssimo!
Parece ontem, mas, outro dia estava eu engatilhando pela casa e meus pais me acompanhado para eu não fazer diabruras. Eu sorria babando sem nada entender. Ah! Outro dia estava eu com uma fardinha, merendeira do lado para ir a escola ter contato com novas coisas e pessoas, conhecer um mundo novo fora dos que tinha vivido antes. Imagine vocês que, outro dia mesmo, seguia para a capital para estudar com as irmãs Sacramentinas, uma experiência totalmente nova e amedrontava pela fama rigorosa do colégio. Há! Há! Há! Só mesmo rindo, pois, foi outro dia que comecei meus inocentes namoricos, primeiros beijinhos escondidos e, quando muito, uns abraços respeitosos e alguns minutos de mãos dadas!
Parece uma eternidade, mas, foi outro dia que eu terminei meu curso e voltei para minha cidade conviver com minha família. Vejam vocês, eu já era uma moça, que poderia ser chamada de mulher e, com minha beleza simples e singela, conquistar corações, ou mesmo ser conquistada!
Pode ser um exagero meu, mas foi outro dia que comecei a ter namoros mais sérios, já com expectativas matrimoniais na mente. O tempo passou, porém, foi outro dia que terminei me casando, indo morar em Salvador. E veja vocês, como eu estou vendo agora que, outro dia eu estava grávida do meu primeiro filho (nem sabia o sexo), porém, uma alegria enorme tomou conta de mim. Senti que já era uma mulher de verdade e estava pronta para procriar. Isso tudo minha gente, foi outro dia!
Outro dia olhei meus netos, e nem acreditei no que via, já alguns adultos que estou vendo a hora que outro dia qualquer já estejam me presenteando com bisnetos. Há! Há! Há Há... somente dando uma gargalhada, pois, outro dia eu era uma criança!

Depois de ver e sentir as lembranças memoráveis com esse filme em Cinemascope e tela panorâmica, as luzes se acendem na sala de projeção da minha preciosa mente, e sinto toda felicidade que a vida me proporcionou: Sou feliz, saúde bem controlada, tenho uma família bonita e, outro dia que eu era um bebê, sou hoje uma senhora que tenho orgulho da minha idade. Ainda viverei muito para, outro dia, contar maiores detalhes desta linda vida que Deus me proporcionou!
Essa crônica eu agradeço a um amigo de juventude e puberdade que, outro dia, tinha e ainda tem um grande carinho por mim!

Para Dora Pedreira, com um abraço de parabéns cheio de afetividades. Parece que foi ontem que lhe conheci, mas, foi apenas outro dia, que nunca esquecerei!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com


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