segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A história de um índio!

A história de um índio!


Antonio Nunes de Souza*

Nos anos setenta, primeira vez que fui aos Estados Unidos, visitando vários estados, terminei indo até o Texas, lugar que morava um velho amigo de infância que, há muitos anos ali vivia com seus pais, praticamente já sentindo-se um verdadeiro americano do norte. Quando cheguei Renato convidou-me para ficar em sua casa e, para economizar hotel, aceitei prontamente!

Era um mundo novo para, pois, praticamente, todos tinham as características dos cowboys que eu só conhecia no cinema, fazendo com que parecesse estar fazendo parte de uma película! Já no dia seguinte, teria um evento indígena, onde seriam vendidas peças antigas de histórias acontecidas no passado, que jamais foram esquecidas. Lógico que Renato me levou e eu fiquei super eufórico e curioso para ver de perto um “pele vermelha” e suas curiosidades!

Nos aproximamos de uma tenda grande, com uma vasta exposição de coisas curiosas e inovadoras para mim, que logo que me aproximei fui saudado pelo índio todo caracterizado de conformidade com sua tribo. Esse era Cheyenne, tribo super famosa e conhecida em todo mundo. Como eu era um estrangeiro turista, Renato pediu para que ele fosse me mostrando as curiosidades e explicando a história de cada peça exposta. Ele, com uma voz firme, começou a mostrar alguma coisa que pertenceu a um índio famoso pelas suas diabruras, como disse ele, usou de coisas que são aplicadas entre os homens brancos. Essa observação me deixou mais curioso ainda e pedi para continuar!

-O nome do índio era, na nossa língua “Anauam Sabati”, que quer dizer “Quati Sagaz”. Um grande guerreiro, exímio matador de búfalos, lutador dos mais experientes da tribo, que, com essas características, era muito respeitado por todos. Aí que apareceu o defeito grave dos brancos na vida de Anauam Sabati, quando ele passou a, diariamente, sair às escondidas e em silêncio, entras nas outras tendas e transar com as índias, enquanto seus maridos dormiam. E elas que o admiravam como guerreiro, facilitavam as gostosas e selvagens traições, sentindo orgulhos e vaidades por serem possuídas por um grande guerreiro. Anauam, tinha o sexo fixado na cabeça e, com certeza, já nem imaginava o perigo que estava passando!

-Até que um dia, com a maior ousadia, resolveu ir a noite na tenda do cacique, para fazer sexo com a filha do chefão, menina linda que era tratada com o maior carinho, esperando a hora de casar, mas, ainda tinha apenas 15 anos. Porém, seme nua como todos andavam na tribo, provocava muita tesão no nosso “Quati Sagaz. Foi então na madrugada, entrou pelo fundo, deparou logo com a rede que dormia “Laur Berlok” (Luar Belo) e, sem medo de ser infeliz, deitou na rede e começou a acaricia sua presa, que acordou, porém, curiosamente, aceitou todas as suas manifestações, inclusive a penetração na sua vagininha virgem, como se estivesse recebendo um prêmio vindo do céu e dos espíritos! Mas, por azar de Quati Sagaz ela gemeu e falou: “Ula Makan, Ula Makan, que na nossa língua significa “Bote mais, bote mais”. Então a merda aconteceu. O cacique acordou, pegou uma lança e colocou no peito de Quanti, chamou outros índios e, naquela mesma hora, resolveram matar e arrancar seu coro cabeludo, retirar sua pele e jogar o resto de seu corpo para os urubus e abutres!

-Foi feito tudo como ordenou o Cacique, guardaram por muito tempo as coisas que foram feitas com o escalpo e a pele, entretanto, como ele foi um traidor do Chefão da tribo, resolveram que seria interessante se desfazer de tais coisas que lembravam uma atitude deselegante e ousada. Assim sendo está aqui esse lindo espanador feito com seus cabelos, esse tamborim com sonoridade especial, feito com a pele dos seus culhões, Esses mocasins macios e bonitos, artesanalmente fabricados com a pele da bunda, e, do restante, vou lhe mostrar vários cintos e apliques fabricados com sua pele! E ainda, como seu membro era enorme, pegaram a pele e fizeram luvas macias para guidão de motos ou bicicletas!

-Essas mercadorias estão à sua disposição por preços módicos e será uma lembrança de um índio grande guerreiro, porém, muito fodião!

De queixo caído com a história, louco de vontade de voltar para contar aos meus amigos, pedi ao índio o tamborim para um amigo pagodeiro e o par de luvas para dar a outro que negocia com água mineral, mas, é apaixonado por motos!

Essa crônica é para mostrar a todos vocês que esses comportamentos tarados, vem de longas e longas datas e, as cores das peles, não isentam ninguém!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com



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