segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

História? O que é isso para os itabunenses?


                                      Antonio Nunes de Souza*

Essas perguntas vêm sendo feitas pelos jornais, rádios, televisões, blogs e nos botequins das esquinas da vida, mas, infelizmente, nunca passam de comentários e condenações, pobres de ações para combater essas ricas ganâncias comerciais e financeiras de destruir os casarões representativos do início do desenvolvimento e estruturação da nossa cidade, que, como em todos os lugares civilizados, passam a representar o passado, lembrar os homens que ajudaram nessas empreitadas, dando a cidade algumas construções arrojadas para a época, quer sejam como palacetes para moradas, como também para instituições bancárias, colégios educacionais e culturais!
Ontem, 30/12/2012, no apagar das luzes desse ano que encerra um sofrimento em diversos aspectos, fui acordado às sete horas com uma movimentação de trator e algumas pancadas que sacudiam a minha pobre casa (sou vizinho de parece) e, indo verificar, estava sendo destruído, literalmente, o palacete que foi construído pelo Cel. Ramiro Nunes de Aquino há aproximadamente 100 anos, simbolizando na Praça Manoel Leal uma bela lembrança do início do desenvolvimento do nosso município. Poucos meses atrás, presenciamos na mesma praça a demolição do prédio onde funcionou a primeira agencia do Banco do Brasil, sendo usada a mesma filosofia: Sai o prédio velho para entrar dinheiro novo!
Obviamente, como essas atitudes não sofrem nenhuma condenação oficial, estando todas dentro da lei em termos de consentimentos e liberações, nossas lamentações só podem ser direcionadas as cantadas em versos e prosas “sociedades organizadas” (Rotary, Lions, Maçonaria, CDL, Associação Comercial, Entidades Religiosas, Academias de Letras, GAC e outras de iguais ou maiores importâncias) que, minha sofrida e fraca memória falha no momento, mas não falha para reprimir essa atitude nada elogiosa de omissão de providências!
Suponho que depois do Colégio Divina Providência, o Castelinho, o desmoronamento do casarão de Tertuliano de Pinho pelo abandono e os casos citados acima, só nos resta aguardar outras investidas em arquiteturas representativas, provando mais uma vez que continua a sanha de dinheiro na região, tanto pelos que aqui chegam, como pelos filhos (?) da terra.
Inegavelmente, está faltando cidadania, atitude, coragem e solidariedade, para que se tomem melhores cuidados com o nosso município, não deixando como lembrança para os nossos filhos e netos, apenas que nos orgulhamos de ser campeões em assassinatos, dengue, corrupção, unidades hospitalares abandonadas, esgotos a céu aberto e outros escalábros que somente nos envergonham.
Imagine num futuro próximo que seus netos ou filhos perguntem: Por que vocês não fizeram alguma coisa para evitar tais fatos?
Eu, sinceramente, morreria de vergonha e, para que possa ficar tranqüilo, é que, com orgulho, escrevo esse artigo!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)


domingo, 30 de dezembro de 2012

Rosa


                                              Antonio Nunes de Souza*

Seus olhos de tão verdes, lembravam duas esmeraldas acesas, com uma transparência tão acentuada parecendo que suas íris flutuavam em um aquário. Mais fascinante ainda era sua brancura, fazendo lembrar uma porcelana chinesa, que eu quando a abraçava tinha o cuidado de não parti-la em pedaços. O mesmo acontecia quando nos amávamos que, por mais que rolássemos na cama, sempre tinha o cuidado de não ficar por cima dela, pensando que se assim fizesse, quebraria em mil pedaços minha querida Rosa. Esse era o seu nome, que combinava perfeitamente com ela.
Sua igualdade de cheiro, até nas partes mais íntimas, era tão agradável que muitas vezes senti-me um beija-flor quando a enchia de prazer, sugando e lambendo o seu sexo. Já a maciez da sua pele, com certeza ganhava para uma pétala de flor de tão aveludada e macia que era. Estava mais para uma manga rosa pela ausência absoluta de pelos. Quando minhas mãos deslizavam pelo seu corpo, sentia-me como se estivesse acariciando uma escultura grega de tão perfeita que era. Suas pernas longas e certas terminavam em seus lindos pés e iniciavam bem junto às nádegas mais provocante que já vi. Jamais conheci alguém que tivesse as coisas tão perfeitas em seus lugares certos. Seus seios eram como duas pêras apontando para mim, com aqueles lindos faróis cor de rosa como o seu nome. Na cama ela não era somente uma flor, transformava-se em dezenas de mulheres fazendo com que eu me sentisse um grande jarro acolhendo e protegendo um lindo bouquet de rosas. Nós não sentíamos prazer, pois, nós éramos o próprio prazer!     
Como gostaria de encontrá-la novamente, relembrar aqueles momentos contentes e cheios de felicidades, dizer em seu ouvido bem calidamente, como ela foi importante para mim.
Hoje, foi-se a Rosa e ficaram os espinhos da doce lembrança.

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

Quando abri o quarto!


                                     Antonio Nunes de Souza*

Quando abri o quarto, depois de forçar bastante a porta, deparei com Lúcia sentada, cabeça sobre a penteadeira, respingos de sangue no espelho e, no tapete branco, uma enorme mancha vermelha escura decorrente do seu trágico gesto. Ainda em sua mão, segurava firmemente o revólver causador daquele estrago. Corri desesperado colocando-a em meus braços, mas, infelizmente, já era tarde demais. Lúcia estava morta!
Uma crise de choro apoderou-se de mim, ao tempo que a apertava contra meu corpo, estarrecido e surpreso pela sua grotesca atitude suicida, querendo entender o “por que” de tal gesto.
Mesmo com minha cabeça totalmente debilitada pela cena e o fato, tentei a todo custo rememorar tudo de nossa vida, no sentido de captar alguma coisa ou motivo que pudesse de alguma forma, leva-la a desejar acabar com a sua linda e jovem vida.
Conhecemos-nos há dois anos trás, estudávamos na mesma faculdade, sendo que eu fazia economia e ela enfermagem. Fomos apresentados por um amigo comum e, logo, logo, nos identificamos e começamos a namorar. Como era nosso último semestre, com as preocupações das provas finais, teses, plantões, etc., nossos encontros eram restritos apenas aos fins de semana, ocasiões que aproveitávamos bastante para conversar, ir ao teatro, cinema, trocar informações, quebrar as tensões dos estudos e curtir nossa alegria e felicidade. Amávamos-nos profundamente! Somente em olhar para o meu rosto, sentia o prazer incomensurável de estar ao meu lado, sendo que essa reação era idêntica da minha parte. Não vivíamos um para o outro, vivíamos ambos, despojando-nos de todos os bons sentimentos, para que nos transformássemos em uma pessoa só. Um amor raro, belo e invejável!
Como éramos do interior, eu morava em um modesto pensionato e Lúcia dividia o apartamento com uma amiga. Ela somente dedicava-se aos estudos, sendo provida totalmente pelos seus pais. Quanto a mim, fazia trabalhos eventuais, principalmente pesquisas e projetos, para complementar minha manutenção, pois meu pai não tinha condições de bancar-me na capital. Além do meu sacrifício, uma tia ainda me ajudava eventualmente. Minha formatura era o esperado orgulho de toda família. Seria eu o primeiro de duas gerações a completar o curso superior, que para eles era chamado pomposamente de doutor.
Depois de desfilar todos os meus pensamentos procurando razões ou motivos, infelizmente, nada encontrei que, mesmo de longe, justificasse tal gesto! Aos prantos, chamei os colegas dela vizinhos e eles se encarregaram de ligar para a polícia. Depois de alguns dias, já feitas as perícias e comprovadas que foi uma atitude solitária e suicida sem nenhuma explicação, ficamos todos na obscuridade de uma justificativa, uma vez que não foi deixado nenhuma carta ou bilhete e o revolver foi comprado por ela mesma em uma loja da cidade.
Hoje, dez anos depois, não consegui esquecê-la completamente e, sinceramente, vivo intrigado como uma pessoa amando e sendo amada por todos, realizando-se profissionalmente, inteligente, educada e feliz, comete tal loucura. Só posso dizer que são fatos inexplicáveis dessa Vida Louca que vivemos!
Quando nessas situações ouço alguém dizer: “Deus sabe o que faz!”, não ouso duvidar, mas...

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Afastei-me das premonições de 2013!


Antonio Nunes de Souza*

Todos os anos tenho tido a preocupação de buscar um vidente de alta categoria, no sentido de informar aos meus leitores os acontecimentos que advirão no decorrer do ano, evitando assim uma série de surpresas, já que estaremos lastreados nas informações dos magistrais gurus que nos fornecem suas mais fantasiosas estórias que, provavelmente, acontecerão no decorrer do ano!
Fui fazer um estudo analisando as declarações dos últimos dez anos, não me custou muito para perceber que as premonições de final e início de ano, são de uma similaridade absurda. Esses profetas, na grande maioria de enganadores, longe estão de estudiosos e com poderes extras normais, para, colocando a culpa nos astros e seus cruzamentos celestes e solares, sejam capazes de nos fornecer minúcias e detalhes sobre o futuro que, qualquer criancinha sabe, “o futuro a Deus pertence” e nada acontece sem o Seu assentimento! 
Lógico que a mudança de ordem, maneira de expor, os exageros, contemporizações e as dramaticidades, são as armas principais para valorizar seus ditames mágicos e adivinhos. Essas nuances são as maiores características que dão certas credibilidades ao mago em questão.
Juntando os fatos e atos previsíveis, consegui catalogar o seguinte: Acontecerão enchentes em várias regiões do país e, ao mesmo tempo, teremos secas onde morreram centenas de animais vitimas da sede e da fome, cidades cobertas de água pelas grandes enchentes que destruirão estradas, pontes, carros, casas, etc. e, paralelamente, muitas mortes ocorrerão em função dessas hecatombes. Perderemos uns artistas famosos, como também escritores e políticos de destaque nacional, serão descobertas verdadeiras quadrilhas organizadas de políticos e corruptos que desviaram milhões de reais do governo, ficaremos pasmos com um figurão de alto prestígio internacional que será desmascarado por comportamento condenável, vários casais famosos dos estrelatos se separarão, alguns jogadores de futebol brasileiros voltarão para seus times ou outros no Brasil, a criminalidade continuará acentuada, o comércio de drogas continuará crescendo, mesmo com as prisões de seus chefes que, nas prisões, monitoram seus asseclas para que o crime continue sem interrupções.
Como vocês podem ver nada disso constitui novidades ou fatos que, dificilmente, não acontecerão. São coisas que, normalmente, acontecem todos os anos, pois fazem parte dessa vida louca e os comportamentos humanos que colaboram para que se houver alguma mudança, que seja para pior. Um paradoxo, mas, verdadeiro!
Assim sendo, descartei e dispensei meus gurus esse ano, vou aguardar as ocorrências ditas acima e, caso comprovem com minhas analogias, em 2014 tirarei minha carteira de futurólogo e vou também fazer minhas sábias declarações, principalmente no Fantástico e no Faustão!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Chegando o Novo Ano!


                  Antonio Nunes de Souza*

Estamos nos estertores de 2012. Mais um ano finda com o dever cumprido de ter proporcionado maravilhas para uns, conservação e continuidade para outros e uma quantidade expressiva de desilusões para a maioria. Mas, nada está sendo diferente de todos os outros anos passados, com a exceção de pequenas mudanças nas pessoas e nos quinhões que estas receberam.
Parece uma premonição escrita nas estrelas, que todos os anos devem sempre acabar com uma ínfima minoria feliz, pequena fatia de conformados e a soberana maioria triste, sofrendo e se lamentando. Porém, todos transbordando de esperanças que as coisas mudem ou que eles possam, com alguma sorte, verem mudadas suas áreas nas contemplações que ocorrerão, inevitavelmente, no próximo ano.
Pelos projetos e fantasias que criamos no decorrer de dezembro, poderíamos denomina-lo como “mês das ilusões”. Pois, como não é nenhuma novidade, as frases que mais ouvimos em todos os lugares que vamos, são:
Em primeiro lugar: Graças a Deus esse ano está acabando. Nunca tive tantas decepções e problemas atormentando minha vida!
Em segundo: Até que não foi dos piores, mas, se der uma “melhoradazinha” no próximo eu vou dar graças a Deus!
Em terceiro: Foi um ano maravilhoso! Até me surpreendi com tanta coisa bacana que Deus me deu. Tomara que o próximo seja melhor ainda!
Percebe-se claramente que o primeiro pronunciamento é a lamúria do coral formado pelo povo, a segunda é dita pelos que, embora com as dificuldades normais, ainda conseguiram manter seus empregos e não tiveram problemas de saúde, e a terceira é pronunciada por dois tipos de pessoas: os políticos que foram eleitos ou reeleitos, ou os mentirosos que querem passar para os outros uma imagem diferente da sua realidade.
O fato é que em todas as situações o nome de Deus é clamado entusiasticamente, mas, nas suas ações, poucos são os que realmente cultuam esse amor a Ele, para que sejam merecedores das bondades divinas. Esquecem que é através da solidariedade, bondade e carinho com seus irmãos, tratando-os com dignidade e respeito é que se pode ter crédito com Ele para serem ajudados e alcançarem seus objetivos.
Que no próximo ano tenhamos toda a sensatez de olharmos o mundo por um ângulo diferente, onde todos, todos mesmo, são filhos de Deus e merecem também um lugar ao sol e condições para suprirem, na pior das hipóteses, suas necessidades básicas. Se agirmos nos espelhando nesse mar tormentoso de egoísmo que avança nas mentes humanas, jamais teremos paz, serenidade e méritos para alcançarmos o Reino do Senhor.
Que tenhamos todos um Feliz Ano Novo, não esquecendo que devemos comemorar não como uma festa de comidas e bebidas, dar e receber presentes que já está institucionalizada pelo comércio mundial, e sim, a passagem de mais um ano cristão com muitas significações religiosas para todos nós!
Por mais que não queiramos, nos tornamos repetitivos em nossos modestos pedidos!
*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com))

Por que tenho tanto medo?


                                              Antonio Nunes de Souza*
Sempre que nada tenho a fazer, escolho algo fora dos meus padrões normais de comportamento, no sentido de ver e ouvir coisas inusitadas para conhecer novas estórias dessa maravilhosa vida louca.
E hoje, casualmente acertando o meu rádio/relógio, resolvi sintonizar em uma emissora qualquer e comecei a ouvir um programa dedicado a conselhos sobre relações amorosas. Como acho engraçadas essas cartas enviadas aos locutores pseudos psicólogos, comecei a prestar atenção a o que ele dizia:
Com um fundo musical bem romântico, começou a falar: Na nossa programação de hoje dedicaremos a responder a carta da ouvinte Sara Bernadete, moradora do bairro da Liberdade que, com muita preocupação, relata o seguinte:
Prezado J. Castro,
Tenho 22 anos, sou solteira, trabalho na secretaria de educação, tenho boa aparência e estou fazendo faculdade, mas, infelizmente, não consigo arranjar namorado porque me preocupa muito relacionar-me com um rapaz, em função dos perigos que podem causar os contatos que tenho que me submeter durante os nossos encontros. Posso exemplificar os diversos riscos que correrei, assim que começar um namoro. Se ele pegar em minhas mãos sem que as tenha lavado antes, imagino logo que ele está me passando uma série de bactérias trazidas pelos lugares que ele andou pegando pelo caminho, deixando-me contaminada com possibilidade de um unheiro ou alguma doença de pele. Se ele me beijar (ai meu Deus que nojo!), já imaginou quantos estafilococos ou bacilos ele pode ter na boca e, através da saliva, debilitar a minha saúde com uma tuberculose, hepatite ou uma tremenda bronquite? Ave Maria! Não quero nem pensar! Isso sem falar se ele tiver também alguns dentes cariados, mal hálito e implantar umas placas bacterianas em meus dentinhos. Chega até a me dar arrepios!
Pior ainda será se eu conseguir suportar esses contatos iniciais e, por ironia do destino ou uma loucura momentânea, eu vá para a cama com ele (só em pensar me dá náuseas) e tivermos uma relação sexual. Claro que vou exigir preservativo, mas, se a camisinha romper? Já imaginou a tragédia? Ele poderá ter uma porção de doenças transmissíveis! Tem algumas que ainda são curáveis, mas e a herpes, sífilis e a mortal aids? Só em escrever já estou suando e morrendo de nojo e medo!
Portanto, caro locutor, gostaria de ouvir sua opinião se seria justo eu solicitar aos rapazes que se aproximam de mim, uma bateria de exames clínicos e laboratoriais, atestado de saúde, justamente com um atestado psíquico de sanidade mental (imagine se ele for louco e querer me submeter a urgias satânicas e masoquistas?)
Creio que não estou sendo exagerada, apenas uma modesta precaução básica que, com certeza, me proporcionará um relacionamento bom e saudável.
Estou ansiosa por sua abalizada resposta!
Depois de lida essa carta, com um fundo musical a altura, o locutor analista/psicólogo começou o seu comentário abalizado (?):
Querida e estimada ouvinte, facilmente percebe-se que você é uma pessoa bastante previdente, chegando as raias de certo exagero que, para não contrariar seus cuidados, sugiro que não tenha relacionamento de nenhuma espécie, esteja sempre usando luvas, abolir, definitivamente, as preliminares de um namoro ou transa, comprar um ótimo vibrador auto-lavável para suas relações sexuais e se adaptar aos seus orgasmos solitários sem os perigos que hoje lhe afligem. Acredito que você será uma moça feliz, livre dessas doenças desastrosas que são disseminadas pelos homens que não se cuidam.
Qualquer dúvida volte a me escrever que estarei ao seu dispor!
Aí o fundo musical foi aumentado e o divertido e absurdo programa continuou, com outra carta de uma consulente!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com –                 antonioda agral26@hotmail.com)

Por que me enganaram tanto tempo?


                                                        *Antonio Nunes de Souza

Na minha infância querida, que os anos não trazem mais, aprendi através da mídia (cinema, cartazes, rádio, revistas, etc.) que devíamos respeitar os Estados Unidos como a maior potência bélica e econômica do mundo. Tratava-se de um país de poderio tão forte e na frente de todos que, quando acidentalmente, víamos um americano ao vivo, nos curvávamos de gentilezas e preocupações para sermos gentis e subservientes, demonstrando claramente a nossa inferioridade.
Os japoneses, coitados, eram retratados na propaganda americana como perversos, traidores, frios e sanguinários. Quem via um filme americano alusivo a segunda guerra, tinha certeza e convicção, que se não fossem jogadas as bombas em Hiroshima e Nagazaki, eles destruiriam toda face da terra através de monstruosas crueldades. Quando eu via um japonês tremia de medo, pensando que ele ia me matar pelas costas, dar um golpe de karatê ou fazer eu pisar numa mina.
Com os russos foi diferente! Graças a Deus era quase impossível encontrar-se com um russo na rua. Pois não havia lugar que não estivessem expostos grandes cartazes, com um soldado mal encarado chicoteando uma série de homens acorrentados, submetendo-os as piores torturas para executarem trabalhos brutais e além das suas forças. Uma cena aterrorizante, mostrando como o comunismo era algo assustador e maléfico para o mundo. Ainda como complemento, comentava-se a boca pequena que eles até comiam crianças (devia ser “ao primo choro” por ser uma carne mais molinha e tenra). Eu me pelava de medo quando alguém apenas pronunciava a palavra: comunismo ou União Soviética.
Cresci com esse respeito profundo pelos mais inteligentes e poderosos americanos, medo avassalador dos japoneses e pavor pelos abomináveis russos. Sentia um orgulho maravilhoso do meu Brasil. Uma vez que, mesmo meu país sendo do terceiro mundo, era belo, não havia torturadores, injustiças, nossos governantes eram homens sérios e que aqui era a terra da felicidade.
Mas, com o decorrer dos anos, lendo, convivendo e entendendo melhor as coisas, juntamente com os fatos que foram acontecendo, cheguei a conclusão que me enganaram substancialmente, incutindo em minha pobre cabeça uma realidade totalmente inversa, simplesmente por interesses econômicos e pela avidez de conquistar os podres poderes.
Hoje sabemos que os americanos não são nada disso que dizem ser: O FBI não é polícia mais eficiente do mundo, já foi comprovada uma série corrupções em vários escalões. E só desvendam todos os crimes, nas telas dos cinemas. Seu poderio bélico é possante, mas suas defesas são ridículas e vulneráveis (lembrem-se dos ataques as torres e ao pentágono as 10:00 hs, sem que ninguém tenha visto em seus poderosos(?) radares). Sem contar a economia debilitada, desemprego, crimes hediondos, tráfico de drogas, massacres escolares, etc. Suas precauções contra os problemas climáticos da natureza são de uma fragilidade incrível. Sempre que tem uma furação ou hecatombes similares, os resultados são iguais aos países ultra-subdesenvolvidos. Fora às coisas que não chegam ao nosso conhecimento, pois eles não são como nós brasileiros que adoramos falar da nossa pátria, muitas vezes exagerando a realidade, mas nada fazendo para melhorá-la.
Quanto ao Japão (país dos homens malvados), esse deu uma lição fantástica ao mundo, mostrando a capacidade de trabalho de um povo que ama realmente sua pátria, recuperando-se completamente das ruínas como um verdadeiro Fênix, tornando-se um país forte, rico e com tecnologia das mais avançadas e competentes em todas as áreas. Um povo sábio e trabalhador que, se não tomar cuidado, os americanos estragarão com sua milenar cultura, pois já estão influenciando seus jovens com a música, comida (os Mc Donalds da vida) e o vestuário.
Já os russos, por não saberem administrar seu povo, dando os direitos juntamente com a liberdade de pensamento e ação, terminaram criando uma turbulência de conflitos, muita corrupção, revolta e uma série de dissidências. E com isso, em vez de um país com dimensões continentais, tornou-se um amontoado de republiquetas cheias de necessidades e dependências. Hoje, em vez de ser um povo com igualdade social e direito a uma vida decente, lamentavelmente, tornou-se o mau exemplo, desmoralizando um regime e partido que tem uma plataforma belíssima para a humanização e igualdade no mundo.
Quanto ao meu Brasil, prefiro não dizer nada, pois, a todo o momento que ligamos o rádio, a tv ou lemos os jornais, ficamos estarrecidos com o comportamento nada digno dos nossos políticos. Logicamente estou referindo-me a grande maioria, independente de ligações partidárias. O vexame é praticamente global! Somente são inocentes aqueles que souberam melhor esconder seus pecados e, por enquanto, não vieram à tona.
Meu sentimento é ter hoje a confirmação que me enganaram por tanto tempo!

*Escritor (Blog VIDA LOUCA – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com).
                                              

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Obrigado Papai Noel!


                                           Antonio Nunes de Souza*

Embora o bom velhinho seja uma ficção comercial e religiosa, nós, nos desesperos de algumas ocasiões, somos obrigados a abandonar os saberes das nossas consciências, voltarmos à infância querida e acreditar que podemos de alguma forma, sermos bafejados com atendimentos de pedidos importantes para nossas comunidades, através dessa lendária e charmosa personagem!
Esse agradecimento antecipado deve-se ao fato de, já anunciado pela mídia, que o Ministério Público já está tomando providências com relação aos desmandos acontecidos da câmara de vereadores de Itabuna, bloqueando bens dos responsáveis diretos, logicamente, baseando-se nas comprovações de atos lastimáveis que enlamearam essa respeitável casa de legislação! Supomos que essa seja apenas uma primeira etapa, pois, segundo as denúncias jornalísticas, tem muitas outras pessoas também com envolvimentos em corrupções, desvios de recursos, abuso de poder, falsificação de documentos, etc., que, na ocasião que explodiram as notícias, aconteceu uma verdadeira guerrilha de acusações fortes e severas de todos os lados, nos dando uma ideia que os envolvidos são muito mais que o esperado. Contamos que, com a solidez das provas, a justiça seja cumprida com rapidez, não ficando rolando nas benevolências das leis, ou ninguém sendo afastado até cair nas malhas do completo esquecimento.
Que bom que o velhinho das geleiras resolveu colocar essa turma numa fria agora no fim do ano, nos presenteando com justiça e retidão, nos mostrando que ela tarda, mas, não falha, nos apresentando resultados que somente nos darão maiores confiabilidades as leis brasileiras quando são cumpridas com rigor e sem benevolências políticas!
Outro fato que o bom e amável velhinho deixou, praticamente, para a véspera do Natal, é com relação ao absurdo e descabido pedido da volta da gestão plena da saúde para Itabuna, quando todos nós sabemos que a suspensão foi devido ao grotesco procedimento irregular de desvios de recursos (milhões de reais), que causou a exoneração do secretário (acusado pelo próprio prefeito e o atual que era vice), a assistência básica nas unidades dos postos municipais foram transformadas em verdadeiros caos e abandonos, pessoas envolvidas nesse processo de retorno da plena, sejam os mesmos que participaram para a suspensão pelo Estado, aliados a outros que vieram de outras bandas para engrossarem os cabides políticos que, barbaramente, conseguiram aniquilar o Hospital de Base (HBLEM), fazendo a nossa maior unidade hospitalar da região, se transformar em uma vergonha para nós Itabunenses.
Confiamos, totalmente, no Ministério Público que, seguramente, dará um parecer justo, humano e sensato, fazendo com que esses políticos interesseiros respeitem o povo e trabalhem em benefícios das comunidades e não dos seus interesses financeiros, políticos e pessoais!
Sempre digo e repito que: “Deve-se usar a política para ajudar a saúde e a educação. Jamais usar a saúde e educação para fazer política!”
Portanto meu bom velhinho não vá falhar conosco que, cheios de esperanças, voltamos a nossa crente e bonita infância, no anseio de ver o povo feliz e alegre com esse presente natalino, sem colocar seus sapatinhos nas janelas, mas, colocando seus corações sofridos vazios de atenções e cheios de mágoas!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

Mensagens para o Natal!


                Antonio Nunes de Souza*

Você sabe o significado real do Natal?
Tenho certeza que não totalmente!
Todos comemoram como o nascimento de Jesus, mas, na verdade o comportamento oficial é o dar e receber presentes, ceias faraônicas, festas muitas vezes profanas, esquecendo que este acontecimento maior é para se fazer uma reflexão em nossas vidas, exercitar mais nossa solidariedade, amar o próximo e sentir na alma quanto foi importante a chegada do filho de Deus, que dedicou sua vida em benefício da humanidade.
Que nas festividades deste ano, estejamos mais convictos do real sentido do Natal, vendo em cada pessoa um irmão que precisa de carinho e afeto, pois, se caminharmos juntos como Jesus nos ensinou, alcançaremos felizes as graças de Deus.
Agora que você sabe o significado real do Natal, vamos todos vivenciar com amor o nascimento do Menino Jesus!
Nascer numa manjedoura, sofrer perseguições, viver 33 anos pregando o amor, ser humilhado, castigado e morrer crucificado por amor aos homens, e ter como lembrança maior o recebimento de presentes dos três Reis Magos é uma lembrança justa?
Creio que não!
Vamos comemorar o nascimento do Menino Jesus com muito mais amor, orações e reflexões sobre as nossas vidas, mostrando a Ele que sua passagem na terra foi válida e importante e não esquecemos seus sábios ensinamentos.
Que esse Natal seja bem diferente, onde a religiosidade esteja mais presente que os próprios presentes.

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

Minha morada no subúrbio!


                                              Antonio Nunes de Souza*

Tive a desdita de ir morar num subúrbio desgraçado e, por mais que possa exagerar, não conseguirei dizer as coisas bárbaras que presenciei, tendo às vezes de participar, involuntariamente, somente por estar presente na hora que os fatos estavam ocorrendo. Foi uma fase passageira, mas, foram onze meses inesquecíveis, pois é um lugar onde todos se conhecem, se preocupam em demonstrar que uns são melhores que outros e, pela educação e cultura serem pouco desenvolvidas, os “barracos” são armados por qualquer coisa, transformando-se em gritos e bate bocas, muitas vezes em pancadarias com a participação de todos os familiares. Até aqueles que professavam as religiões evangélicas, com seus vestidos longos e sem decotes, caminhando com suas Bíblias nas mãos, camisas de mangas compridas, gravatas e palitós curtos e desbotados, quando aparecia uma motivação de desagravo, partiam para a agressão sem a menor compaixão e, em nome de Jesus, largavam a porrada em seus adversários, como se fossem demônios e capetas em plena função do mal. Havia uma diversidade de religiosidades, com uma expressiva quantidade de adeptos da macumba, catolicismo, candomblé, espiritismo, umbanda e outras que variam sobre esse mesmo tema. E até algumas com princípios e manifestações orientais!
Tive como vizinho, um casal que brigava todos os dias, pois Salvador era um namorador terrível, e sua querida Doralice sentia um ciúme do homem desgraçado e cheio de defeitos que, se fosse um carro a fabrica para fazer um “recall” nele, seria mais prático uma substituição completa e considerar perda total!
Eu tinha trinta anos, recém chegada do interior, solteira e sem profissão específica, somente a vontade de batalhar e um corpo e carinha bonitinhos que ajudam em algumas circunstâncias. Meu projeto principal era fazer uma faculdade e, para tanto, estava pronta para enfrentar qualquer porra que fosse necessário. E, como disse, enquanto nada aparecia, passei a me vestir bem e freqüentar os shoppings no fim da tarde, pensando, realmente, em fazer programas que me trouxessem boas remunerações. E foi mais fácil do que eu esperava, pois sempre haviam executivos de meia idade que, após seus expedientes, iam em busca de aventuras amorosas, cujos cachês nada significavam ou abalavam suas finanças. Mas, para mim, eram significativos e me mantinham numa vida tranqüila e sem problemas com as despesas. O negócio passou ser tão bom que, muitas vezes, eu fazia dois ou três programas num dia e sendo o mínimo cem reais cada, passei a ter uma renda invejável. Foi aí que saí do subúrbio indo morar em um AP quarto e sala muito bem mobiliado, dando-me mais status e condições de receber meus clientes, podendo cobrar melhor meus desempenhos e a segurança que não havia nos motéis. Passei a ser uma empreendedora que, vontade me deu de procurar o Sebrae e, com sua ajuda, abrir umas franquias ou filiais. Percebi que uma xoxota bem administrada, vale ouro. E, barriga de tanquinhos, só servem para fazer produção independente e se picarem nos deixando com a carga nas costas!
O fato é que, depois de dois anos nessa atividade lucrativa e agradável, pois você lida com pessoas inteligentes, bem tratadas, educadas e com situações financeiras definidas, minha vontade de fazer faculdade foi por água a baixo, comprei um carro, dei entrada num apartamento de dois quartos e, juro por Deus, ainda tenho uma poupança com algumas economias. Tenho que explicar que devo tudo isso a uma clientela de sessentões que dou um tratamento de rei e, sempre que desejo algo mais, eles me dão sem nem exigir mais nada em troca e nem as idiotas exclusividades. Entretanto, agora que estou com quarenta e um anos, estou parando gradativamente e, sabem o que vou fazer? Vestibular para direito!
Darei um descanso a minha “perseguida” que trabalhou sem nunca me causar constrangimento, farei a tão sonhada faculdade e, a partir daí, viverei uma vida mais discreta, apenas tendo umas aventuras eventuais no sentido de manter o padrão de subsistência. Não quero com isso incentivar ninguém a fazer o que fiz, pois, nem sempre dá certo, mas, é bom que saibam as tolas moças de hoje que, quando se sabe usar o corpo com inteligência e prudência, pode-se alcançar os objetivos tendo uma vida com certa normalidade, pois essa rachadura frontal é gloriosa e lavou está nova em folha! E agora ainda conta com a ajuda da bunda e o boquete, tão solicitados e valorizados entre as quatro paredes!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – Antoniodaagral26@hotmail.com)

domingo, 23 de dezembro de 2012

Vai dar gosto ficar doente!


Antonio Nunes de Souza*

Lógico que esse título nem de longe espelha a realidade que vamos ter com a atenção a saúde de nossa região e nosso município, apenas é um desabafo irônico de alegria e satisfação, ao saber que estaremos entregues a dois homens comprometidos, capazes, sérios e honestos, com relação à melhoria da assistência a saúde, ou, para ser mais sincero e honesto, com as futuras implantações dignas das unidades médicas que, nos últimos anos, foram aviltadas e, praticamente, inexistentes. Essas vergonhosas atitudes, constatadas por todos, foram às maiores provas de falta de respeito a um povo que, confiante, elegeu governantes que traíram com seus mesquinhos comportamentos.
Estou referindo-me aos médicos Ubiratan Pedrosa e Paulo Bicalho, que já ocuparam a Secretaria de Saúde do Município de Itabuna, deixando suas marcas pelos trabalhos desenvolvidos no período, demonstrando que o povo merece respeito, qualidade de atendimentos e, principalmente, competência e honestidade. Nós por exemplo, perdemos a plena pela maneira grosseira e desumana com que a saúde estava sendo administrada (?), servindo apenas para enriquecimentos ilícitos e desvios de recursos públicos em benefício de um grupo ávido em aproveitar-se dos desmandos e falta de compromissos políticos.
Claro que dizer que “vai dar gosto ficar doente”, jamais será uma realidade prazerosa, simplesmente, quero dizer que, com uma equipe séria, qualificada, postos de saúde com atendimentos adequados, SAMU funcionando a contento e a reabertura de várias outras unidades que foram abandonadas ou entregues a incompetentes apadrinhados, certamente, não representará o terror e medo existente nos dias de hoje, onde vemos, cotidianamente, o grande sofrimento regional pela falta de atendimentos nos mais básicos serviços.
Não me abstenho de dizer que continuo fiel a minha origem esquerdista cinquentona, não votei na chapa vencedora (Vane e Wenceslau), porém, como cidadão e munícipe, tenho que parabenizar os novos administradores pela qualidade com que estão escolhendo seus secretários e diretores, com nomes que dignificam e, certamente, será um grande benefício para Itabuna.
Já podemos dizer que a saúde em Itabuna está bem entregue e pedir que a sociedade participe colaborando de todas as formas, deixe as tristes omissões de lado, pois, cada vez que se participa para melhorias de saúde, educação e segurança, estamos todos trabalhando em benefício de todos. E isso se chama cidadania e solidariedade!

*Escritor (Blog Vida Louca ´antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Confraternização natalina da DIREC 07!


                                            Antonio Nunes de Souza*

Poucas são as vezes que nos deparamos com pessoas alegres, felizes, olhares brilhantes e, com aspectos especiais na personalidade, demonstrando sentimentos dos seus deveres cumpridos!
Isso foi o que tivemos o privilégio de ver na festa de confraternização da DIREC 07, promovida pela sua diretora professora Rita Dantas e sua eficiente equipe que, sem medir esforços, têm trabalhado incessantemente para realizar e dar andamentos aos projetos e as normatizações dentro da educação na região sul, servindo de espelho para outras unidades que enfrentam as mesmas finalidades.
Embora com apenas dez meses na frente da DIREC, a pequena/grande Rita, mesmo tendo enfrentado uma série de tormentos do passado, com sua competência e qualificação, acercou-se de uma assessoria competente e comprometida, fazendo com que as coisas transcorram com maior desenvoltura, bons resultados e um atendimento elogiável pelos que procuram soluções dos seus problemas. Claro que, com esse desempenho, tornou-se justo e pertinente uma confraternização meritória onde somente risos, beijos e abraços, só perderam para as gostosas iguarias e guloseimas que foram servidas durante esse agradável evento.
Após os falatórios, cânticos e orações aconteceram sorteios de pequenas lembranças que, mesmo sendo de pequenos valores, podiam-se ver as satisfações nos rostos dos sortudos premiados.
Para encerrar com um fechamento a altura, tivemos musicas ao vivo para ouvir e dançar com o nosso cantante amigo Jaffé Ornelas, não faltando nada que não pudéssemos considerar uma senhora festa “divina e maravilhosa”!
Parabéns para todos que participaram e que tenham um Natal Feliz, um Ano Novo cheio de novas esperanças e, principalmente, que o governo passe a valorizar mais os professores, pois, sem sobras de dúvidas, são os maiores esteios da educação e merecem ter esse reconhecimento, através de salários dignos e mais que merecedores!
Para mim, o professor merece que sempre seja aberto um tapete vermelho em sua passagem e que todos se curvem em respeito a esses heróis distribuidores de saberes!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com -antoniodaagra26@hotmail.com)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O mundo vai se acabar!


Antonio Nunes de Souza*

Lógico que isso acontecerá em breve e, para tanto, estamos colaborando bastante, sem atentar para as observações científicas e as realidades de alguns sinais fortemente apresentados. Ao que parece, é uma verdadeira disputa entre os homens e a natureza, que, o importante é lutar para vencer, mesmo sabendo que se o homem, idiotamente, vencer, estará se autodestruindo pela sua incapacidade de sobrevivência em condições precárias, adversas e sem sustentabilidade!
Imagino até que, no ano 2000, quando estávamos convivendo com as premonições de Nostradamus, os homens ficaram frustrados porque nada ocorreu, não se concretizando o fim do mundo de conformidade que ele previu. Muitos debocharam, outros fizeram orações intermitentes, promessas e, alguns precavidos, pelo sim, pelo não, fizeram seus “bankers” em porões abarrotando-os com alimentos não perecíveis, para em caso da realização, pudessem se salvar tendo uma nova chance no novo mundo que, obviamente, Deus criaria.
Aí, para a tranqüilidade de muitos (a maioria claro), tudo continuou dentro da normalidade. Ou seja, o homem acabando com o mundo progressivamente, sem ter que seguir premunições de destruições violentas e rápidas. Que sejam violentas, mas, para que rapidez se o bom é ver as coisas se acabando aos poucos (Fauna, flora, água potável, terras férteis, equilíbrio vitalício entre os animais – preservações das espécies, etc.), talvez o sabor e prazer de ver e acompanhar esses estágios, seja a preocupação desumana dos humanos, demonstrando que foi o maior equívoco divino, dar livre arbítrio a um povo que não cultua o amor e a solidariedade. Tem certos dias que estou tão revoltado que, estupidamente, imagino que o Senhor vacilou e deu muita ousadia e liberdade a essas personagens terráqueas! 
Agora estamos nas vésperas das premunições dos Maias, que no dia vinte e um de dezembro o mundo se acabará. É mais uma declaração baseada no calendário desse antigo e inteligente povo, porém, também rebatida pelos cientistas, pois, segundo os estudos e pesquisas, nada está previsto que possa acontecer com o nosso planeta. Provavelmente, mais uma frustração dos homens, ou alegrias, pois eles preferem que acabemos com o mundo nos matando, vendendo e consumindo drogas, estimulando guerras religiosas e preconceituosas, ou praticando assassinatos em massa dando razões as suas loucuras repentinas.
Tenho pena dessas pessoas e lamento profundamente ter que conviver vendo um filme real de violências, onde todos querem ser artistas, mas, na verdade, não passam de bandidos destruidores da humanidade!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Audiência Pública da UFESBA!


                                     Antonio Nunes de Souza*

Foi, seguramente, lamentável para quem perdeu a maravilhosa explanação com relação a todos os detalhes (técnicos e educacionais) expostos nesse encontro rico de informações importantes, sobre um dos acontecimentos mais marcantes para um estado brasileiro e, por que não dizer, para o nosso país. A audiência pública da Universidade Federal do Sul da Bahia – UFESBA!
(Um evento que podemos considerar histórico pela sua abrangência, organizado com o maior critério pela DIREC), capitaneada pela professora Rita Dantas que, não medindo esforços, conseguiu reunir uma concentração de interessados de toda região sul, quer seja na área política, com dois deputados federais (Afonso Florence e Geraldo Simões), diversos prefeitos, inclusive Claudivane e seu vice, vereadores, secretários municipais, representações de diversos partidos, diretores de colégios, professores, alunos, grupos de universitários, a importante presença da Reitora da UESC, todos esses dando brilho com suas interessadas presenças e, ao mesmo tempo, recebendo o brilho das palavras do competente e qualificado professor Nalmar Monteiro, ex reitor da Universidade da Bahia e já nomeado reitor da nossa querida e aguardada UFESBA. Vale salientar que, nos honraram também com suas presenças, representantes dos Quilombolas e Indígenas, demonstrando interesses pelo assunto, com pensamentos de maiores ampliações em seus direitos.
Infelizmente não contamos com a presença do nosso secretário da educação do Estado, Osvaldo Barreto, porém, foi muito bem representado pelo professor Nildon, coordenador do ensino superior da SEC, que nos brindou com um discurso seguro, preciso e detalhado sobre as intenções do Estado para melhorar cada vez mais o desempenho da educação em todos os níveis.
Foram sete horas ininterruptas, entretanto, pelo conteúdo e a maneira cordial com abertura de diálogos explicativos imediatos no desenrolar das narrações, todos ficavam atentos e cuidadosos para não perder detalhes de importância. E o professor Nalmar Monteiro procurou usar de uma linguagem simples sem as nuances acadêmicas, no sentido de que todos saíssem do evento tendo o mínimo de dúvidas e, as que por ventura perdurarem, colocou-se juntamente com sua equipe de parceiros e colaboradores para não só dar novos esclarecimentos, como também para aceitar sugestões que possam enriquecer o projeto.
Esperamos que os que participaram levem as informações para todos, mostrando quanto será importante esse presente que a Bahia está recebendo que, seguramente, dará um grande impulso na educação do sul do Estado, preparando nossos jovens para enfrentarem com competência o crescimento do nosso país!
Parabéns para a DIREC 07 (profa. Rita Dantas e sua equipe) promotora e organizadora do evento, Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Ministro da Educação e todas as comunidades regionais que estão recebendo esse presente natalino!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral@hotmail.com)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ah! Que saudade dos baleiros!


                                                      Antonio Nunes de Souza*

No meu tempo de menino, quando eu recebia uma moeda de presente, corria imediatamente para a rua para encontrar um “baleiro” (vendedor ambulante de balas) para transformar meu doce dinheirinho em balas e voltar para casa sorrindo e feliz. Era sem dúvida um tempo bom e tranqüilo, que todas as crianças praticavam essa ação como uma das mais agradáveis recompensas.

Os baleiros eram jovens ou adultos com suas cestas a tira colo, que já nos conheciam das portas dos cinemas ou de tanto transitarem em nossas ruas gritando: Baleiro! Baleiro! Baleiro!
E esse conhecimento gerava até algumas compras fiado ou o ganho de uma bala inteiramente de graça, se nós fregueses estivéssemos sem a grana habitual.

Infelizmente, esse maravilhoso tempo desapareceu completamente da vida das crianças e, quando hoje estas vão à rua, voltam da escola ou na própria porta da escola e encontram um baleiro, trata-se nada mais nada menos de um assaltante armado que, mandando muitas balas para todas as direções, premiam as crianças e adultos com a morte ou sequelas irreparáveis, complementando com roubos de sacolas, celulares e sequestros relâmpagos.

Será que isso é progresso ou putrefação humana?

Será que preocupados com outras coisas, estamos deixando de educar melhor, não transmitindo valores que devem ser perenes?

Precisamos refletir nossos comportamentos, pois todos nós somos culpados, sendo uns menos e outros mais. Mas, certamente, ninguém está isento da pecha da culpa, já que vivemos em comunidade e devemos ser mais enérgicos no exigir as soluções e solidários para a efetivação dos resultados. A omissão é o pior pecado, pois, por mais que você seja aquinhoado ou privilegiado, certamente, também é o mais visado por ter mais o que oferecer.

Lamentavelmente, o meu tempo bom parece que jamais voltará atrás!
Como brilhavam nossos olhos quando apontava na rua a figura do baleiro, trazendo em seus braços sua carga preciosa de balas diversas, para nos proporcionar a doçura da degustação infantil. Tristemente, ficamos hoje expostos as quadrilhas de baleiros bandidos que, carregados com diversos tipos de balas, seus trinta e oitos e quarenta e cincos, montados em suas motos, verdadeiros cavalos de aço, nos fazem saborear a amargura do sangue.
Perdemos o baleiro e ganhamos a bala perdida!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Como você encara isso?


                                         Antonio Nunes de Souza*

Embora nada desses relacionamentos sejam novidades para mim, já que tive o prazer de viver e conviver a fantástica revolução social na era dos “hippies”, que quebrou dezenas de tabus sociais, econômicos, sexuais e em todas outras linhas comportamentais que uma sociedade falsa e hipócrita fazia seus ditames, freando o progresso em nome de um falso pudor, agregado a interesses militares e políticos outros. Porém, mesmo para quem vem acompanhando a evolução da liberdade sexual por dezenas de anos, ainda não é fácil, para muita gente, encarar com naturalidade alguns fatos que, por uma questão de criação e religiosidade, foram sempre considerados estranhos e inconcebíveis!
O assunto que vou me ater é o casamento entre homossexuais ou simples uniões oficializadas que, nessa última década, tomou um impulso muitíssimo grande, recebendo apoios em praticamente todos os países do mundo, não só perante a sociedade, como também nos ditames das leis, oficializando um comportamento que cada dia amplia a quantidade de adesões, tornando-se impossível de ser combatido ou condenado de alguma forma. Trata-se de dar liberdade de comportamento para todas as pessoas, com igualdade de direitos, que cada um responda pelas suas escolhas e seus atos, desde que respeite os direitos alheios, para que também sejam respeitados. Jamais encararei tais pessoas como seres diferentes ou doentes. São pessoas normalíssimas que, sem nenhuma cerimônia ou medo, escolhe seu parceiro ou parceira, independente de sexo, cor, credo e classe social. O importante é a identificação, reação de pele, clima e desejo. O resto é apenas a complementação de uma união sadia que deve ser respeitada dignamente.
Resolvi escrever sobre esse assunto, que já ressaltei em outras ocasiões, em função dos noventa casamentos que foram realizados esse fim de semana no Rio de Janeiro, com grandes festividades, alegrias e esperanças de uniões duradouras. Por mais que encare o acontecimento com seriedade, não posso deixar de imaginar as grandes e melosas lutas de “espadas”, como também as divertidas, amorosas e dengosas brigas de aranhas na noite nupcial!
Parabéns para todos os nubentes, que sejam felizes por tempos indeterminados e que suas conquistas não parem por aí. Estejam sempre avançando até que todos possam encarar com a maior naturalidade!
Espero que Deus me dê mais algum tempo para que, com a evolução do tempo cientificamente, eu possa ver nos consultórios dos ginecologistas, homens grávidos e orgulhosos das suas barriguinhas, como também, mulheres sorrindo e felizes nos berçários, distribuindo charutos para as visitas!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com  -  antoniodaagra26@hotmail.com)

sábado, 8 de dezembro de 2012

Feliz Natal Para todos!


                                            Antonio Nunes de Souza*

Todos os anos temos a satisfação, desejo e alegria de desejar um feliz natal e um ano novo, agradável e promissor aos nossos parentes, amigos e, logicamente, aqueles que prestam alguns serviços, cuidando da nossa aparência e, principalmente, da nossa saúde. É uma manifestação normal que um ser humano deve ter, provando que o humanismo e a solidariedade são predicados cultivados com carinho e amor.
Porém, você deve ter o maior cuidado com os clichês, frases batidas e repetitivas, tornando uma mesmice anual e semelhante a todas as mensagens, mudando apenas algumas imagens e poucas novidades. Sinceramente, não gosto disso! É cair no lugar comum, não ser criativo e, pior que tudo, não estar levando para as suas pessoas queridas algo novo e interessante que, certamente, despertará novos ânimos.
Assim sendo, tentarei fazer algo diferenciado, enquadrando meus queridos entes em categorias e necessidades mais direcionadas as suas realizações, uma vez que, nem sempre se precisa de saúde, dinheiro, um grande amor, um bom emprego, férias, viagens, paz e tranqüilidade.
Para os saudáveis, lógico que desejo uma continuidade, lembrando que seus cuidados são responsáveis por esse resultado e, racionalmente, devem continuar sabendo se comportar a mesa!
Os que têm ou não dinheiro, basta saber analisar com frieza que nem sempre esse detalhe traz felicidade quando é excesso, assim como, a escassez nos torna forte e guerreiros para suplantar tal situação. Lute que nada é impossível!
Os sonhadores que pensam em encontrar um grande amor, príncipe ou princesa encantada, esqueçam esse detalhe, pois, nem nas novelas as coisas estão tão fáceis. Rala-se muito, decepciona-se mais ainda, só em procurar esse espécime tão raro e utópico. Encontrando um amorzinho básico, vá dando graças a Deus e, se precisar, vá trocando enquanto é tempo até acertar (?).
Um bom emprego? Que tal você estudar bastante e fazer um concurso público para alguns cargos especiais que estão ganhando de doze a vinte e cinco mil reais? Por mais que eu peça a Deus, infelizmente, isso depende exclusivamente dos seus esforços e sua capacidade preparatória. Nesse particular ou você se vira ou nada feito. As pessoas, tipo a Rosemary da secretaria da presidência que poderia até fazer algo, deverá estar presa daqui a pouco e fora do mercado.
Com relação a férias, viagens, paz e tranqüilidade, obviamente, vocês conseguindo os itens anteriores, poderão tirar de letra esses pequenos e essenciais detalhes e, tranquilamente, no fim de cada ano, mandar para mim um lindo cartão de natal!
Para que não fuja totalmente a realidade mundial, envio beijos e abraços para todos, desejando um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Projeto "Saneamento do Rio Cachoeira"!


         Antonio Nunes de Souza*

Estamos acabando de voltar da Praça do Cacau (no campinho do Góes Calmon), onde foi realizada uma belíssima cerimônia, numa parceria entre o Rotary Clube de Itabuna, representada por dezenas de rotarianos tendo a frente seu presidente o ex reitor da UESC professor Aurélio Macedo e, representando a Secretaria da Educação a diretora da DIREC 07, professora Rita Dantas.

Contou-se com o apoio significativo de diversas autoridades (civis e militares), professores, diretores de escolas, representantes de associações de classe e, mais importante que tudo isso, a presença maciça de uma centena de alunos interessados com a solução do problema, que participaram de um concurso de poesias e textos, mostrando o atual estado do rio e a necessidade do seu urgente saneamento. Como estímulo, o Rotary Clube ofertou diversos prêmios para os melhores classificados, foram ouvidas as explanações do projeto elaborado pela professora Maria Luzia Torres, especialista e mestra em problemas hídricos.
A solenidade foi encerrada com o plantio de vinte e três mudas de Pau Brasil que, no futuro, servirão de marco desse valoroso evento em favor da comunidade e toda região cacaueira.

Essa é uma mostra que, quando queremos, podemos fazer as coisas acontecerem, bastando para tanto apresentarmos soluções e também a vontade de ajudar nas suas realizações, estimulando o lado político a tomar as providências necessárias e cabíveis!

Torna-se importante que, nesses casos, onde os agraciados serão todos, que não existam questões partidárias e todos sejam unânimes nas forças positivas, para que tenhamos respostas úteis e benéficas.
Parabéns para todos e vamos continuar lutando e cobrando as providências urgentes que nosso triste rio Cachoeira, afogando-se nas baronesas e detritos, chora pedindo socorro!

*Escritor (Blog Vida Louca – antonioanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.co) 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ironias do destino!



 Antonio Nunes de Souza*

Sentado, as lágrimas desciam pelo rosto ao ouvir uma frase forte e comovente que, num passado distante, a ouvi com entonação de carinho e preocupação e encontrava-me alegre e feliz. Fiz uma retrospectiva, projetando em minha mente um filme que não gostaria de tê-lo assistido:
-Pâmella Mary, saia da lama menina! Falou a mãe enquanto enxaguava na bacia a roupa de lavagem de ganho.
Sorri, internamente, quando ouvi o nome da pequena criatura que, sentada numa poça d’água imunda, brincava tranquilamente como se fosse uma piscina. Analisei como é interessante e peculiar entre as pessoas pobres, colocar nomes exóticos e estrangeiros em seus filhos, procurando enriquece-los de alguma forma, imitando os nomes comumente usados nos filmes e novelas da tv. Mais engraçados ainda são os acréscimos de letras para dar maiores ênfases, muitas vezes tornando ridículas as pronuncias e as combinações. Pâmella Mary era um exemplo típico desse fato!
-Bom dia dona Mariana!
-Bom dia, Dr. Márcio! Eu estava esperando o senhor na parte da tarde, por essa razão não preparei a menina.
-Infelizmente surgiu um compromisso inesperado para hoje à tarde, e resolvi vir logo pela manhã. Mas, como a senhora não tem telefone, não tive condições de avisar. Porém, pode ficar tranqüila que aguardarei de bom grado a preparação da criança.
Enquanto mandava que eu sentasse em um tamborete com as pernas meio bambas, Mariana desocupou a bacia estendendo as roupas no varal improvisado em plena ruela da favela, enchendo-a de água e, em seguida, pegou a menina pelo braço e a colocou dentro, antes porém, lavou os sujos pés que estavam enfiados na lama fétida do fundo da poça.
Conforme havíamos combinado, eu estava ali para levar a menina, adotando-a extra-oficialmente, pois estava casado há 10 anos e não consegui ter um filho em função de um problema genético da minha mulher. E fomos informados que dona Mariana não tinha condições de criar a menina e estaria disposta a dá-la para um casal que fosse respeitável e lhe desse uma boa educação. Ela foi a nossa casa, nos conheceu, viu que tínhamos boas intenções e concordou em nos dar a criança, mesmo sem as burocracias da justiça. Como a menina tinha dois anos e não era registrada, nós a registraríamos como se fosse nossa própria filha e tudo ficaria na mais completa tranqüilidade e segredo para ambos os lados. Pretendíamos dar algum dinheiro para Mariana como uma compensação por estar nos dando uma felicidade ímpar, mas ela recusou-se categoricamente, alegando que, somente em estarmos dando conforto e segurança para sua filha, representava a maior das fortunas que ela poderia ter na vida. Mas, mesmo assim, prometemos ajuda-la em alguma ocasião que fosse preciso.
Não ficamos temerosos com relação a alguma reclamação posterior do pai de Pâmella, pois se tratava de um individuo que apareceu na favela tempos atrás, sem documentos, eiras nem beiras, nenhum parente e fazia biscates diversos para sobreviver. Mariana o conheceu num pagode, ficou, e aconteceu. Uma semana depois desse fato, ele foi atropelado e morto numa rua da zona norte. Mariana só veio saber, através dos comentários habituais da favela. Entretanto, ninguém sabia desse rápido envolvimento e nem ela percebera que já estava grávida. Quando descobriu, deu prosseguimento a sua gravidez, guardando segredo de quem era o pai, pois, naquele ambiente, ninguém tinha preocupações ou causava estranheza alguém aparecer de barriga.
-Pronto Dr. Márcio. Aqui está sua bonequinha! Coloquei nesse saquinho de mercado algumas roupinhas, embora o senhor tenha dito que já tinha em casa um enxoval completo no quartinho dela, que tive a felicidade de ver. Ela disse isso escondendo com um sorriso os olhos lacrimejantes de uma mãe que está entregando um pedaço de si.
Dei-lhe um abraço, agradeci mais uma vez, e alegre e comovido carreguei a criança nos braços, partindo para o carro que estava um pouco distante, em função do caminho do seu barraco ser intransitável, onde Eunice, minha esposa, me aguardava, pois não queria ver a cena da despedida. Mas, nada aconteceu que fosse dramático.
Pâmella não esboçou nenhuma reação e nem estranhou as pessoas que a estavam levando-a O passeio de carro, as novas paisagens e a variação de novidades, eram suficientes para faze-la feliz e nem lembrar do seu barraco ou da própria mãe.
Tomamos todas as providencias combinadas e normais para perfilha-la e criar a menina dando-lhe educação, carinho e amor. Não mudamos o seu nome, como uma homenagem ao gosto(?) da sua mãe.
Os anos passaram, Pâmella terminou o curso secundário, fez vestibular e passou a cursar a faculdade de arquitetura. Quanto à dona Mariana, curiosamente, após dois meses que havíamos trazido a menina, voltamos ao seu barraco e não a encontramos. Seus vizinhos não souberam nos dar nenhuma notícia, como também, nesses 19 anos, jamais voltamos a nos falar ou ter alguma referencia do seu paradeiro. Em função disso, jamais contamos nosso segredo para a menina.
Mas, como muitas vezes o destino nos prega peças nem sempre agradáveis, Pâmella começou um namoro com um rapaz que era usuário de drogas e, infelizmente, levou-a para o vício. E, como comumente acontece, quando percebemos já era tarde. Ela começou a ser agressiva, passar dias fora de casa, deixou de frequentar a faculdade, além de beber e fumar, iludida como muitos jovens, achando que isso é que era felicidade.
Tentamos de todas as maneiras contornar a situação, mas, somente pode-se ajudar, quem realmente deseja ser ajudado. E ela nada queria e não aceitava mais nossos carinhos e atenções, terminando por ir morar com o tal indivíduo em um quartinho de uma pensão de quinta categoria.
Depois de meses nessa vida, onde não tínhamos nenhuma notícia, hoje ela apareceu aqui em nossa casa, com uma aparência horrível, olheiras, mal vestida e, cinicamente, veio nos pedir, quase exigindo, dinheiro para comprar drogas, pois estava em tempo de enlouquecer e, caso não tomasse uma dose iria morrer de dores por todo corpo.
Foi nesse instante que ouvi a fatídica frase, desta feita repetida por minha mulher, com muita compaixão, lágrimas e amor, que me fez lembrar toda essa triste história:
-Pâmella Mary, saia da lama menina!
     
 *Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)
                                                                                                                                             

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A doença da moda!


                                 Antonio Nunes d Souza*

Começo minha crônica esclarecendo que não estou falando com bases científicas, não pretendo ser visto como dono de verdades, nem tão pouco mais um dos criadores de pânicos e apavoramentos, apontando e fazendo colocações para justificar uma série de atitudes, reconhecidas e rotuladas como doença e debilitação!
Estou referindo-me a tão temida e discutida em todos os ambientes, oficializada como “depressão psíquica”. Que, normalmente, é oficializada não só pelos parentes, como também os médicos consultados que, baseando-se nas declarações dos comportamentos dos indivíduos, chegam à conclusão nada agradável, que seus clientes estão sofrendo de uma “deprê” aguda.
Dezenas de anos atrás, provavelmente esse comportamental poderia ser visto e encarado como realmente fatos estranhos, pois, tínhamos uma vida tranquila  um crime mesmo em uma grande cidade era assunto para semanas de comentários, assaltos a bancos era impossível acontecer a não ser nos filmes americanos, quando se sabia que havia uma pessoa na cidade que fumava maconha era o maior reboliço e cochicho em todos os lares. Troca de tiros entre a polícia e marginais nas principais ruas das cidades e, em pleno dia, isso era completamente inconcebível e quem falasse tal coisa era considerado louco exagerado. Então, com essa tranqüilidade e normalidade de vida, aqueles que se retraiam em suas residências, cercando-se de medos e pânicos, trancando-se em suas redomas invisíveis, fugindo do convívio social e, em alguns casos, procurando o suicídio como uma maneira de livrar-se dessas ocorrências, demonstrando incapacidade psíquica para enfrentar situações complicadas e inerentes do progresso (?) e ampliação dos novos hábitos e costumes nada enriquecedores para as comunidades, poderiam até serem tratados como, realmente, depressivos ou personalidades fracas para enfrentar fatos novos e complicados.
Entretanto, como já esclareci em outras ocasiões, com as barbaridades que acontecem diariamente e durante todo o dia, não podemos em nenhuma hipótese, classificar alguém que se retrai e afasta-se do convívio social, procura refúgio em seus lares, diversão em seus computadores, restringe as amizades e apega-se a alguma religiosidade, como depressivos dignos de pena e tratamentos. Pois, se formos analisar aqueles que circulam livremente, enfrentando todos esses perigos e riscos com naturalidade, como verdadeiros loucos, varridos que não amam suas vidas e acham lindo viverem perigosamente.
Eu faço parte do grupo dos coerentes, bom senso, previdentes e cautelosos, mas, não admito que seja cadastrado como depressivo. Vivo baseando-me num adágio que meu sábio avô sempre repetia para me alertar: “Meu netinho, nunca se esqueça que, quem tem c... tem medo!” Como eu tenho, procuro me resguardar!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)