Antonio Nunes de Souza*
Tinha
prometido ao meu juízo que descansaria e daria uma trégua sobre esse assunto,
com relação a escrever alguma coisa relativa à política. Não por desgostos
pelos resultados, pois, concordando ou não, sempre acato a vontade do povo e,
sinceramente, sofro e divido as dores, quando escolhem errados e são enganados
pelos espertos e enganadores candidatos.
Desta
feita estou me voltando a um comportamento que nada exprime um gesto de
cidadania e, ao mesmo tempo, seguramente, altera resultados nas escolhas dos
candidatos, muitas vezes, prejudicando aqueles que mais se preocupam em
apresentar planos, projetos, modificações importantes e outros fatores
assistenciais em benefício comunitário e são, barbaramente, massacrados e
cobertos pelas músicas e ritmos dos mais potentes sistemas de som dos seus
concorrentes nababescos. Os candidatos mais sagazes e velhas raposas, já
sabendo disso, inclusive graças a isso chegaram onde estão, contratam seus
criadores de jingles mais competentes, gravações bem elaboradas, refrões com
sentidos dúbios e até maliciosos, letras que desqualificam os adversários, enfim,
um ataque em massa que, geralmente, conseguem resultados esplendidos de
simpatias e preferências, com a grande massa de cantantes e reboladores nas
caminhadas, passeatas e carreatas!
Imagino
que será muito difícil, modificar esse sistema implantado no nosso “país do
carnaval”, onde qualquer evento (hoje até os sacros santos) é regido ou
acompanhado por cânticos, danças e movimentos corporais. Não sou careta não,
mas, sou do tempo em que a missa era uma representação do sofrimento de Cristo
e, obviamente, requeria um silencio absoluto para que se fizessem reflexões
sobre a bondade de Deus, e o sacrifício do seu filho em favor da humanidade.
Embora com algumas mudanças de pensamentos, tenho saudades do meu tempo de
coroinha que, com minha modesta latinidade, ajudava minhas missas chocalhando
meus sinos e incensando os fieis!
Lembrei
essa parte religiosa para fazer uma analogia as nossas caminhadas, carreatas e
passeatas, tipicamente carnavalescas, quando na verdade deveriam ser desfiles
cívicos, patrióticos, com faixas e cartazes expressando planos e projetos,
qualidades e comprovação de competência dos candidatos, demonstrando para o
povo as boas intenções de cada um, principalmente suas capacidades de
executarem suas promessas. Mas, ao contrário de tudo isso, o que temos o
desgosto de ver é um amontoado de homens e mulheres, se requebrando nos Raps,
pagodes, arrochas, forrós, axés, etc., grande maioria com suas latas de cerveja
nas mãos, uma esfregação contaminada pelo álcool, transformando um desfile que
deveria ser para uma seletividade de competências entre as escolhas
inadequadas.
Já
temos carnaval o ano todo (micaretas, S. João, S. Pedro, festas semanais, festivais
sazonais, ensaios de blocos, shows eventuais, etc.), vamos tentar nessa
campanha que está começando, dar um caráter de maior seriedade na área
política, respeitando-a mais, demonstrando que estamos nos educando para
valorizar o futuro do nosso país. A isso chama-se cidadania e civilidade!
São
apenas alguns meses de reflexão comportamental, que, com certeza, lhe darão
quatro anos de uma melhor administração!
“Não
votem em partidos, votem em caráter e qualificações!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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