Antonio Nunes de Souza*
Essa
é a dúvida terrível, provocada pelo lançamento de uma biografia por um
historiador, que segundo o seu livro, baseando-se nos comportamentos e
informações confidenciais de pessoas da época, nosso valente, lendário e herói
do sertão, Capitão Virgulino, o corajoso guerreiro, conhecido mundialmente pela
alcunha de Lampião, jogava água fora da bacia, e era chegado a uma viadagem
entre uma batalha e outra!
Felizmente,
a família do nosso idolatrado herói sertanejo, está proibindo a circulação do
livro que, sem nenhuma benevolência, tenta caracterizar o nosso “He-Man”
nordestino como homossexual e, para desmoralizá-lo mais ainda, o tal livro
ainda declara, que sua companheira e mulher, Maria Bonita, o enganava com
companheiros do próprio bando.
Não
acredito de forma alguma que esse exemplo de coragem, destreza e valentia do
norte/nordeste, tenha tido esse comportamento e, somente agora, que esse
assunto veio à tona, já que se trata de algo que destoava, com os
comportamentos na época. Se fosse hoje, ninguém nem ligaria, pois, essa atitude
está tão normal, que não assombra mais ninguém!
Caso
esse absurdo tenha sido verdade, coloque a sua fértil mente para funcionar, e
veja como seria complicado ele arranjar um parceiro entre os seus comandados,
pois, com certeza, se este não fosse bom no desempenho, estaria passivo de ser castrado
ou morto sem nenhuma dó e nem piedade. E será que alguém teria coragem, de nos
estertores do gozo, dizer: Mexa mais meu Lampiãozinho!
Não
acredito em nenhuma hipótese numa barbaridade dessa, como também a
possibilidade, de depois de uma valente e sangrenta batalha, ele voltar ao
acampamento e, dentro da sua tenda, olhar para Maria Bonita e dizer com a maior
desenvoltura, um jargão que foi muito usado na TV alguns anos atrás: “Ai como
eu sou bandida!”
Esse
é o meu veemente protesto contra esse absurdo, querendo desmistificar um dos
poucos heróis guerrilheiros nacional que, até os dias atuais, foi símbolo de
coragem e valentia verde amarela. Surpreende-me mais ainda é que, com assuntos
mais importantes e atuais, aparecer um escritor/pesquisador, para bisbilhotar
um fato que nada acrescenta de honroso para nossa história!
Em
minha opinião, Lampião, mesmo com aquelas roupas cheias de enfeites, não tinha
cara de jeito nenhum de quem queimava o “fiofó”!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos fundadores da Academia Grapiúna de
Letras!
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