quarta-feira, 18 de setembro de 2024

LAMPIÃO OU LAMPARINA? (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Essa é a dúvida terrível, provocada pelo lançamento de uma biografia por um historiador, que segundo o seu livro, baseando-se nos comportamentos e informações confidenciais de pessoas da época, nosso valente, lendário e herói do sertão, Capitão Virgulino, o corajoso guerreiro, conhecido mundialmente pela alcunha de Lampião, jogava água fora da bacia, e era chegado a uma viadagem entre uma batalha e outra!

Felizmente, a família do nosso idolatrado herói sertanejo, está proibindo a circulação do livro que, sem nenhuma benevolência, tenta caracterizar o nosso “He-Man” nordestino como homossexual e, para desmoralizá-lo mais ainda, o tal livro ainda declara, que sua companheira e mulher, Maria Bonita, o enganava com companheiros do próprio bando.

Não acredito de forma alguma que esse exemplo de coragem, destreza e valentia do norte/nordeste, tenha tido esse comportamento e, somente agora, que esse assunto veio à tona, já que se trata de algo que destoava, com os comportamentos na época. Se fosse hoje, ninguém nem ligaria, pois, essa atitude está tão normal, que não assombra mais ninguém!  

Caso esse absurdo tenha sido verdade, coloque a sua fértil mente para funcionar, e veja como seria complicado ele arranjar um parceiro entre os seus comandados, pois, com certeza, se este não fosse bom no desempenho, estaria passivo de ser castrado ou morto sem nenhuma dó e nem piedade. E será que alguém teria coragem, de nos estertores do gozo, dizer: Mexa mais meu Lampiãozinho!

Não acredito em nenhuma hipótese numa barbaridade dessa, como também a possibilidade, de depois de uma valente e sangrenta batalha, ele voltar ao acampamento e, dentro da sua tenda, olhar para Maria Bonita e dizer com a maior desenvoltura, um jargão que foi muito usado na TV alguns anos atrás: “Ai como eu sou bandida!”

Esse é o meu veemente protesto contra esse absurdo, querendo desmistificar um dos poucos heróis guerrilheiros nacional que, até os dias atuais, foi símbolo de coragem e valentia verde amarela. Surpreende-me mais ainda é que, com assuntos mais importantes e atuais, aparecer um escritor/pesquisador, para bisbilhotar um fato que nada acrescenta de honroso para nossa história!

Em minha opinião, Lampião, mesmo com aquelas roupas cheias de enfeites, não tinha cara de jeito nenhum de quem queimava o “fiofó”!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos fundadores da Academia Grapiúna de Letras! 

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