quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

UMA FRANCESA EM SALVADOR!

 

Antonio Nunes de Souza*

Tenho orgulho de ser criador das minhas crônicas, usando de imaginação, humor e facilidade para inventar “estórias”, viáveis e não viáveis, mas, que tenham duas vertentes: Um pouco de diversão e uma mensagem embutida nas entrelinhas. Graças a Deus, algumas vezes consigo!

Porém, em algumas ocasiões (como esta), vem lembranças de fatos inusitados e esquisitos, que participamos e testemunhamos com hilaridade, que vale a pena contar como, inadvertidamente, alguém se mete inocentemente em uma aventura perigosa, e com a proteção divina, escapa ilesa e relativamente, contente e feliz!

Tive a alegria e o privilégio de passar 35 anos da minha vida, indo para Salvador uma semana antes do carnaval e retornar uma semana após, pois, na semana seguinte aos festejos, sempre alugava uma boa escuna, enchia de amigos e íamos passear nas paradisíacas ilhas da costa baiana, indo sempre comer uma moqueca de peixe com molho de camarão, na maravilhosa ilha de Maré, cantada e decantada pela deslumbrante e inesquecível cantora Clara Nunes!

Sempre acompanhado da minha mulher e mais alguns amigos e casais qualificados, inteligentes e de bom gosto. Nesse particular, sempre fui exigente em escolher companhias agradáveis. E, num desses carnavais, tive a oportunidade de conhecer uma mulher francesa, bonita, sorridente, simpática, corpo belíssimo e super alegre, sendo a primeira vez que vinha ao Brasil, vindo de Paris direto para Salvador, hospedando-se com um dos meus amigos que, amigo do seu ex marido, o cantor Ray Charles, a tinha apresentado em Nova Yorque. Ela tinha até um filho com o cantor, mas, não veio para passar o carnaval em Salvador. Não precisa dizer que ela ficou enlouquecida com a cidade, a festa, as intimidades imediatas dos baianos (com beijos e braços, etc.), convites para sair, dançar, conhecer as famílias, enfim um tratamento bastante longe dos padrões europeus e americanos do norte. Nunca tinha visto tantas liberdades e libertinagens, pelos lugares que havia passado no mundo. Dizia feliz em francês: “Voici le paradis” (Aqui é o paraíso)!”

Aconteceu que uma das noites, estávamos todos na Praça Castro Alves, que era nosso reduto, e ela desejou voltar para casa as três da madrugada e, como ninguém queria voltar, ela foi a procura de um taxi. No caminho, passou um carro com três homens, que parou e lhe ofereceu carona. E ela pensando na bondade e solidariedade dos brasileiros e baianos, entrou e seguiu a vigam com eles. A casa que ela estava hospedada era no Rio Vermelho, mas os caras levaram ela para a Pituba, foram para praia e fizeram as maiores sacanagens, transando em várias posições, os três ou dois ao mesmo tempo, sexo oral, anal e todas as maneiras possíveis e, curiosamente, ela amando tudo isso achando que fazia parte dos festejos, ter também relações com liberdades totais. Somente depois que eles lhe largaram na praia é que ela foi perceber que tinha sido sequestrada e usada sexualmente. Foi para a pista, esperou passar um taxi, foi para casa, e na manhã seguinte nos contou essa aventura rindo bastante pelo perigo que passou, mas, disse com alegria: “Apesar de tudo, foi uma delícia. Gozei várias vezes!”

Nunca mais vi essa francesa, porém, jamais esqueci essa louca aventura. Observo que ela somente falava francês e inglês, e levava sempre na bolsa um cartão com endereço e telefone da casa do meu amigo, que estava nos hospedando!

*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!

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