Antonio Nunes de Souza*
Tenho
orgulho de ser criador das minhas crônicas, usando de imaginação, humor e
facilidade para inventar “estórias”, viáveis e não viáveis, mas, que tenham
duas vertentes: Um pouco de diversão e uma mensagem embutida nas entrelinhas.
Graças a Deus, algumas vezes consigo!
Porém,
em algumas ocasiões (como esta), vem lembranças de fatos inusitados e
esquisitos, que participamos e testemunhamos com hilaridade, que vale a pena
contar como, inadvertidamente, alguém se mete inocentemente em uma aventura
perigosa, e com a proteção divina, escapa ilesa e relativamente, contente e
feliz!
Tive
a alegria e o privilégio de passar 35 anos da minha vida, indo para Salvador
uma semana antes do carnaval e retornar uma semana após, pois, na semana
seguinte aos festejos, sempre alugava uma boa escuna, enchia de amigos e íamos
passear nas paradisíacas ilhas da costa baiana, indo sempre comer uma moqueca
de peixe com molho de camarão, na maravilhosa ilha de Maré, cantada e decantada
pela deslumbrante e inesquecível cantora Clara Nunes!
Sempre
acompanhado da minha mulher e mais alguns amigos e casais qualificados,
inteligentes e de bom gosto. Nesse particular, sempre fui exigente em escolher
companhias agradáveis. E, num desses carnavais, tive a oportunidade de conhecer
uma mulher francesa, bonita, sorridente, simpática, corpo belíssimo e super
alegre, sendo a primeira vez que vinha ao Brasil, vindo de Paris direto para
Salvador, hospedando-se com um dos meus amigos que, amigo do seu ex marido, o
cantor Ray Charles, a tinha apresentado em Nova Yorque. Ela tinha até um filho
com o cantor, mas, não veio para passar o carnaval em Salvador. Não precisa
dizer que ela ficou enlouquecida com a cidade, a festa, as intimidades
imediatas dos baianos (com beijos e braços, etc.), convites para sair, dançar,
conhecer as famílias, enfim um tratamento bastante longe dos padrões europeus e
americanos do norte. Nunca tinha visto tantas liberdades e libertinagens, pelos
lugares que havia passado no mundo. Dizia feliz em francês: “Voici le paradis”
(Aqui é o paraíso)!”
Aconteceu
que uma das noites, estávamos todos na Praça Castro Alves, que era nosso
reduto, e ela desejou voltar para casa as três da madrugada e, como ninguém
queria voltar, ela foi a procura de um taxi. No caminho, passou um carro com
três homens, que parou e lhe ofereceu carona. E ela pensando na bondade e
solidariedade dos brasileiros e baianos, entrou e seguiu a vigam com eles. A
casa que ela estava hospedada era no Rio Vermelho, mas os caras levaram ela
para a Pituba, foram para praia e fizeram as maiores sacanagens, transando em
várias posições, os três ou dois ao mesmo tempo, sexo oral, anal e todas as
maneiras possíveis e, curiosamente, ela amando tudo isso achando que fazia
parte dos festejos, ter também relações com liberdades totais. Somente depois
que eles lhe largaram na praia é que ela foi perceber que tinha sido
sequestrada e usada sexualmente. Foi para a pista, esperou passar um taxi, foi
para casa, e na manhã seguinte nos contou essa aventura rindo bastante pelo
perigo que passou, mas, disse com alegria: “Apesar de tudo, foi uma delícia.
Gozei várias vezes!”
Nunca
mais vi essa francesa, porém, jamais esqueci essa louca aventura. Observo que
ela somente falava francês e inglês, e levava sempre na bolsa um cartão com
endereço e telefone da casa do meu amigo, que estava nos hospedando!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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