Antonio Nunes de Souza*
Flamenguista
ferrenho, apaixonado pela seleção, e solteiro, assim que surgiu a possibilidade
do hexa, me entusiasmei e, sem titubear, tirei passaporte, fui a uma agência de
viagens, fiz meu crediário das passagens, taxas de embarques, ingressos e hospedagens,
englobando tudo para ficar uma só prestação. Com a venda de meu carro, dei uma
ótima entrada, para ficar uma prestação mais em conta. Vejam vocês as
porralouquices que apaixonados pelo esporte bretão é capaz de fazer, sem pensar
nas consequências!
Parti
no dia previsto, levando uma bolado em cheque de viagem, pois sabia que lá as
coisas eram tudo pelos olhos da cara e de outros lugares. No início ia tudo
bem, a seleção se mantendo numa boa, até que, inesperadamente, recebemos um 2 X
1 nos mandando pra casa cheios de vergonhas nas caras, deixando todos os brasileiros
putíssimos, principalmente eu que tinha feito um sacrifício desgraçado para
essa maratona esportiva!
No
dia seguinte, já sem ânimo pra nada, seleção desclassificada, veio em minha
mente a ideia de internacionalizar minha vida sexual com uma mulher árabe, que
seria algo delicioso, e uma novidade para contar aos amigos deixando-os de
bocas abertas. Cheio de gesticulações e um pouquinho de inglês, consegui dizer
ao porteiro do hotel o meu desejo, e ele já treinado nesses esquemas, acertou
para me levar dentro de uma hora a um lugar especial. No horário apareceu e me
pegou no seu carro e fomos para uma mansão meio fora da cidade. Lá chegando ele
falou com o recepcionista, que deu aquele sorrisinho maroto para mim, fez um
salamaleque com a cabeça, me curvei como resposta, o porteiro foi embora e fui
levado para um salão, onde tinham umas belas mulheres bailando a dança do
ventre com a maior sensualidade, que logo me deixou excitado e pensei: “Porra!
Quando eu chegar lá e contar, vou deixar todos na inveja!”
Sem
perder tempo, escolhi uma, fiz um sinal e ela veio toda dengosa, mas sem falar
nada, já que eu não entendia árabe! Ela me pegou pelo braço, me levou ao caixa
para fazer o pagamento antecipado, que me deixou tonto quando vi que eram 400
euros (aproximadamente 2.500 reais), como já estava no fogo, o negócio era me
queimar. Passei o cartão Visa e, com um sorriso, me levou para o quarto. Em
silencio, pois, esse ato a linguagem é universal e funciona sempre a contento.
Ficamos nus, nos deitamos e começamos as carícias preliminares, e aos poucos
avançando nos modos e trejeitos, até que ela sentindo o maior prazer do clímax,
dengosamente falou: “Ai meu filho! Eu dei um pulo para o lado e perguntei: Você
sabe falar português?
-Eu
sou da Bahia, nasci em Buerarema e fui criada em Itabuna, vim para o Qatar há 3
anos para ser doméstica, mas, aqui chegando achei que essa profissão era mais
rentável, e tem 2 anos que estou aqui na mansão do amor!
-Puta
merda! Eu sair de Itabuna pra comer uma conterrânea no Qatar, pagando uma baba?
Que azar retado! Se eu contar isso vou tomar gozação o resto da vida!
-Não
fique zangado não. Vou até aproveitar e lhe pedir para levar uma carta, e uma
encomenda para meus parentes!
Não
vou levar porra nenhuma, minha filha! Mande suas coisas pelo correio, ou então num
lombo de camelo!
Sai
do quarto, me dirigi a saída, peguei um táxi e voltei para o hotel, arrependido
de ter me endividado, vendido meu carro, perder o hexa, e ainda transar a peso
de ouro com uma Bueraremense!
Juro
que a próxima copa eu vou ver pela televisão!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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