quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

 

O TEMPO É HERÓI OU VILÃO?

Antonio Nunes de Souza*                                                                                                           

Finda o último mês de 2022, tão rápido quanto um raio, parecendo que o tempo quer pregar uma peça nos dizendo que, como as coisas estão, não se pode esperar a banda passar cantando coisas de amor, como disse o Chico Buarque!

Certamente, zangado por lhe culparem de todas as coisas que acontecem, resolveu agir com rapidez aumentando a aceleração, esperando que os homens tenham uma noção mais inteligente, percebendo que ele (o tempo) é apenas uma medida de vida e não de destinos ou ocorrências. Essas são estritamente ditadas pelos próprios homens que, com o uso do discernimento e bom senso, podem qualificá-lo com adjetivos melhores!

Embora seja algo abstrato e, seguramente, passageiro, ele com toda razão, julga-se importante bastante para ser respeitado pela oportunidade que dar para todos que sabem usá-lo, de uma maneira proveitosa e racional. Desses, com certeza, você sempre ouve comentários mais plausíveis, que o envaidece e o deixa lisonjeado: O tempo está ótimo! Tive tempo de fazer tudo! Felizmente tive tempo bastante para curtir, e ainda sobrou tempo para eu fazer outras coisas!

Mas, a grande maioria dos homens, já estabeleceu em suas condenáveis mentes, a ideia nada justa de rotular o tempo como o culpado de suas falhas sociais, comerciais e afetivas, usando expressões injustas e descabidas: Desculpe, mas não fui porque não tive tempo!  O dia foi curto e não tive tempo de fazer nada e nem fui à reunião da diretoria!  Oh! Meu bem, não tenho aparecido porque não tenho tido tempo pra nada! Quando menos espero o tempo já passou! E outras desculpas fajutas!

Para esses o tempo não passa de um vilão que atrapalha, significativamente, suas vidas e, consequentemente, as vidas de muitas outras pessoas que dependem e confiam neles!

Em nenhuma circunstância o tempo pode ser considerado um vilão ou agente negativo, provocador de arbitrariedades. Ele é uma disponibilidade divina que nos dá a oportunidade de arquitetar, construir, colorir e embelezar nossas vidas, desde que saibamos utiliza-lo racionalmente, tendo a consciência de que ele jamais voltará atrás, ou parará para esperá-lo se seus passos estiverem lentos demais e fora do compasso!

Por essas razões é que muitos chegam ao destino de suas caminhadas, traçadas racionalmente dentro do tempo certo, alcançando seus objetivos, e ainda têm tempo de sobra para desfrutar dos resultados obtidos. Enquanto outros, céticos e desajustados, ficam pelo caminho culpando que não tiveram tempo para realizar seus sonhos!

Para esses últimos, só posso dar um conselho sábio: Corram que ainda existe muito tempo para vocês mudarem os finais de suas histórias. Tempo não é dinheiro. Tempo é uma medida de realização pessoal. Ou melhor dizendo: “Tempo é uma questão de preferência” Se lhe interessa, claro que você sempre encontra tempo!

*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!

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