Antonio Nunes de Souza*
Impressionante, ao mesmo tempo, inusitado e
inesperado, surge do nada, ou mais precisamente da escória do exército, um
capitão reformado cheio de pretensões, desejos e sonhos, de ser algum dia
ditador fascista ou neonazista de nossa maravilhosa nação!
Aí, mais que depressa, arregaçou as mangas e, com
mentiras e bravatas de salvador da pátria, transformou-se em um potente ou patético
foguete, desses utilizados nas festas, principalmente religiosas. Porém, com cargas
de impulsão e explosivos potentes e quantidades bem acima das normais!
E, mediante tais aparatos, relativamente bélicos,
impulsionado por seus ricos fogueteiros, foi atirado para o alto, subindo, subindo,
subindo gradativamente por longo tempo, não deixando de pelo caminho ir
soltando suas bombas explosivas, chamando a atenção de todos, não só pelo
barulho, como também pelos coloridos pirotécnicos enganadores que, com alegria,
fazia com que sempre alcançasse mais altura e brilho, chegando ao ponto de
entusiasmar multidões de desavisados, principalmente uma vertente de religiosos
interessados, que manipulam como “paus mandados” uma gama substancial de iludidos
fiéis, obedientes cordeirinhos em nome de Jesus!
Finalmente, como um herói de revista em quadrinhos,
chegou ao ápice, sendo até considerado um miraculoso Mito ou, mais
absurdamente, como a volta do Messias, já que também leva esse nome, e usa Deus
como escudo e abertura de portas e caminhos para seus pretensos voos nas
alturas. Mas, infelizmente, pelos seus estouros altamente explosivos, que
parecia estar sorrindo de nossa miséria cá embaixo, já que o importante era sua
trajetória, de uma hora para outra, sua carga de pólvora acabou e, como
acontece com os foguetes, transformou-se imediatamente numa inservível flecha
queimada literalmente e sem nenhuma serventia, mesmo com a torcida vigorosa dos
seus fogueteiros. E, numa curva de 360 graus, começou a cair vertiginosamente,
ainda soltando umas bombinhas renitentes e fracas, que já não assustava ninguém!
Caiu com a cara enfiada na areia e no ostracismo
merecido, como acontece com todos foguetes ou cadetes, que quando sobem, pensam
que tem condições de se fixar nas alturas, numa eterna plataforma de podres
poderes!
Essa é uma síntese da trajetória de um capitão
pirotécnico, que nos magoou e envergonhou o Brasil por vários anos, manchando a
história nossa república democrática!
*Escritor, Historiador, Cronista e
Poeta!
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