Antonio Nunes de Souza*
Querida
amiga Natacha,
Não sou e nem nunca fui dado a comemorações de
qualquer espécie, principalmente aniversários. Sempre achei que devemos ficar
felizes e alegres nos momentos em que acontecem fatos agradáveis e prazerosos
em nossas vidas. Pode ser até no dia de finados!
Jamais gostei das convenções pré-determinadas pela
sociedade de consumo. Vivo sempre olhando para dentro de mim, procurando
satisfazer as minhas próprias emoções!
Sou egoísta?
Nada disso! Sou apenas alguém que se gosta, que veio ao mundo para ser
feliz usando da liberdade que o mundo me deu!
Esse ano foi diferente, gostoso, com quebra de
expectativas e consegui apalpar o que temia que fosse abstrato: minha amiga
querida Natacha!
Por ironia do destino, ou uma dádiva, coincidiu sua
vinda a Itabuna, por questões profissionais, dando-me a oportunidade de
conhece-la ao vivo e a cores. Fiquei eufórico, inquieto, quase explodindo de
alegria e felicidade. Uma vez que, pelos nossos longos anos de contatos,
estaria encontrando-me com alguém que eu já conhecia profundamente, mas, como
nunca as pessoas se abrem o suficiente, sabia que teria mais coisas e segredos
para desvendar com um papo olho no olho!
E não deu outra! Vi que você não é fotogênica, pois,
é muito mais bonita pessoalmente. Senti, não com muito gosto, que você se atira
nos oceanos sem olhar cuidadosamente as profundidades e os tubarões que podem
estar embaixo das lindas águas, descobri que você é meiga, carinhosa com as
pessoas que gosta, descobri em seus olhos que você é carente, descobri que você
tem pressa para fazer as coisas acontecerem e, melhor ainda, descobri que nós
somos muitos parecidos, pois, sinto e pratico essas mesmas coisas. Só que eu
sou um louco declarado e você, talvez por ser mulher, tenha o predicado de
esconder essas emoções com mais destreza, principalmente em função da sua
formação acadêmica. Se não fosse psicóloga eu a denominaria de treteira (rs).
Mas, não é nada disso. Você é simplesmente e maravilhosamente mulher. Não é
mais a menina que conheci virtualmente no passado!
Deixando essa parte analítica de lado, pois não
quero passar-me como um leigo idiota, quero dizer-lhe que foram momentos super
felizes nessas duas noites que passamos juntos, mesmo sendo em camas e casas separadas.
Meu coração bateu muito e forte, mas, meu cérebro é criterioso e lento para
determinadas decisões ou posicionamentos. Assim que as coisas começaram a se
ajustar gradativamente, meu tempo acabou. Achei ótimo, pois jamais aceito um
não como resposta. Em minha cabeça sempre imagino que mereço tudo porque eu
sempre dou tudo. Talvez esse seja o meu lado mais louco e incompreensível para
a maioria dos humanos. Mas, nunca desejarei mudar. Não quero ser regra, quero
ser sempre exceção!
Foram adoráveis os nossos passeios, minhas conversas
(pois você foi mais psicóloga/ouvinte/analisadora), vi algumas vezes o brilho
dos seus olhos, os sorrisos largos da sua boca sensual de pede beijos. Enfim,
vi você por inteira, seu porte, sua altura ajudada por saltos ultra
ornamentais, quase me deixando pequeno. Você enfeitou um fim de semana que
seria igual a todos os outros em minha vida, dando-me uma satisfação quase
infantil, por ter ganhado um brinquedo que só conhecia através da TV. Você foi
ótima até por ser discreta e não assanhar, ou despertar pensamentos libidinosos!
Só estranhei você apenas uma vez. Foi quando nos deparamos
com o casal fora da lei, ocasião em que seu sorriso escancarou e seus olhos
quase saltaram da face pela perspectiva de partir para um verdadeiro “embalo de
sábado à noite”. Estranhei de início, mas depois comecei a gostar e pressenti
que teríamos uma noite maravilhosa e realmente especial. Pena ou graças a Deus,
nada pode ser concretizado. Ironicamente, tudo terminou em Pizza!
Grosseiramente, não saltei do carro para despedir-me
dignamente de vc, assim como, não me ofereci para leva-la ao aeroporto. Não
gosto de despedidas formais, e prefiro que sejam como se no outro dia iremos
estar juntos novamente. Leva-la a Ilhéus seria satura-la mais ainda com minhas
conversas, onde minha vida é sempre a parte central. Tento me policiar, mas não
consigo. Peço-lhe desculpas por essa parte que nada combina com meu
comportamental!
Obrigado pelo livro de presente. Até nesse
particular você foi única, pois, foi o único presente que recebi, além de sua
doce presença!
Espero que não a tenha decepcionado e que nada venha
afetar nossa amizade que desejo por uma eternidade!
Com muito amor, ainda inexplicável, do seu
solitário,
Anthony
*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!
OBS. Essa
carta eu enviei para minha querida amiga Natacha, no dia 13/09/2006, três dias
depois do meu aniversário. Cheio de saudades, estou rememorando e desnudando
bons momentos da minha vida!
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