Antonio Nunes de Souza*
Temos
todos nós uma necessidade de fazer nomenclaturas dos nossos sentimentos, sempre
e com certeza, pondo como o primordial, ou resultado final, o tal do abstrato
“amor”!
Será
que isso é um comportamento, hábito correto, ou talvez uma maneira mais fácil
de encarar as realidades da vida, baseando-se numa ilusão contagiante?
Percebemos
que, entre os poetas e sonhadores, essa palavra ou sentimento (?) é processada
com grandiosidade ilimitada, fazendo até muitos perderem a cabeça e a noção,
entre a realidade e a utopia. Será que esses é que estão certos, ou será que esses
são os mais puros e inocentes, levados pela multidão de divulgadores desse
perigosíssimo afeto, milenarmente, apelidado de “amor”?
Pelo
que se fala dele, os elogios, as bateladas de poemas, sonetos, contos, crônicas,
livros e músicas, logicamente, ele deveria não ter data de validade e ser
eterno. Mas. infelizmente, não é exatamente isso que acontece!
Estamos
todos cansados de ver e conviver com pessoas, que dizem se amarem profundamente
e, dias ou anos depois, estarem ambos falando cobras e lagartos um do outro,
ambos completamente decepcionados. Para um sentimento caracterizado e
denominado como o máximo da afetividade, isso jamais poderia acontecer. E é,
simplesmente, ridículo que comprovamos esses desfechos cotidianamente e, como
tolos, acreditamos nessa situação afetiva, que o obvio já provou ser uma ilusão
passageira, que algumas vezes, ultrapassa a normalidade por acomodação,
preguiça de recomeçar, ou por satisfação social e familiar!
Me
consideram cético, seco e profano, por ter essas ideias nada convencionais,
mas, tenham certeza que, nos meus modestos relacionamentos, toda vez que o amor
entrou, o relacionamento logo acabou. Pois, cada um começou a achar que era
dono do outro. E as separações logo aconteceram!
Tenho
um amigo bem mais inteligente e cético que eu, que diz: “O amor acaba com
qualquer relacionamento!” O gozado é que ele é músico e poeta!
Será
que alguém, sem seus romantismos sonhadores, poderia explicar, o “por quê” do
sentimento (?) real da vida, muitas vezes, tornasse frágil, acaba e
transforma-se em ódio?
Eu,
sinceramente, não vou morrer na dúvida, pois, certo ou errado, já tenho minha
opinião formada!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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