quarta-feira, 28 de abril de 2021

HÁ BENS QUE VEM PRA MALES!

 

Antonio Nunes de Souza*

Nem sempre os adágios populares seguem a mesma ordem e, nesse caso, Thiago, jovem estudante de educação física, já terminando seu curso com a idade de vinte e quatro anos, por ser bastante vaidoso, cuidava do corpo com uma dedicação quase que fanática. Ele não tinha apenas a barriga de tanquinho, era um tanque completo que, com facilidade, fazia com que as mulheres lhe dessem as maiores molezas, pelos desejos despertados!

E, estagiando em uma academia, conheceu Diana, mulher bonita e viçosa que, como ele, dava um trato corporal de fazer inveja as bailarinas do Faustão. Aquele tipo que você não tem defeito para colocar, pois, parecia uma das esculturas de Michelangelo!

Se conheceram, as simpatias, peles e químicas bateram forte e, logo começaram os flertes, encostadinhas, pequenos alisamentos as escondidas, etc., até que ela combinou para ele ir a noite em seu apartamento, já que por coincidência moravam em edifícios um em frente ao outro. Que ele observasse se a luz da varanda estivesse acesa, ele poderia subir tranquilamente.

Então, a parte desse acordo, Thiago ficava de castigo todos dias esperando o sinal luminoso branco, que significava verde para liberações!

Diana avisou a empregada que nunca ligasse a luz da varanda, e essa obedecia fielmente. Porém, aconteceu que entrou uma empregada nova na casa dela e, inocentemente, acendeu a noite a luz da varanda. Quando Thiago viu, muito assanhado, vestiu-se rapidamente, desceu pelo elevador e, chegando ao térreo bateu-se com uma florista, dessas que perambulam pelos bares, comprou meia dúzia de rosas e seguiu eufórico para sua aventura amorosa, bastante esperada!

Subiu para o sétimo andar e, tremendo de emoção, tocou a campainha. Mas, quem veio atender foi o marido de Diana, um cara com dois metros, professor de artes marciais, parecendo um guarda roupas de casal.

-O que o senhor deseja?

Thiago sem nenhuma ação, apenas disse o que lhe veio a mente: Eu estava passando e vim visitar Diana minha colega de academia.

Mas, nesse instante, Diana chega a porta e seu marido pergunta: Esse cara é seu colega de academia?

E Diana, fazendo cara de espanto, disse: Eu nunca vi esse homem!

O marido ciumento percebeu que ele estava se insinuando para sua esposa, imediatamente, meteu a mão na cara de Thiago, pegou as rosas enfiando de uma a uma na boca dele, dando chutes e ponta pés, gritando: Descarado, ousado, como é que tem a coragem de cortejar a esposa alheia. Thiago com a boca parecendo um jarro, cheia de flores, nem podia dizer nada. Tomou sua surra calado, voltou para casa todo quebrado, revoltado com Diana e, com a lição de que deveria ser mais prudentes com as mulheres dos outros. E que nem sempre a “luz” ilumina o bom caminho!

Percebe-se também que Deus, algumas vezes, escreve torto, com as linhas certas!

 

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com

 

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