Antonio
Nunes de Souza*
Cheguei
ao hospital encontrando um verdadeiro tumulto na sala de recepção, onde uma
mulher, barraqueira, ou puta da vida pelo desprezo que estava recebendo, gritava
e dizia impropérios para os funcionários, que, absurdamente, nem pareciam que
as ofensas eram para eles. Talvez já calejados com esse tipo de comportamento
e, sabendo que a culpa de tudo não cabia a eles e sim as administrações
públicas, o melhor mesmo era deixar rolar o que parecia ser a rotina cotidiana!
Eu,
médica recém formada, estava indo me apresentar ao Diretor do Hospital, para
ser avaliada, já que tinha sido nomeada sem concurso, apenas atendendo pedidos
políticos, mas, pelas normas, deveria contar com a aprovação do meu chefe
imediato!
Tomei
as informações da sala que deveria me dirigir, meu horário já havia sedo
marcado anteriormente e, falando com a secretária, isso já na sala de espera da
diretoria, ela mandou que eu me sentasse e aguardasse alguns minutos que iria
falar com Dr. Carlos Aragão.
Não
nego que estava nervosa e imaginava que iria me bater com um velho médico,
cheio de “poréns”, ideias ainda pouco avançadas e, talvez pela minha jovialidade
e beleza, não seria a pessoa certa para o cargo. Isso me deixava insegura e já
achava que deveria ter ido com uma roupa mais discreta e recatada. Mas, que
seja o que Deus quiser!
Passados
uns dez minutos a secretária me chamou e, apontando a sala, mandou que eu
entrasse, pois dr. Carlos Aragão me esperava!
Levantei
trémula e cheia de expectativas e, ao entrar, tomei um bruto susto pois, o
médico era quase tão jovem quanto eu, lindo, maravilhoso, sorridente e bastante
receptivo. Pensei com meus botões: vou me dar muito bem!
Nos
sentamos num sofá de três lugares, começamos a conversar, não só sobre a minha
especialidade em genecologia, como todas as vertentes da medicina e, com alguns
minutos, já estávamos parecendo velhos e queridos amigos. Quem quer que
entrasse na sala naquele momento, perceberia logo que havia uma queda de
química, pele, ou mesmo no vulgar, uma tesão de um pelo outro!
Ele
preencheu uma ficha, chamou a secretária, repassou minha documentação de
apresentação e, imediatamente, combinou que eu começaria na segunda feira, já
que era quinta, o restante da semana seria para minha preparação para a nova
vida, já que seria meu primeiro emprego!
Já
nos despedimos com beijinhos na face e, para minha surpresa, ele me convidou
para jantar a noite, para tomarmos um vinho e comemorar meu ingresso na bendita
e abençoada área médica. Para mim foi como se fosse um presente divino: Sair
dali empregada, ter conhecido meu maravilhoso chefe e, ao mesmo tempo, ter a
oportunidade de conhece-lo melhor fora do ambiente de trabalho! Combinamos que
ele fosse me buscar as vinte e um horas, trocamos telefones e, pelos sorrisos,
tudo de bom iria acontecer!
E
não outra. Saímos, conversamos bastante, tomamos duas garrafas de vinho,
comemos um bacalhau dos “deuses”, isso já abraçados, beijinhos e servindo
comidinha um na boca do outro, até que resolvemos voltar, pois já era meia
noite e, ele cheio de desejos me convidou para ir ao seu apartamento, já que era
solteiro, para tomarmos mais uma taça de vinho do porto. Para mim, mesmo que
fosse para beber água da torneira, eu subiria, pois, sem exageros, estava cheia
de tesão por Aragão!
Chegamos,
ele colocou Frank Sinatra cantando com Jobim a Garota de Ipanema, me pegou para
dançar e, sem haver mais nenhum pudor, começamos a tiraras nossas roupas,
deitamos no tapete da sala e, sem pensar mais em nada começamos uma sequência
de trepações nas mais diversas posições, sem as ridículas tolices que “isso não
pode”, fizemos tudo que tínhamos direito e desejos, quer seja, anal, vaginal ou
oral! Não faltando umas inovações loucas, desde quando nos levassem ao prazer.
Foi, sem nenhuma dúvida A minha primeira UTI= União, Tesão Inigualável!
Depois
de um bom bando, ele levou-me para casa, nos despedimos calorosamente e, como
não poderia deixar de ser, marcamos para passarmos o fim de semana no Morro de
São Paulo, onde, certamente, iriam precisar de chamar o 192 SAMU para nos levar
de volta fracos, cansados e saciados por tanto sexo!
Uma
prova que a medicina é uma ciência importante para salvar vidas, mas, também
muito importante para se desfrutar a vida! Continuamos saindo eventualmente,
mas, tudo indica que vamos nos comprometer em breve, pois, a paixão cada dia
cresce e nos favorece!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniopmanteiga.blogspot.com
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