Antonio
Nunes de Souza*
Todas
as pessoas observadoras e que admiram o sexo feminino, como também o masculino
(por que não?), percebem de estalo, sem maiores analogias, quem tem o
privilégio de ter, na flor da pele, olhar, trejeitos, poses e posturas, etc., o
privilégio de despertar desejos sexuais imediatamente quando são apresentadas,
ou até mesmo vistas passarem nas ruas. Caracterizaria essa classe de
beneficiados com essa sorte de “tesões ambulantes”!
Ana
Júlia era, exatamente, uma dessas pessoas. Nada de beleza ardente, corpo super escultural
ou algum detalhes que chamasse a atenção. Era o seu “todo” que, graciosamente,
provocava uma volúpia irresistível para qualquer vivente que admirasse as
mulheres! Uma bendita que, na cidade, já tinha deixado muitos homens enlouquecidos,
já que era de comportamento exemplar e até achava um exagero os elogios e
cantadas que recebia, pois não tinha ciência da tesão que provocava. Sempre
achava que era um exagero dos pretendentes!
Como
sempre acontece com a ajuda maldita do Satanás, um dia das festas populares da
cidade, apareceu um rapaz que curiosamente, tinha as mesmas características
dela com relação a sua aparência dominante. E, simplesmente, foi a conta! Ana
Júlia se envolveu, se encheu de desejos, que até aquela data eram somente
pecaminosos e, mesmo dentro do carro de Lúcio, transou bestialmente, perdendo
sua guardada carinhosamente virgindade, entregando-se de corpo e alma nas mais
diversas posições sugeridas pelo seu primeiro romance, aos dezenove anos!
Sem
dramas de paixões, depois do fim de semana Lúcio voltou para seu Estado,
enquanto Ana Júlia, através das ardentes lembranças, repetia na mente os doces
momentos desfrutados, achando inclusive, que havia perdido bastante tempo pela
tolice de ser recatada demais.
Como
religiosa que era, procurou o padre Alberto e, na sua confissão contou com
minúcias o ocorrido, despertando no jovem pároco um desejo nada natural e,
nesse papo de pagar os pecados e as penitências, terminou o Padre Alberto
transando com ela atrás do altar e terminando na sacristia!
O
resultado é que, mesmo todos na cidade nada comentando e respeitando, Ana Júlia
e Alberto são amantes, já tem duas filhas e são felizes nas graças de Deus!
Não
os condeno, pois, acho um absurdo os padres não se casarem e a nossa igreja estar
cheia de complicadas e condenáveis uniões, além das pedofilias e homossexualismos!
Só
posso lamentar que, infelizmente, não nasci com as características de Ana Júlia
e Lúcio. Se bem que eu merecia!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com