sábado, 1 de janeiro de 2011

O tempo é herói ou vilão?

O tempo é herói ou vilão?
Antonio Nunes de Souza*

Finda o último mês de 2010, tão rápido quanto um raio, parecendo que o tempo quer pregar uma peça nos dizendo que, como as coisas estão, não se pode esperar a banda passar cantando coisas de amor, como disse o Chico Buarque de Holanda.
Certamente, zangado por lhe culparem de todas as coisas que acontecem, resolveu agir com rapidez aumentando a aceleração, esperando que os homens tenham uma noção mais inteligente, percebendo que ele é apenas uma medida de vida e não de destinos ou ocorrências. Essas são estritamente ditadas pelos próprios homens que, com o uso do discernimento e bom senso, podem qualificá-lo com adjetivos melhores.
Embora seja algo abstrato e, seguramente, passageiro, ele com toda razão, julga-se importante bastante para ser respeitado pela oportunidade que dá para todos que sabem usa-lo de uma maneira proveitosa e racional. Desses, com certeza você sempre ouve comentários mais plausíveis que o envaidece e o deixa lisonjeado: O tempo está ótimo! Tive tempo de fazer tudo! Felizmente tive tempo bastante para curtir e ainda sobrou tempo para eu fazer outras coisas!
Mas, a grande maioria dos homens já estabeleceu em suas condenáveis mentes, a idéia nada justa de rotular o tempo como o culpado de suas falhas sociais, comerciais e afetivas, usando expressões injustas e descabidas: Desculpe, mas não fui porque não tive tempo! O dia foi curto e não tive tempo de fazer nada e nem fui à reunião da diretoria! Oh! Meu bem, não tenho aparecido porque não tenho tido tempo pra nada! Quando menos espero o tempo já passou!
Para esses o tempo não passa de um vilão que atrapalha, significativamente, suas vidas e, conseqüentemente, as vidas de muitas outras pessoas que dependem e confiam neles.
Em nenhuma circunstância o tempo pode ser considerado um vilão ou agente negativo provocador de arbitrariedades. Ele é uma disponibilidade divina que nos dá a oportunidade de arquitetar, construir, colorir e embelezar nossas vidas, desde que saibamos utiliza-lo racionalmente, tendo a consciência de que ele jamais voltará atrás ou parará para esperá-lo se seus passos estiverem lentos demais e fora do compasso.
Por essas razões é que muitos chegam ao destino de suas caminhadas, traçadas racionalmente dentro do tempo certo, alcançando seus objetivos e ainda têm tempo de sobra para desfrutarem dos resultados obtidos. Enquanto outros, céticos e desajustados, ficam pelo caminho culpando que não tiveram tempo para realizar seus sonhos.
Para esses últimos, só posso dar um conselho sábio: Corram que ainda existe muito tempo para vocês mudarem os finais de suas histórias. Tempo não é dinheiro. Tempo é uma medida de realização pessoal.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

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