sábado, 1 de janeiro de 2011

Bahia de todos os Santos e todos os pecados!

Bahia de Todos os Santos e todos os pecados!
Antonio Nunes de Souza*

Conhecer Salvador é sem dúvida o desejo de todo brasileiro! Não só por ser o berço da civilização brasileira, como também pela sua beleza natural, músicas, ritmos, sensualidade das mulheres e homens, adquirida através da miscigenação (aqui temos espermatozóides e óvulos com mais cores que o arco íris), sem contar a comida, capitaneada pela moqueca e escudada pelo acarajé e abará. Logicamente, temos motivos demais para provocar esse desejo não só aos nossos irmãos brasileiros, como já se estendeu também pelo mundo a fora.
Entretanto, tem um alimento delicioso que se tornou uma praga mundial, principalmente no comércio de fest food, ocupando o pódio da preferência dos nativos e dos turistas de um modo geral. É a tal da Pizza!
E, como não fujo a regra, fomos nos encontrar exatamente em uma das centenas de casas franqueadas de fama internacional. Obviamente, verão, cidade cheia, alta estação, época de faturar, etc., supõe-se que encontrará um atendimento vip que, certamente, sairá elogiando e fazendo a maior propaganda do local.
Tudo isso um ledo engano! Chegamos as 22;00h., numa quinta-feira e ficamos sabendo que a casa fecharia as 23;00h., tivemos que implorar para um suposto gerente que nos atendesse, pois ele imaginou que iríamos demorar comendo e ultrapassaria seu horário. Depois de muito cochicho lá pelos fundos, veio nos dizer que iria abrir um precedente especial de nos servir. Imaginem vocês, éramos três casais, certamente uma conta substancial, mas, estupidamente, tivemos que ajoelharmos nos pés de um pseudo comerciante para ter direito a um prato de comida, e pagando! Imagine o que ele não faz com quem pede um prato por caridade? Deve dar muita porrada e expulsar do seu estabelecimento.
Depois da benevolência de nos aceitar como clientes, passamos a sofrer para que nos atendessem dignamente. Pensei logo: Será que temos também de implorar! Essa merda aqui é restaurante ou repartição pública e banco comercial, que temos de nos humilhar para falar com o gerente e depois ajoelhar para ele dar um empréstimo que teremos, obrigatoriamente, de pagar dobrado?
Aí começou a nossa picula: Garçom nosso vinho! Cadê a salada que pedimos? Não vai servir a ele não? Psiu, psiu, cadê o chope? Isso sem falar na horrorosa equipe de garçons que parecia ter saído de um filme de Zé do Caixão. Todos, literalmente, magérrimos e com cara de moradores de Biafra. Que justificava, pois o desgraçado do dono não deve deixar ninguém comer nada e escolheu entre os mais miseráveis para poder pagar menos.
Comemos as pressas, os funcionários toda hora passavam por nossa mesa olhando seus relógios, nos dando um toque nada sutil que deveríamos nos picar dali o mais breve possível.
Será que essa é a maneira de se atender ao cliente? Principalmente o turista que vem trazer divisas e deve retornar divulgando bem o nosso Estado?
Esse dissabor foi na “Past Fest ou Fest Past” ali na Pituba em pleno verão.
Infelizmente, somos a Bahia de todos os Santos e de todos os pecados!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com- antoniomanteiga.blogspot.com)

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