segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A briga dos blocos!

Antonio Nunes de Souza*

O mundo inteiro canta, dança e comenta com alegria a grande guinada e conquista dos afro-descendentes, com o desfecho da vitória esmagadora de Barack Obama nas eleições americanas.
Mesmo sem cogitarem as possibilidades de alguns sérios problemas que possam surgir através dos não satisfeitos, o povo na sua grande maioria, quer mesmo é ver o mar pegar fogo para poder pescar o peixe já frito. Esqueceram que, mesmo por debaixo dos panos, ainda existem Estados americanos que cultuam a Klux Klux Klan e, certamente, estão nervosos, aflitos e inconformados com o absurdo de um negro ser seu presidente. Isso, embora possa parecer novelesco, mas, num país onde se mata sem nenhum motivo, disparando metralhadoras nas escolas e ruas, não podemos deixa de raciocinar encima de tais hipóteses, como se fossem utópicas.
Mas, para que não achem que estamos querendo tirar o brilho da festa que está começando e se radicalizando, vou me ater a falar sobre a possibilidade de uma séria briga entre os Blocos Olodum e o Ilê Ayê, pois ambos, por serem os mais representativos da raça negra na Bahia, já estão com os convites formalizados para que Obama venha desfilar no carnaval, encima de um carro alegórico especialmente projetado para tal fim, usando abadá e colares, complementado por várias lindas negras dançando nas suas laterais.
Porém, como já houve uma consulta telefônica através da embaixada, o nosso novo ídolo mundial (já está até derrubando a popularidade do nosso querido Lula) avisou que só poderá desfilar por um bloco apenas, e que entrassem em acordo para escolher em qual será.
Aí o bicho pegou! Vovó não se conforma que não seja no Ilê. Quer porque quer ver Obama na Ladeira do Curuzú vendo a libertação dos pombos e participando da oferenda das pipocas.
Por outro lado, o presidente do Olodum alega que é o orgulho do Pelourinho, sediado no centro histórico, lugar benzido pelo sangue dos escravos africanos e, pela lógica, seu bloco é o que tem mais direito a tal honraria.
Em vista disso a divergência foi formada e, prontamente, entraram em contato com o ex ministro Gil, para na qualidade de negro, baiano e entender de carnaval como poucos, dar sua abalizada opinião sobre tão polêmico e importante assunto para a comunidade negra da Bahia, já que somos o país que tem mais negros no mundo depois da África, sendo nosso Estado o de maior concentração.
E, o pior de tudo é que o nosso cantante ex-ministro, com sua voz macia, tranquilamente, falou: Para que não ocorram aborrecimentos, eu acho que ele deve desfilar é nos Filhos de Gandi! Já pensou meu rei! Obama de turbante, com nossa linda indumentária alvinha, será, literalmente, o preto no branco representando a miscigenação das raças. E depois do desfile eu o levo para o Camarote 2222!
Rapaz, aí foi que complicou! Pois, em vez de optar por um dos dois, o homem puxou a sardinha para sua brasa, criando uma terceira hipótese que nem tinha sido ventilada. Resolveram fazer que nem ouviram a observação, agradeceram e cada um partiu para tomar suas providências na expectativa de conseguir alcançar seus objetivos.
Para nós modestos foliões, só nos restam esperar o carnaval e ver o resultado dessa disputa. Antigamente seria dito: Isso é briga de branco! Mas hoje, com essa mudança radical de prestígio de cor o popular adágio passou a ser: Isso é briga de preto, mermão!
O mais que posso fazer é deixar a pergunta no ar, para alguma empresa de telefonia fazer até um concurso:
Em que bloco de Carnaval Barack Obama vai desfilar?
Ilê Ayê? Olodum? Ou Filhos de Gandi?
“Você faz a ligação e se for contemplada(o) passará o dia encima do trio de Obama e a noite embaixo de Tatau e Brawn!”
Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

O futuro trágico dos pênis!

*Antonio Nunes de Souza
É de lamentar-se que alguns cretinos cientistas, estejam a cada dia querendo sacanear com os homens, fazendo pesquisas ridículas e sem sentido, com a intenção única de aposentar os nossos antigos e poderosos pênis.
Se já não bastasse uma série de vibradores ultra modernos e os pênis de borracha sintéticas que só faltam falar e dar beijinhos, agora, para nossa maior ira, eles descobriram que nem para a reprodução humana nossas armas são mais necessárias. Será que essa equipe de cientistas só tem loucos?
Pô! Seria importante aumentar cada vez a dependência das mulheres com relação as nossas retesadas protuberâncias, no sentido de que o sexo feminino mantenha aquele respeito de outrora e saiba sempre valorizar a nossa presença no pedaço na hora do “vamos ver”. E, esse bando de idiotas, em vez de estudarem profundamente a AIDS, que nos privou em 50% de transas em função da precaução e medo, entram de cabeça numa pesquisa grotesca e absurda para desvalorizar e ridicularizar nossos benditos pênis. Já estou imaginando o meu neto passeando no museu e ver um pênis de mármore num pedestal, junto a outro dentro de um recipiente com formol e, abaixo, uma plaqueta modesta dizendo: “ORGÃO USADO NO PASSADO PARA PROPORCIONAR ORGÁSMO E REPRODUÇÃO HUMANA. HOJE, APENAS PARA URINAR”.
Imaginem amanhã um garotinho perguntando: Vovó, como foi que eu nasci?
E ela responde: Sua mãe foi ao laboratório, fez uma aplicação genética, engravidou e você nasceu.
-E papai, onde ele entrou?
-Ah, meu netinho, seu pai aqui em casa só entra para pagar as despesas.
Pô! Com certeza tremerei na sepultura e amaldiçoarei esses canalhas, mesmo que eu esteja nas profundezas do inferno.
Vamos tomar providências enérgicas enquanto é tempo, pois nossos pênis não merecem tal futuro.
Alerta machões! E abaixo a nova tecnologia devastadora!
Que tal criarmos urgente o movimento “GREEN PÊNIS”?
Ou até um nome que combine com a cor da glande: "PINK PÊNIS"!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A ficção que poderá virar verdade!

Antonio Nunes de Souza*

Estamos às vésperas de uma possível grande guerra mundial, sendo o grande pivô os Estados Unidos da América! Vivemos o ano de 2051, depois de passados dezenas de anos das eleições para presidente, vencida pelo negro Barack Obama, provocando uma guinada jamais esperada num país com a tradição racista das mais fortes no mundo.
Provavelmente, a escolha desse homem para governar o país naquela época, que sempre foi considerado a maior potencia mundial, deveu-se a insatisfação do povo americano imaginando que uma mudança radical seria a solução para resolver seus problemas, causada pela própria prepotência e arrogância enraizada no patriotismo dos ditos super homens.
Assim pensando, elegeram o primeiro negro para habitar a casa branca em 2008, começando a nova era, onde os “afros e seus descendentes” passaram a ocupar um espaço que, por muitos anos, não tinham nem nas escolas e nem em quase lugar nenhum descente, excetuando a copa e a cozinha.
Começamos a ver e sentir de perto, que o negro não é apenas bom nos esportes, danças, músicas, etc., como se pensava e era difundido nas escolas. Assim que tiveram oportunidades, conseguidas com muita luta e perseverança, foram chegando pelas beiradas e, num piscar de olhos, passaram a ocupar lugares e cargos de destaques mundiais, mostrando a capacidade de uma brilhante etnia, jamais prestigiada em todo mundo, graças ao imbecil preconceito racial que, estupidamente, supõem que a cor da pele ou cabelos lisos aumenta o QI das pessoas.
Então, décadas atrás, depois que o Presidente Obama iniciou uma conscientização e união dos povos, para que todos fossem beneficiados uniformemente, mesmo com a resistência de uma grande parte da população, isso foi conseguido progressivamente nos seus oito anos de governo, graças à reeleição, tendo sofrido nesse período o mesmo número de atentados contra sua vida. Mas, assim mesmo, conseguiu colocar sucessores da mesma etnia.
Se os negros já tinham seus valores através do esporte, dança, música e, com destaque, o cinema, normalmente foram aumentadas suas cotações preferenciais graças a política. E, afetivamente, ampliando significativamente o nascimento de mulatinhos e sararás, etc., dando uma alavancada espetacular na miscigenação americana. Não raro encontramos babys pretinhos com olhos azuis, verdes, violetas, alguns até com cabelos lourinhos e lisos (esses últimos são raros, pois, o cabelo pixaim, meu irmão, é forte demais). Nessa época já começava a nova era americana e o fortalecimento do negro no continente, uma vez que foram ampliadas as ajudas aos países africanos e a entrada para estudantes e estagiários nos States foi uma dádiva para os que chegavam e, conseqüentemente, reforçava a já maioria da nova raça que surgia no país. Para nós brasileiros isso não constituiu nenhuma novidade, pois, desde o descobrimento, que misturamos raças mais do que feijão com arroz ou café com leite. Mas, para os americanos, em geral cheios de preconceitos, foi uma novidade aceita aos poucos, ou forçosamente, pela realidade dos fatos.
Imaginem vocês, até a igreja católica habituada a se aconchegar aos poderes para ter vantagens, mudou a exclamação tradicional da santa missa de: Hosana nas alturas, para “Obama nas alturas”. Vexatório, mas faz parte da história!

Os presidentes que sucederam Barack Obana acompanharam a sua política e, nessas décadas, os negros ampliaram seus poderes, direitos, respeito e população. Se olharmos hoje numa visão panorâmica o Central Parque, raramente poderemos visualizar um branco (a não ser os garis), em virtude dos nascimentos de mestiços que, pela força do poderio da raça, deixa seus traços bem delineados nas características.
E, não sei se por vingança ou necessidade, já que a Europa tornou-se decadente, o dinheiro do mundo centralizado nos States e os negros já não querem mais se submeter aos serviços domésticos ou subempregos, alguém teve a triste idéia de aproveitar a situação e explorar a escravidão de brancos que, lamentavelmente, transformou-se em uma antiga África em função da fome e da miséria.
Já em 2047, sorrateiramente, a marinha americana começou a trazer europeus para realizar trabalho escravo, escudando-se em declarações que estavam ajudando um povo sofrido e decadente. E, de 2049 em diante, era comum chegar diariamente nos portos de New York, navios carregados de brancos, denominados de “Navios Branqueiros”. Talvez uma alusão aos nossos antigos e trágicos navios negreiros.
Na verdade não havia os maus tratos de senzalas, chicotadas, etc., mas, o trabalho era duro, fiscalização policial forte e, aqueles que não estivessem correspondendo nas funções, eram duramente penalizados, inclusive devolvidos as suas origens onde a fome campeava.
Felizmente, depois de reuniões confidenciais constantes entre todos os países do mundo (já que através da UNO seria inviável), programaram uma invasão armada, no sentido de conseguir sair do julgo dos Estados Unidos, agora liderados pelos pretos detentores das maiores fortunas e os mais elevados cargos.
Hoje, ano de 2051, em qualquer empresa pública ou estatal seus presidentes e diretores são todos negros, mulatos e sararás. Aos brancos são reservados os cargos de terceiros e quartos escalões, mesmo assim os nascidos e legalizados no país. Aos brancos importados da Europa são destinados os serviços de faxina em geral. Os chamados subempregos que no passado eram destinados aos imigrantes.
Nossa preocupação nesse momento é que, a qualquer hora, podemos ver nos céus aviões bombardeando Washington e Nova York e o pânico reinando em todo mundo, já que os interesses são grandes e existem solidariedades divididas para ambos os lados.
Lamentavelmente, seja o que Deus quiser! Sem nenhuma dúvida, agora podemos dizer, literalmente, que as coisas estão pretas!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – http:/antoniomanteiga.blogspot.com)

O que é a vida?

Antonio Nunes de Souza*
Tem uma conotação divina,
Todo mundo com ela se fascina,
Descrevendo-a como bela!
Ah! Como essa gente mente!
E quem ouve cala e consente,
Com essa profunda balela.

Esse estado físico animal e humano,
Dos estados é talvez o mais profano,
Por não ser infinito nem eterno.
Às vezes retrata um lindo céu,
Outras o sabor do puro e gostoso mel,
Na maioria das vezes parece mais um inferno.

A vida não passa de uma extensa aquarela.
Onde nós somos apenas uma modesta tela,
Que ela tinge quando nos atinge.
Azul, vermelho, verde, cinza ou lilás,
Poucas são às vezes, que usa o branco puro da paz,
Porém, o homem traja uma redoma incolor e finge.

Se passarmos um filme da nossa pinacoteca,
Veremos como a dita “vida bela” peca,
Nos matizando com milhares de cores.
Nossas aparências mutantes e tão diferentes,
Muitas com tons tristes, poucas com tons contentes,
Representando necessidades, paixões e amores.

Vivemos com eternas lamentações,
Econômicas e, principalmente, dos corações,
Pedindo a Deus para sermos fortes nas dores.
Mas, todos os quadros seriam mais definidos,
Se fossemos inteligentes e prevenidos,
E pintássemos nossas próprias cores.

Escritor (Vida Louca - ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

Solidariedade masculina!

*Antonio Nunes de Souza

Nós, soberanos desse solo, temos que reavaliar nossos conceitos antigos, sabendo reconhecer e dar o devido valor a certos seres vivos que vivem em torno de nós, normalmente dependentes, mas esforçando-se o suficiente para alcançarem o status de humanos.
Entre os pássaros podemos citar o papagaio que é uma ave inteligente, aprende a repetir palavras e frases, canta assovia, tem aparência colorida e vistosa, reconhece pessoas, convive em uma casa e sempre está nos dando alegrias com suas falações e estripulias, simplesmente em troca de alimentação e carinhos eventuais.
Como podemos deixar de reconhecer nesse pássaro suas características quase humanas?
De jeito nenhum! Devemos olhá-lo com mais dignidade e respeito, pela sua luta constante em assemelhar-se cotidianamente aos seres racionais, muito embora com sua aparência de ave.
Temos também, entre os seres em evolução, um que não é tão inteligente, mas fala mais que o papagaio, consegue aprender a ler e escrever, repete com maestria os clichês bonitinhos que aprendem nos livretos de auto ajuda, canta (às vezes até muito bem), assovia, aparência multicolorida, nos proporciona prazeres, convive com relativa harmonia, faz bastantes estripulias e muitas falações, às vezes desnecessárias, só que não é apenas por alimentação e carinhos eventuais. Este ser é mais exigente, pois gosta de presentes, conforto com mordomias e, principalmente, dinheiro. Esse por sinal é o seu fraco! Se facilitarmos, e sempre idiotamente fazemos, esse ser em evolução fulmina qualquer conta bancária sem pestanejar, utilizando uma característica de todos os animais, mas, só ele tem, compatível para nossa satisfação e desperta profundamente o desejo do homem.
Embora com os predicados (bons e ruins) citados acima, vê-se claramente que se trata de um ser quase humano, que tenta de todos os meios igualar-se aos homens, conquistando um espaço igualitário, com os poderes de sua “chave de fenda”, que é sua melhor ferramenta de trabalho, ou arma poderosa, como também podemos classificar.
Seria justo nos rendermos a esse ser desde agora, determinados não pela lei jurídica, pois nessa ele já ganhou a condição e status, e sim pela lei real, que é a dos homens e enquadra-lo como ser humano racional?
Será que ele realmente já está qualificado para tanto?
Não seria de bom alvitre aguardar mais uns 100 anos?
Sinceramente, não sei! Tenho minhas dúvidas e acho que qualquer oficialização agora seria precipitada. Embora ele chegue a enganar com a aparência e imitando os procedimentos, seria uma temeridade dar liberdade total a um ser que, com benevolência, ensinamos a enfrentar a vida, damos uma série de liberdades e ele está sempre confuso e termina metendo os pés pelas mãos.
Como adoro esse ser e não quero que nada de mal lhe aconteça, sugiro que devamos aguardar pelo menos mais algumas décadas, para voltarmos com força e coragem, re-analizar criteriosamente essa alforria. E, nesse meio tempo, ajuda-lo mais ainda na sua preparação.
Entretanto, jamais podemos deixar de reconhecer o grande mérito desse ser em nos ajudar na nossa reprodução, e na sua também, através do prazer inigualável do orgasmo, que é seu handcap com todos os homens do mundo (excetuando os gays que são seus adversários e disputam o mesmo lugar com mais discernimento, inteligência e competência, mas, não possuem a “dita cuja”, porém, cirurgicamente, vão adquirindo com qualidade relativamente já apreciável).
Mediante essa exposição sensata e justa, onde não deixei de ser imparcial, fica patenteada a solidariedade dos homens com esse ser quase humano racionalmente, dando-lhe parabéns pelo seu esforço e luta e, algum dia, se ele mudar um pouco sua tática para alcançar seus propósitos, estaremos de braços abertos para abraçá-lo e aplaudi-lo pela sua ardorosa conquista.
Os grosseiros machistas, sem cerimônia, dizem abertamente com um sorriso nos lábios, que o bicho que parece mais com gente é a mulher. Isso é grotesco e de uma deselegância ímpar! Ela apenas está passando por um processo de evolução da espécie, como todos nós passamos, desde a época das cavernas, só que seu processo é apenas mais lento pela sua deficiência de neurônios.
Mas, como grande feminista que sou, digo e repito com orgulho e carinho: Um dia ela chega lá!

*Escritor (Vida Louca-ansouza_ba@hotmail.com - http://antoniomanteigablogspot.com/)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De longo a sem calcinha!

Antonio Nunes de Souza*
Com a evolução do tempo, as necessidades climáticas e proteção natural, os seres humanos começaram a vestir roupas, inicialmente, utilizando peles de animais e, nos diversos períodos atravessados, foram sendo criados uma série de materiais, até chegarem aos tecidos de algodão, linho, etc., finalmente, sendo seu campeão de uso e venda nos nossos dias, os confeccionados com fibras sintéticas.
Elogiável e perfeita essa preocupação técnica e científica, no sentido de nos dar uma real proteção sazonal adequada, nos protegendo das intempéries, já que somos passivos de uma grande variação climática em nosso planeta.
Mas, tudo estaria perfeito não fosse a nossa vaidade que, aflorada pelo pecado capital amplamente conhecido como inveja, criou-se algo que revolucionou o mundo do vestuário, no sentido de personalizar cada indivíduo ou os mais privilegiados, usando-se tecidos e cortes especiais, tornando-os diferenciados e dando-lhes status de VIP. Aí, mais que depressa, surgiu a figura do estilista, que vem se firmando cada vez mais ao longo do tempo, impondo seus gostos (muitas vezes extravagantes), direcionando o público para suas tendências. Enfim, ditando suas modas e nos impondo o que devemos usar ou não usar, para não sermos considerados caretas, cafonas, bregas e outros adjetivos mais depreciativos.
Será que tudo isso é certo?
Sem sombra de dúvidas é certo, gostoso e salutar!
Você já imaginou andarmos na rua ou irmos numa festa e estarem todas as pessoas usando o mesmo tipo de roupa?
Até para você encontrar alguém seria uma trabalheira terrível em função da padronização. E, por mais interessante que fosse, seria tristemente e, literalmente, uniforme.
Portanto, devemos prestigiar, e muito, as pessoas que se dedicam às sofisticações e idealizações permanentes em nossos vestuários, pois, graças a elas, temos a oportunidade de nos apresentarmos mais adequadamente e, ao mesmo tempo, apreciarmos em todos os lugares as belezas ressaltadas pelos tecidos e adereços que estão compondo cada personagem.
Como venho prestando atenção a esse fato desde os anos 60, tive oportunidade de ver os longos vestidos, as cargas de anáguas, os conjuntos Chanel, a moda cigana e descontraída dos hippes, o lançamento da mini saia de Mary Quant, a calça Sant Troupez de Brigitte Bardot, o psicodelismo da londrina Carnaby Street e, daí pra frente, uma variação incalculável em torno do tema, que só faz embelezar as mulheres, e os homens também, já que o modismo tornou-se praticamente unisex. Hoje, retornou com força total a imbatível calça Sant Troupez, bem mais arriada na virilha que, com a conivência da mini blusa, deixa a mostra os sedutores pelos pubianos. E, para selar a harmonia panorâmica, a mini volta como micro saia e as estrelas e jovens estão, generosamente, dispensando o uso das calcinhas.
Acho que está tudo lindo e muito certo nessa liberdade de vestir-se e faz muito bem a nossa visão no dia-a-dia. O que peço a Deus é que eu não tenha nunca catarata ou glaucoma, para poder pelo menos, apreciar essa moda tão aprazível e sedutora.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

A sensatez do Criador!

Antonio Nunes de Souza*

Nosso grande criador apenas com barro, nos esculpiu com genitálias e ainda, posteriormente, fomos agraciados com um delicioso choque chamado orgasmo, servindo de estímulo para que tenhamos sempre o desejo de repetir a dose. Temos que tirar o boné e reverenciar sempre a sabedoria do nosso bondoso Deus que, ao criar o maravilhoso mundo em que vivemos, pensou sabiamente na maneira deliciosa de perpetuar a espécie através de um outro ser, relativamente semelhante e, num toque de costela: Criou a MULHER.
Feito isso, para que tornasse mais prazerosa à confecção humana e não precisasse ficar sujando as mãos com argila, a danada da serpente despertou a tesão e uma enorme vontade de praticar a nossa obra maior, em favor de ampliar cada vez mais a densidade demográfica do mundo.
Pois, você já imaginou se Ele, na sua seriedade santificada, resolvesse que não seria necessário o orgasmo na procriação, que bastaria apenas um aperto de mão ou um beijo na testa?
Seria o maior tédio dar o que viria a ser chamada de transa e, provavelmente, este mundo estaria praticamente despovoado. Pois somente uma pequeníssima minoria altamente religiosa e ávida de ter despesas e problemas, se daria ao trabalho de fazer filhos.
Entretanto, embora esteja fazendo uma apologia ao nosso Criador pela sua bendita façanha, existem dúvidas com relação à instituição da transa como forma agradável de sentir-se prazer e, ao mesmo tempo, fazer filhos. Segundo a própria Bíblia Sagrada, quando o Senhor criou Adão e Eva no Paraíso, longe dos seus pensamentos passava a idéia de que teríamos direito a transar. Inclusive, na sua pureza, rotulou o ato como: Comer a maçã (que, radicalmente, era taxativamente proibido). Imagino eu que Ele criou esse casal para ter com quem conversar e contar as suas façanhas e, cheio de pompa, dizer: Estão vendo aqueles oceanos ali? Fui eu que fiz em duas horas. E aquele rio lá? É o Amazonas. Com uma mijada eu o fiz e com o que sobrou, fiz o Nilo e o Sena. Esse seria provavelmente o motivo maior dessas companhias, para dar vazão ao seu ego e sentir uma tietagem e admiração por parte dos únicos espectadores e testemunhas oculares da história. Não sei se estou exagerando ou sendo profano, mas, fazer as coisas e não ter ninguém pra contar é uma tremenda frustração e não dá nenhum prazer. Acho que nem para Santo! E, como nós fomos criados a Sua própria imagem, claro que Ele tinha suas pequenas doses de santificadas vaidades.
Assim sendo, baseado na outra face da história, devemos atribuir sem resquícios de dúvidas ou contradições, que o verdadeiro criador da relação sexual cheia de prazeres e gozos foi o Demônio. Que, retratado como uma serpente, legalizou a sacanagem no mundo animal, dando-nos essa complementação tão deliciosa que é o sexo.
Em vista do exposto, só nos resta agradecer ao Senhor por nos ter criado neste maravilhoso mundo e, sem que sejamos hereges, reverenciarmos dignamente a Lúcifer por nos ter ensinado a transar tão gostosamente e ainda ter inventado a camisinha para evitar filhos indesejados.
Portanto, para que vocês estejam sempre de bem com a vida, nada mais lógico que todos os dias, acendam uma vela para Deus e, pelo sim pelo não (cruz credo, mangalô três vezes), outra para o Diabo.
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com –antoniomanteiga.blogspot.com)




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Somente lençóis brancos!

Somente lençóis brancos!
Antonio Nunes de Souza*
Com mais um engodo e paliativo de disfarce, o prefeito Capitão Azevedo mudou o secretário da saúde e, imediatamente, o presidente do HBLEM – Hospital de Base, como se com essas atitudes fosse fazer o povo acreditar que agora as coisas vão funcionar a contento e teremos uma assistência médica digna na região.
Mas, felizmente, nesses dois anos de administração já temos uma convicção que houve um grande erro do eleitorado em confiar num vice-prefeito que concordou e foi parceiro em uma das administrações mais terríveis que tivemos nos cem anos do município. E o interessante é que, vergonhosamente, ele, pela inoperância e desmandos, parece que almeja esse título de “o pior da história” para anexar ao seu currículo. De forma alguma contestamos a capacidade de ambos os novos membros da saúde. Mas, ao mesmo tempo, temos que ficar desconfiados que não teremos bons resultados, já que um vem de uma secretaria que o próprio prefeito declarou que ele deixou um buraco de mais de oito milhões e o outro tem compromissos com uma vertente nada confiável e, seguramente, não tem forças para fazer o que realmente precisa ser feito. Será um novo Costa que vai acatar tudo, tranquilamente, de frente!
O problema existente na saúde do município é de infecção generalizada de cargos de aspones, gepones, direpones, afilhados, parentes, amantes e aderentes, terceirizações descabidas, licitações aviltantes, super faturamento nas compras e outros comportamentos nada elogiáveis por incompetência ou mau caratismo. Não consigo entender a razão do Ministério Público não tenha requerido uma auditoria severa para comprovar essas claras denúncias que a mídia, sindicatos, Conselho de Saúde, a sociedade, etc., fazem cotidianamente. E, basta se fazer uma visita ao HBLEM que, sem nenhum trabalho, comprova-se uma série dos fatos citados.
Quero esclarecer que essa minha repugnância nesse artigo, não se trata de politicagem ou rancores de linhas partidárias, o que estou declarando é lastreado em conhecimento de causa e experiência vivida, já que fui Diretor Presidente o HBLEM na última gestão do prefeito Geraldo Simões e tive a satisfação de entregá-lo em condições normais de funcionamento (óbvio que com algumas deficiências em alguns setores), atendendo 1.200 pacientes/dia, 112 municípios, faturamento do SUS variável de R$720.000,00 a R$1.200.000,00 e pagávamos todas as nossas contas rigorosamente em dia e deixamos apenas um débito flutuante de dois milhões (que é normal em qualquer instituição desse porte). Com relação ao corpo funcional, todo esse atendimento era feito com 367 funcionários. E hoje, que nada funciona o hospital conta com quase 600 funcionários (?). Certamente são os “fantasmas” que meu amigo Leopoldo, sem alternativa, espera cobri-los com novos lençóis para que eles fiquem mais bonitos e felizes. Meu amigo vai ter que apelar muito para Chico Xavier para analisar os salários psicografados!
E um detalhe de grande importância: nunca recebi um único centavo do governo estadual e nem si quer um comprimido de Melhoral, devido a retaliação partidária.
Portando, o caso não é de lençóis. O que acontece é que tem um grupo bem “enfronhado” que faz questão de “acobertar” as barbaridades que estão fazendo com o dinheiro público debaixo dos colchões.
Em última instância, se você é daqueles que acreditam e Saci e Caipora, compre uns lençóis e mande de presente. Mas... tem que ser brancos!!!
*Escritor (Vida Louca –ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A saúde está na UTI!

A saúde está na UTI!
Antonio Nunes de Souza*

Depois de acompanhar de perto a destruição gradativa da saúde municipal itabunense nesses últimos anos, tenho a tristeza de relembrar como o povo da cidade era feliz e não sabia. Ou pelo menos, não percebeu o grande trabalho nessa importante área, feito na administração de Geraldo Simões, contando com a competência do seu Secretário da Saúde Dr. Paulo Bicalho.
Lembro-me das inaugurações de vários novos postos e reformas dos existentes, assistência oftalmológica, implantação do SAMU, farmácia do povo, unidade cardiovascular no HBLEM, oncologia, centros de assistência psiquiátrica, implantação do projeto Sorriso para assistência dentária completa, serviço especial de assistência aos deficientes no bairro S. Judas - CREAD, etc., e mais outra série de coisas que não me vem à memória nesse instante.
E, vergonhosamente, tudo isso hoje não passa de uma lembrança do que tivemos no passado, já que desastrosas administrações que estamos vivenciando, numa atitude de descompromisso com o povo, incumbiu-se de destruir e deixar que todos sofram pelos seus desmandos e falta de solidariedade humana.
O Hospital de Base (HBLEM), mesmo com algumas deficiências que são normais em todas as áreas de saúde do país, sempre foi um ícone na região, portando-se como um oásis para as cidades circunvizinhas, fazendo o seu trabalho primordial que é de salvar vidas. Nunca, em nenhuma ocasião, deixou seu pronto-socorro de estar atendendo 24 horas e jamais interrompeu atendimentos por falta de medicamentos. E isso posso dizer de cátedra, pois fui seu administrador no último ano da gestão do prefeito Geraldo Simões e, não só acompanhava de perto todas as operações, como tive a preocupação de entrega-lo funcionando dentro da normalidade, proporcionando uma visitação com toda imprensa falada, escrita e televisada, Associação Comercial, CDL, Rotary, Lions, Maçonaria e outros clubes de serviços para comprovarem “in loco” as condições que estávamos entregando a Unidade de Saúde. Infelizmente, o que presenciamos e ouvimos hoje de toda população é a vergonhosa situação que o HBLEM se encontra, faltando médicos, equipamentos, remédios, alimentação, salários atrasados, serviços terceirizados por conveniências, diretores que nem aparecem e, para completar, uma mortandade constante e diária por falta de assistência adequada, equipamentos e medicamentos. Ir hoje parar no HBLEM é como se estivesse fazendo “Pit Stop” para cruzar a linha de chegada no cemitério.
Essa lembrança dos nossos bons tempos, quando a saúde estava boa e cada vez melhorando em nossa cidade, fez com que eu escrevesse esse artigo, para que o povo faça reflexões, pensem e assimilem a idéia que, com Juçara Feitosa eleita como prefeita, ela que acompanhou de perto e participou, literalmente, de todas essas ações benéficas do passado, não só voltaríamos a ter um atendimento melhor e humano na saúde, como também em todos os setores comerciais, industriais e educacionais.
É mais que evidente que a atual administração da cidade está apoiando ou apoiará outros candidatos ou desejem reeleição, obviamente, para que estes protejam seus apadrinhados dos trens da alegria e cabides de empregos e, consequentemente, mascararem embaixo dos tapetes, algumas coisas que não são dos seus interesses, que venham mais claramente a público. A imagem da administração atual está tão desgastada e insólita que os próprios prováveis parceiros candidatos disfarçam e negam que estão sendo apoiados por ela. Lembra-me até a negação de S. Pedro por três vezes, só que no caso não tem ninguém parecido com Jesus!
E como negar algo tão evidente?
Espero que o bom senso do povo, que hora sofre com uma gestão que deixou e deixa muito a desejar, saiba votar na candidatura que será apresentada pelo Partido dos Trabalhadores, que além de conhecer bem as nossas necessidades, conta com todos os apoios (Wagner no Estado e Dilma na Presidência) para fazer Itabuna voltar a ser uma cidade progressista como sempre foi.
Mas, mesmo que o PT nada tenha de ligação com a atual administração, o Deputado Federal Geraldo Simões não deixa de lado seu compromisso com a lavoura, saneamento, comércio e moradia!
Como estamos em plena era das mulheres, contamos também com a competência da nossa presidenta do PT em Itabuna, Miralva Moitinho, que também ocupa a Diretoria Regional da SEC – DIREC 7, cuidando da área da educação.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Abaixo o tabu do sexo!

Abaixo o tabu do sexo!
Antonio Nunes de Souza*

Por que será que os homens, tão inteligentes, criaram e estabeleceram um tremendo tabu com a prática do sexo?
Por mais que queiramos analisar, baseando-se nas razões apresentadas, nunca chegamos ou chegaremos a uma conclusão plausível, já que se trata de um desejo normalmente espontâneo, aflorado com a mesma intensidade em todos os seres humanos.
Podemos fazer uma comparação bastante simplista, mas, sem sombra de dúvida, espelhará uma realidade bastante aproximada e com uma similaridade capaz de convencer qualquer pessoa de bom senso, que não coloque os preconceitos e preceitos que a sociedade, na sua hipocrisia secular, teima impingir. E, quando vai perdendo suas forças, principalmente com a juventude, começa a colocar justificativa apelando para bases religiosas, morais e sanitárias.
A comparação que pretendemos fazer é entre o desejo sexual e a fome que, em ambas as situações, temos logo uma vontade louca de comer.
Nas duas ocasiões alimentamos com prazer o corpo e a alma, em apenas alguns minutos.
Existe maior prazer que fazer sexo quando se deseja ou comer quando se tem fome? Sinceramente, desconheço!
Entretanto, nos dois casos, o que é preciso são os cuidados necessários para suas realizações, no sentido de que tudo transcorra de uma maneira benéfica e salutar, sem que ocorram problemas futuros que esses procedimentos, altamente necessários, podem causar.
Vejamos: Se você for se alimentar é importante escolher uma refeição adequada, limpa, sadia, não gordurosa, carnes macias independente de cores, boa aparência (essa é primordial para despertar o apetite), não comer exageradamente e, por fim, descansar um pouco depois de estar devidamente saciado. Tudo isso se levando em conta sua idade, seu regime alimentar e os conselhos médicos, certamente lhe conservará forte, robusto e feliz. Mas, se exagerar, tolamente, afetará todo seu organismo e, conseqüentemente, suas condições psíquicas, causando transtornos bastante desagradáveis.
Na prática do sexo é a mesmíssima coisa: Você é despertado pelo desejo, quando vê a pessoa adequada, limpa, sadia, não muito gorda, carne macia (qualquer cor), aparência sedutora, mexeu na sua libido (que é a estimuladora do desejo) e pronto. Nesse caso você ainda tem uma vantagem, pode comer exageradamente, descansar um pouco e, se for capaz, comer de novo que não fará nenhum mal. Apenas lhe dará uma vontade de se alimentar em seguida. O importante é não esquecer os conselhos médicos preventivos para evitar DST ou filhos indesejados.
Até as despesas decorrentes em ambos os casos são similares, pois a comida, principalmente as mais saborosas, custa muito caro e nem todo mundo pode comer “a lá carte”, tendo que se conformar com o “fast food” a quilo. E com as mulheres é a mesmíssima coisa, quanto mais bonitas e saborosas dão despesas desgraçadas. Mas, como tudo na vida, as coisas melhores custam caro!
Entretanto, pior que a despesa é a imposição de exclusividade, como se fossemos piano de uma só tecla. Você já pensou o que é ter que tocar a vida toda “Samba de uma nota só” ou comer somente feijoada pelo resto da vida?
Pra mim não é felicidade e retrata purgação e penitência tanto para o homem como para a mulher, que somente provoca a mentira deslavada nos relacionamentos.
Precisa-se acabar essa tolice de repressão com uma necessidade extremamente fisiológica, não a ligando a pecado, exigência de matrimônio e que seja feio pratica-lo. Para mim ele é bonito, você vai para o céu (na hora você chega a ver estrelas) e é lindo quando bem realizado.
Assim sendo, sugiro que deixem essas bobagens de lado, tenham suas cautelas e aproveitem as oportunidades que surgem, pois, com certeza, chegará o tempo em que você desejará avidamente e não encontrará parceiro que lhe queira.
Com cautela e segurança, faça sexo e encha a pança!
Pode parecer que sou um pervertido sexual, mas, não é nada disso. O fato é que tudo isso acontece, porém, camuflado pela hipocrisia humana!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Confissões de um homem feio!

Confissões de um homem feio!
Antonio Nunes de Souza*
Para servir de consolo a nós que não fomos agraciados com a sorte de termos nascidos bonitos, inventaram a filosófica e insólita frase: O importante é a beleza interior! Mas, essa deslavada mentira, somente engana os idiotas, pois quem dá valor a interior é radiologista e decorador. O que as mulheres querem realmente é ter ao seu lado, encima ou embaixo é aquele cara charmoso, elegante, sarado, bonitão e, principalmente, com grana. Sendo que ainda existem algumas tolas que não se preocupam muito com esse último item e arrependem-se depois.
Eu, infelizmente, sou feio, baixinho e, para completar, filho de uma família pobre pra caramba. Desde menino trabalho pra cacete e estudei o mais que pude para ser sempre o melhor da classe, na esperança idiota que, sendo culto e cheio de conhecimentos gerais, minha tal beleza interior fosse impressionar as mulheres e eu me desse bem nos meus relacionamentos. Mas, nada disso aconteceu! O mais que consegui na faculdade foi ser chamado as escondidas de CDF e, abertamente, um apelido sacana de HIV. De início não gostei porque achei que era em alusão a AIDS, mas, fiquei puto mesmo, foi quando soube que a sigla que me denominaram tinha outro significado: Homem Imitando Vampiro.
E o pior é que a merda do apelido tinha algum sentido, pois, além da feiúra, eu era gazo e tinha os caninos um pouco pronunciados. Segurei essas barras todas, sempre estudando muito, mas, já que as mulheres bonitas não me queriam, eu também não dava chances às feias. Elas que se arrombassem igual a mim e fossem se estourar no inferno. Sempre fui orgulhoso e, se não podia ter o melhor, estão o pior eu desprezava, pagando na mesma moeda que recebia. E não tenho vergonha de dizer que me formei em direito com 25 anos e ainda não tinha tido uma relação sexual com uma mulher. Até uma colega nossa chamada Tânia que todo mundo da turma já havia transado, uma noite em um fim de festa que eu pensei que ia me dar bem, quando me insinuei todo, ela disse pra mim: Oh! Gabriel, eu gosto tanto de você, mas não pra isso. Você pode me levar pra casa?
Fiquei tão puto que esqueci completamente a minha linha de cavalheiro e respondi na tampa: Não! Vá a pé, filha da puta!
Com esse desdito celibato compulsório, tornei-me um emérito rei da masturbação. Assim como que Pelé chutava com os dois pés com precisão, eu manipulava com as duas mãos com uma destreza de um exímio jogador de peteca, conseguindo até manter a mesma velocidade essencial, tanto com a esquerda como com a direita, dando-me a vantagem de descansar os braços a hora que quisesse sem o perigo de perder a cadência.
Não tenho vergonha de estar fazendo essa confissão, pois cheguei a uma maravilhosa conclusão que sou um homem super feliz. Tenho meu bem montado escritório de advocacia e casei-me com minhas duas mãos, que são como irmãs gêmeas, carinhosas, sempre disponíveis para me darem prazer, uma não tem ciúmes da outra, não me dão despesas à não ser a ida a manicure quinzenalmente, e o melhor de tudo é que não tenho sogra pra sacanear. Minha sogra é minha mãe e sempre me dá razão em tudo.
Graças a minha feiúra, hoje sou um bígamo feliz, muito embora ainda mora dentro de mim a curiosidade de experimentar o sabor de uma transa feminina. Mas, pagar pra isso eu não farei nunca! Tem que ser por amor e a mulher ser muito bonita, para que eu venha trair as minhas duas lindas mãos, que me afagam e não me apedrejam.
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tem pesquisas científicas que apoio!

Tem pesquisas científicas que apoio!
Antonio Nunes de Souza*
Ouço sempre comentários e recebo uma série de e-mails sobre meus escritos (com opiniões diversas), e algumas condenando, veementemente, minha posição com relação aos cientistas e pesquisadores. Às vezes parece que existe certa dose de exagero, mas, se for olhada a coisa por um ângulo prático e salutar, chega-se a conclusão que o que mais desejo é a conservação da espécie, utilizando as metodologias antigas e, comprovadamente, muito mais prazerosas.
Se sou contra o progresso?
De forma nenhuma! Apenas, em algumas áreas sou radical! Contudo, sempre justificando, criteriosamente, meus pareceres. Lógico que não são técnico-científicos, mas, bastantes práticos baseados em grandes experiências ao longo da vida com resultados deliciosos.
Agora mesmo, acabei de conhecer uma bióloga extremamente competente que, num sacrifício de centenas de dias e noites dentro de um laboratório, descobriu que é possível conciliar duas qualidades de alimentos deliciosos e altamente essenciais ao homem.
Trata-se do “Projeto Sereia”, que parece uma utopia, entretanto, os resultados alcançados até agora, têm sido promissores e, com certeza, será aplaudido de pé no CNPq e, quem sabe, OEA e na ONU.
Para que vocês tenham uma idéia desse trabalho fantástico, vou fazer uma síntese, porém, bem elucidativa:
Como uma das suas especialidades é a descoberta de novos alimentos, genialmente, ela observou que a sereia por ser meio peixe, meio mulher, chegou à conclusão, depois de muitos estudos e testes com barracudas e piranhas, que poderia muito bem utilizar as milagrosas e tão na moda “células troncos” e, após a captura da sereia, o homem poderá aproveitar a calda e fazer uma deliciosa moqueca baiana, escabeche, frita ou mesmo crua como sushi. E, simultaneamente a preparação das iguarias, aplicar dose certa de células troncos estimuladas por aceleradores genéticos e, com dois ou três dias, terá ao seu dispor uma mulher completa com os membros inferiores perfeitos e demais detalhes, podendo, tranquilamente, comê-la também.
Imagine vocês quanto será útil essa ambigüidade “sereal” para os pescadores! Pobres coitados que singram os mares nas suas pescarias de dias e mais dias e, sem mulheres, sofrem amargamente a forçada abstinência sexual.
Mas, dentro de breves dias, graças à genialidade dessa bióloga competente e dedicada, já poderão ter em seus barcos e jangadas, pequenos depósitos de hidrogênio recheados de células troncos e, numa simples operação com uma seringa descartável, terá ao seu dispor dois pratos variados que farão bem ao corpo e a alma.
Estão vendo que tem experiências que eu aprovo?
Mas, inseminações artificiais, abolindo a metodologia antiga, não concordo de forma alguma!
Parabéns doutora! São cientistas como você que orgulham o nosso Brasil!

*Escritor (Vida louca–ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

Que saudade de vovô!

Que saudade de vovô!
Antonio Nunes de Souza*

Passada a fase política, nada melhor que voltarmos a tratar de assuntos mais agradáveis, proporcionando uma leitura mais digestiva para quebrar a tensão de meses de expectativas de quem o povo escolheria para governar o país por quatro anos.
Então, como a escolhida foi uma mulher, me lembrei do meu querido avô (que também era meu padrinho), homem que sempre valorizou as mulheres em todas as circunstâncias e, eu ainda pirralho, martelava em meus ouvidos uma frase conselheira de comportamento, que jamais consegui esquecer. Dizia ele enfaticamente com a voz impostada: Jamais seja um “baba ovo”. Mas, nunca deixe de ser um “baba ovário”!
Isso ele falava dando uma grande gargalhada no final, deixando transparecer que se tratava de um sábio e útil conselho que eu deveria seguir fielmente. Sentia em seu olhar que havia um pouco de malícia em suas palavras, já que aquele bonito homem de olhos azuis tinha dado muitas agonias a minha querida avó, que, infelizmente, não tive a felicidade de conhecê-la. Mas, pela pouca idade, ainda não conseguia entender bem todas as nuances trazidas naquelas “babativas” palavras repetidas quase que cotidianamente. Porém, com o passar do tempo, já entrando na puberdade, quando não mais contava com sua presença ao meu lado, passei a entender, sem nenhuma dúvida, o que ele queria registrar em minha mente e personalidade era um comportamento sóbrio e sério com os homens, olhando-os com igualdade e, com as mulheres, proceder afetivamente e efetivamente com o maior carinho pelos méritos que esse ser maravilhoso e competente merece.
Nas minhas recordações, pude ver que, religiosamente, segui e sigo esse conselho, sempre colocando as mulheres à vontade e num patamar especial, quer seja verticalmente nas negociações ou, horizontalmente, nos momentos de prazer!
E, com relação à parte masculina, orgulho-me de jamais ter “babado ovo” de nenhum, tratando-os com respeito e igualdade, dando os valores a aqueles que realmente merecem, sem utilizar à insípida e subserviente bajulação.
Certamente, vovô deve estar orgulhoso de mim nesse aspecto, e lamento muito o tempo não ter me dado oportunidade de convivermos por mais tempo, pois, muitas outras coisas eu teria aprendido, para enfrentar mais harmoniosamente essa vida louca!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com - antoniomanteiga.blogspot.com)

Querido diário!

Querido diário!
Antonio Nunes de Souza*

Embora eu seja uma pessoa tranqüila e saber enfrentar as coisas da vida, hoje fiquei tensa e preocupada, imaginando que daria de cara com uma situação bastante delicada que, mesmo com minha desenvoltura e jogo de cintura, não teria coragem de enfrentar um problema que não é tão novo para mim, pois, no passado, já tive oportunidade de dar um treino com outra irmandade, muito embora sem maiores ligações familiares, porém, nesse caso o fato é muito mais inusitado.
Como você é o meu baú de segredos e gosto de registrar em você todos os fatos da minha vida, vou desnudar-me completamente escrevendo o que ocorreu e está ocorrendo em minha maravilhosa e gloriosa vida sentimental:
Há muitos anos atrás, na minha adolescência, namorei um belo rapaz que tinha dois irmãos menores e pais super simpáticos. Acataram-me com muito carinho, chegando a haver uma intimidade entre nossas famílias em função do entrosamento entre eu e meu querido amor. Estava vivendo um momento mágico de sonhos e alegrias da minha puberdade, sentindo-me a mais feliz das mulheres. Mas, o interessante naquela época é que, como se fosse uma força estranha, quando eu estava com meu querido namorado, sempre observava o seu irmãozinho que era da minha idade (porém para mim era um pirralho, pois moça nenhuma namorava rapazes que não tivessem pelo menos dois ou três anos mais), e sentia uma sensação diferente, que hoje já posso dizer que era uma excitação precoce, talvez já fazendo uma premunição do que viria acontecer no futuro.
Mesmo estando com os quatro pneus arriados por aquele pão (expressão muito usada na época), quando o desgraçado do menino aparecia em nossa frente e me cumprimentava com aqueles olhinhos de coelho, algo dentro de mim dava algum sinal forte de que tinha algo de podre no Reino da Dinamarca.
Mas, com o clímax que estava atravessando, não me preocupei em saber ao certo o que significava tal tremor interno e a sudorese das mãos quando o desgraçadinho do menino aparecia. Porém, não deixava de notar que o moleque tinha um magnetismo que, de alguma forma, mexia comigo. Estou convicta somente hoje, pois, naquele tempo, o entusiasmo pelo meu surfista voador não deixava eu me concentrar em mais nada a não ser esperar que ele me fizesse de onda e deslizasse em cima de mim. Ah! Como era bom quando ele entrava no túnel!
Passaram-se alguns meses e, por alguma razão qualquer que não vem ao caso nesse momento, terminamos o namoro e aos pouco fomos nos distanciando, nos casamos com pessoas diferentes, fomos viver a nossa vida, e os contatos (com ele e os familiares) foram se escasseando, tornando-se quase que raros. Mas, não sei por que razão, sempre que me lembrava do meu ex, aparecia em meus pensamentos à imagem bem nítida do danado irmãozinho. Aí, depois de dezenas de anos, fui perceber claramente que o eu sentia pelo meu cunhado, era na verdade um desejo latente e que a pestinha bulia era com a minha libido.
Como você me conhece bem meu querido diário, não deu outra! Já que o cara foi morar logo perto de mim, comecei a me preparar sorrateiramente, vestir minhas roupas bem insinuantes e charmosas para dar minhas corridas e caminhadas, passei a regar o jardim de casa exatamente nos horários que sabia que ele iria passar e, quando ele apontava eu baixava a mangueira e virava o bumbum para a rua numa insinuação quase lasciva para provocá-lo. Você sabe meu diarinho que quando quero uma coisa eu vou fundo até conseguir.
E não é que ele caiu direitinho em minha rede? Ah! Ah! Ah! Eu não sou Shira, mas tenho a força!
Começamos a namorar a uma semana atrás e ontem, mesmo um pouco nervosa, mas, segura que me sairia muito bem, fui almoçar com toda sua família, que não sabia ainda quem era a namorada nova que ele estava levando. E nos acompanhava também, um seu amigo sacana que eu havia conhecido na noite anterior, observando e registrando tudo em sua mente fértil e suja.
Quando chegamos, eu um pouco tímida, mas sem demonstrar, foi aquela surpresa (estranha, porém agradável), com beijos, abraços, perguntas de como vão meus pais, você sumiu, como está bonita, que bom ter você outra vez conosco, etc. Eu mantinha aquele sorriso amarelo nos lábios e respondia a todos com a maior classe e desenvoltura que me são peculiares.
Sorrimos brincamos, recordamos muitas coisas daquele tempo jovem e as coisas foram se amainando aos poucos, até que o clima ficou completamente normal, somente de vez enquanto o amigo de meu namorado dizia uma piada sacana e todos riam a valer. Eu olhava para ele, dava um lindo sorriso e, no meu pensamento dizia: Você é um bom filho da puta!
Diário, agora é que vou contar a parte mais estranha de tudo!
Lá estava o terceiro irmão vestindo uma camisa do Vitória, todo alegre, brincando, sorrindo e fazendo os outros sorrirem, sua mulher fazendo umas queixas por causa do pão francês, etc., e ele circulava de um lado para o outro na sala, como se estivesse desfilando para todos. E não é que comecei a sentir uma coisa estranha e as mãos começaram a suar?
Puta merda meu diário querido! Já com trinta anos de janela, comecei logo a rememorar o passado e imaginei de estalo: Será que daqui a alguns anos vou ter que reviver essa aventura novamente?
Não é possível! Eu não mereço! Aliás, até que mereço, pois não é que o desgraçado é bonito, sarado e barriga de tanquinho!
Ave Maria meu diário, tenho que tirar esses pensamentos malignos da minha pecaminosa mente. Um é pouco, dois é bom, mas, três é demais!
Vou começar a me policiar ao máximo, afastar esses pensamentos perturbadores e contentar-me com meu querido e atual amor, afugentando essa remota possibilidade de mais uma variação dentro do mesmo tema.
Deus haverá de me ajudar nessa tarefa, mas, meu cunhadinho é tão bonitinho...
O certo é que o futuro a Deus pertence, meu diarinho!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bobagens, Bundas e Babacas!!!

Bobagens, Bundas e Babacas!
Antonio Nunes de Souza*
Mais uma vez estamos sendo vítima desse ridículo programa “pornô chanchada”, intitulado Big Brother Brasil! Uma herança trazida das medíocres TVs estrangeiras, denominados realty shows, onde um grupo de contratados, antecipadamente, e escolhidos a ponta de dedos já com intenções de aproveitá-los para seus programas e novelas, além dos contratos com revista sexy para expo-las nuas.
Para alcançar uma audiência acima da média, estimulam os minis bacanais e as esfregações nos festejos diários, regados a bebidas e comidas, além dos atos que ocorrem embaixo dos famosos edredons, que, mesmo quando não ocorrem, as tomadas de cenas são com sentidos dúbios deixando transparecer que, realmente, tudo está acontecendo como se fosse à coisa mais natural do mundo. No meu tempo isso era chamado de putaria! Que até hoje eu adoro, pois não sou careta, mas, que seja entre quatro paredes e não como um espetáculo circense, dando um péssimo exemplo para a infância e juventude que, tolamente e levados pela forte mídia, não dispensam de serem telespectadores e, consequentemente, imitar os comportamentos, já que todo mundo depois de toda sacanagem televisiva do programa, são agraciados de alguma forma em termos financeiros e famas.
O mais ridículo de tudo isso é o nível das brincadeiras, os testes, perguntas e provas que são dignas de dementes e retardados ou, em algumas ocasiões, imitações de animais ou aves enjaulados ou pendurados em troncos ou poleiros por horas. Mais absurdos que esses participantes, somente outros de um recente programa na mesma plim-plim, que o pessoal tinha que comer ratos, baratas, minhocas cobras, formigas e outras porcarias mais para ganhar um prêmio em dinheiro. Um ultraje e falta de respeito humano e aos telespectadores, pois todos nós sabemos que a TV penetra nas casas e muitas vezes nos obriga a ver essas barbaridades, já que sempre temos em casa algum idiota que acha tudo isso uma maravilha, ou nós mesmo que, às vezes, temos que ver para que possamos fazer a analogia e falar com segurança das ocorrências.
Esse asqueroso programa (juntamente com o outro que citei), embora ofereça grandes prêmios, a emissora é a maior premiada através dos milhões de ligações telefônicas feitas pelos tolos telespectadores, que, infantilmente, ficam torcendo por a, b ou c, sem desconfiarem que a proporção das saídas dependa, exclusivamente, da direção, deixando sempre para o final aqueles que estão dando maiores índices de audiências e que os patrocinadores desejam. Esse comportamento, infelizmente, só pode ser denominado de deseducado e enganador com o povo brasileiro, que tanto precisa de boas informações, melhores costumes e saberes. Uma pena que, uma das melhores empresas de comunicação do mundo, use sua programação para nos oferecer uma cascata de idiotices, mescladas com poucos programas aproveitáveis!
Pela décima primeira vez estamos sendo castigados com esse arremedo de bacanal, ainda tendo o desprazer de ouvir e ver Pedro Bial chamar, gloriosamente, o grupo participante de “meus queridos heróis”!
Por favor, TV Globo, programe seu reality show, mas, preocupe-se mais com assuntos substanciais, pois, o povo brasileiro precisa, e muito, é de educação!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

Quem não ouve sossega, ouve coitado!

Quem não ouve sossega, ouve coitado!
Antonio Nunes de Souza*

Esse adágio popular do tempo de antanho, era repetido sempre pelo meu querido e saudoso avô nas horas das minhas traquinagens, que na verdade não eram poucas. Por ter ouvido muitos “coitados”, jamais consegui esquecer e usei muito com meus próprios filhos e, profissionalmente, dentro do meu trabalho!
Um simples alerta que pode, em diversas circunstâncias, evitar constrangimentos, prejuízos, doenças e mortes, bastando apenas que seja usado bom senso, cautela e memória, para ver que fatos desagradáveis e cruéis já aconteceram em outras oportunidades e as tendências sejam que novamente poderão voltar a acontecer.
Antes essas tragédias ocorriam, normalmente, nos morros e suas encostas, onde o povo invadindo áreas foi criando favelas, que hoje são monstruosidades em tamanhos e desorganizações, graças às benevolências de políticos inescrupulosos e interesseiros por votos fáceis, fechavam os olhos para que as coisas acontecessem, ajudando até os falsos presidentes de associações de moradores que, na verdade, eram e são seus cabos eleitorais e arregimentadores de votos, trocados por áreas proibidas e inadequadas, sem a preocupação dos eminentes perigos que todos passarão nas épocas anuais das chuvas. O povo coitado, na avidez de ter uma casinha seja em que lugar for, não percebe as verdadeiras armadilhas que estão, cedo ou tarde, prontas para cobrarem preços caros por moradias baratas e inseguras. E com esses resultados, tristemente, temos o desprazer de ver verdadeiras calamidades anualmente, seguidas de medidas paliativas e promessas esquecidas quando as chuvas passam.
Entretanto, enquanto esses fatos estavam atingindo apenas as partes pobres e miseráveis da população, pouquíssimas medidas foram e são tomadas para resultados definitivos, já que o sentimento de solidariedade nas classes mais privilegiadas é tão insípido e pouco representativo que, nos seus individualismos, praticamente, passa a ser inexistente. Porém, como cada um colhe o que semeia, ontem tivemos um grande exemplo desse fato, quando a tragédia que abalou e está abalando a região serrana do Rio de Janeiro, Minas, Espírito Santo, S. Paulo e algumas cidades do sudeste, atingindo, desta feita, as classes a, b, c e d, destruindo condomínios e casas luxuosas, levando os veículos como se fossem de brinquedo, destruindo ruas, pontes e estradas, talvez sirva de alerta e tema de preocupação para essa tão propalada “sociedade organizada”, que só se organiza quando é atingida diretamente. No normal seus comportamentos são de pequenas ajudas empresariais para descontar nos impostos, solicitando recibos maiores que os valores doados e madames fazendo “chazinho de caridade” para serem destacadas nas colunas sociais. Sempre tive nojo desse comportamento e, pessoalmente, jamais participei, mesmo vivendo dentro da sociedade!
Em nenhuma hipótese essa crônica é com espírito de satisfação pelo fato, apenas chamar mais uma vez a atenção dos homens para que sejam mais solidários, comprometidos, exerçam cidadania nas suas ações e percebam que uma péssima ação de cruzar os braços provoca uma terrível reação. E a omissão é um dos mais tristes comportamentos humanos, principalmente, quando os reflexos tendem a afetar a todos e, principalmente, os menos favorecidos.
Vamos cuidar do mundo para que ele cuide de nós. Tudo na vida se souber usar, nunca vai faltar, mas, estamos usando o mundo com tanta ousadia e querendo demonstrar sabedoria, quando na verdade é mais uma ganância em nome do progresso que, brevemente, Deus vai ter um novo trabalho de reconstruir esse paraíso. E, quem sabe se Ele, como garantia, só vai povoá-lo com animais irracionais?
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Comeu o melhor amigo e depois foi dormir!

Comeu o melhor amigo e depois foi dormir!
Antonio Nunes de Souza*
Depois da separação matrimonial, cuja razão principal foi sua dedicação diária ao vício do álcool, deixou a mulher e os filhos na casa e foi morar juntamente com seu melhor amigo, Duque, numa casinha do subúrbio. Lá ele teria a liberdade de tomar seus porres e não estar susceptível as reclamações e censuras constantes da ex-esposa, passando ainda pelo constrangimento dos olhares condenatórios dos filhos.
Artur não tinha emprego fixo. Vivia, desde jovem, fazendo trabalhos gerais de pintura, eletricista, encanador, pedreiro e outras coisas mais e, com o decorrer do tempo, passou a ser um “faz tudo” na pequena cidade que morava, sendo sempre requisitado, quando não estava bêbado, pois, por incrível que pareça, sempre executava os serviços deixando seus clientes satisfeitos. O difícil era encontrá-lo em condições normais depois das 16h00min horas. Uma vez que começava a tomar suas biritas logo pela manhã e, no meio da tarde, seu estado deixava de ser confiável, já que a partir dessa hora seguia direto para o bar do velho Carmelo e de lá só saía quando fechava indo cambaleante para casa onde sempre estava, já dormindo, seu estimado e pacato amigo Duque.
Certo dia, infelizmente, aconteceu a seguinte tragédia:
Sendo dia do seu aniversário, revoltado com a dissolução da sua família e o desprezo dado pela esposa, resolveu não trabalhar e “bebemorar” com mais intensidade, procurando afogar todas as mágoas e esquecer o tempo bom que tinha sua casa, chegava chapado, a mulher lhe dava um banho morno e ainda preparava um bom prato de comida. E, em algumas vezes, também lhe enchia de carinhos e amores.
Calado, sentou-se num tamborete no fundo do bar e mandou descer uma garrafa de cana, um pratinho de torresmos e começou a tomar suas talagadas sem dó nem piedade, procurando acelerar ao máximo os efeitos, para que fossem logo apagadas da sua memória as doces lembranças do passado.
Depois de algumas garrafas, mesmo com a resistência criada pelo hábito, Artur já estava pra lá de Bagdá e mal conseguia balbuciar algumas palavras. Levantou-se, falou com Carmelo que depois acertava a conta e saiu em direção a sua casa, tão cambaleante como um cego sem bengala.
Ao entrar deparou-se logo com seu amigo Duque, que dormia no sofá da sala. Passou indo direto para a cozinha em busca de algo para comer. Mas, ao olhar as panelas, viu que nada tinha e nem tão pouco dentro da enferrujada geladeira. Irritado e cheio de desgosto, pegou uma faca tipo peixeira, partiu para sala e, sem piedade, deferiu vários golpes no peito do seu grande amigo Duque, que nem teve tempo de esboçar alguma reação. Cortou algumas partes das carnes que ela achava que eram as mais macias e, espetadas na própria faca, acendeu uma boca do fogão e começou a assá-las.
Procedendo como se nada de anormal estivesse acontecendo, colocou as carnes em um prato, adicionou farinha, sal e pimenta e comeu até se fartar. Depois de um bom arroto, sem nem mesmo tirar a roupa do corpo ou lavar as mãos ainda respingadas de sangue, deitou em sua cama e adormeceu tranqüilamente.
Pobre do seu querido amigo Duque! Era um velho gato que lhe fazia companhia há vários anos, e foi traído e assassinado sem dó nem piedade no meio de uma noite de aniversário.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tomei uma decisão séria!

Tomei uma decisão séria!
Antonio Nunes de Souza*

-Gabriel, depois de pensar muito e fazer reflexões em minha vida, tomei uma decisão categórica e sensata!
-O que será que você está aprontando Antonio? Espero que tenha pensado bem e seja algo bom para você e todos os envolvidos.
-Claro que é meu amigo! Como também, não é nada preocupante nem causará prejuízos para ninguém. Vou me filiar ao Greenpeace!
-Cê tá maluco cara! Sair de lancha brigando com navios de pescas, fazer passeatas usando aquelas roupas, máscaras, bandeiras, prisões, jatos d’agua, desprezado pelos empresários e ainda viver longe da família? Isso é uma loucura que, provavelmente, deve-se a sua terceira idade que está enfraquecendo seu juízo!
-Nada disso Gaby! Estou lúcido e minha decisão está lastreada em uma série de razoes que justificam plenamente tamanho posicionamento.
-Já que somos amigos e você está confessando em primeira mão, vá logo justificando tal ato para ver se tem algum sentido, uma vez que tenho você como uma pessoa centrada e decisões inteligentes.
-Obrigado pela “rasgação” de sedas, mas é claro que vou lhe expor todos os motivos agora mesmo e, com certeza, você me dará razão:
-Na juventude eu acordava, abria a janela e via atravessar o céu uma grande revoada de araras azuis, jandaias e periquitos cantando alegres e tranqüilas enfeitando a paisagem celeste e causando um brilho maravilhoso aos nossos olhos. No grande quintal da minha casa tinha árvores frutíferas e os micos leões, sagüis, bem-te-vis, sanhaços, papa-capins e caga-sêbos, ao mesmo tempo que beliscavam as frutas maduras,faziam uma algazarra melodiosa de cantos afinados, nos deixando cheios de felicidades. Hoje nem mais quintais existem nas casas!
Ao andar pelo centro da cidade nos deparávamos constantemente com vendedores de pitus ainda vivos e pinoteando, que nós podíamos pechinchar no preço, pois, os pescadores sabiam que era só retornar ao rio cachoeira e, com uma hora, voltar com outra grande quantidade. Nas bancas se encontrava peixes frescos, chegados aos pulos nos balaios vindo de Ilhéus, você escolhia o que melhor lhe apetecia para frita-lo, um escabeche ou fazer uma gostosa moqueca. Nos fins de tarde cansei de tomar gostosos banhos no rio cachoeira ali na pedra do gelo em frente à casa do Cel. Chico Briglia, eventualmente filava uma aula e ia para a ilha do jegue bater uma bola e me deleitar numa “prainha” que tinha na margem direita em frente à marimbeta.
-É verdade meu amigo, as coisas foram mudando que nem damos conta! Também eu passei uma temporada em Minas!
-Pois é! E a cidade Gabriel? A parte urbana terminava ali por perto da padaria super quente. Dali pra frente era uma fazenda onde eu fazia minhas excursões florestais para catar goiabas, pegar passarinhos e voltar cheio de carrapatos. Tudo isso era uma festa que nos enchia de satisfações. Voltávamos fazendo guerra de mamonas que colhíamos nos matos. Sem contar o ar puro e delicioso que respirávamos, uma vez que o número de carros era tão restrito que podíamos enumerá-los nos dedos seus proprietários em nossa cidade.
-E os caranguejos Gabriel? Você se lembra dos vendedores com uma vara nos ombros e dezenas de cordas com bichinhos ainda enlameados espumando e batendo suas puans procurando um dedo inocente para apertar. Eram gordos, sadios e baratos. Hoje meu amigo, os caranguejos que comemos aqui vêem de Sergipe, nossos manguezais, praticamente, foram todos invadidos e aterrados arbitrariamente.
-Antonio, sabe de uma coisa? Inscreva-me também que vou lutar para voltarmos ao passado, tempo gostoso, sem televisão, MSN, orkut, a conversa era olho no olho, a sensação maravilhosa de receber o carteiro e abrir uma carta da família ou uma namoradinha.
-Falar em namoradinha, até cabaço tinha um valor sublime. Era o maior tesouro de uma moça! Hoje, se você estiver em uma festa, se sentir mal e o médico disser que somente um chá de cabaço pode salvar sua vida, você vai se foder e morrer na hora, pois não vai achar de jeito nenhum. Vão ter que ir correndo numa creche para encontrar!
-Ah! Ah! Ah! Você é doido mesmo e faz cada comparação desgraçada. Mas, não deixa de ser verdade!
-Vamos dar um basta nesse progresso que está destruindo o mundo, tirando nossas alegrias e nos fazendo morrer de nostalgias. Eu como historiador e escritor, vou combater in loco e escrever para os jornais e revistas, você como advogado me defenderá perante a lei quando eu for preso!
-Já estou vendo as manchetes dos jornais: “Gabriel e Antonio Nunes conseguem verbas do governo federal para a revitalização do rio cachoeira, através de um trabalho de cidadania dirigido pelo Greenpeace!”
*Escritor (Vida Louca –
ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Essas mulheres...

Essas mulheres...
*Antonio Nunes de Souza

Cada dia que passa precisamos ter cuidados especiais quando praticamos o bendito e salutar ato sexual.
Se nos basearmos na nomenclatura machista dada as mulheres em geral, os perigos são cada vez mais assustadores, nos deixando com o risco, nada agradável, de uma broxada na hora mais imprópria, se vier à cabeça os mais absurdos exemplos de nomes ou apelidos impingidos a estas lindas e maravilhosas criaturas.
Uma das denominações mais antiga, mas que nunca perdeu a evidência da atualidade é a Perua. Diz-se ser uma mulher exibida, com gosto duvidoso, roupas extravagantes sem as devidas combinações de cores, perfumes e pinturas nada convencionais, além de um comportamento sempre ridículo perante todos. As conversas são baseadas nas novelas globais e fuxicos da revista Amiga.
Quando nos deparamos com a mulher Perua, mesmo ela sendo bonita, geralmente deixa nosso peru completamente inibido, nos provocando uma sensação de mal estar e enjôo, suscitando em nós a falta de confiança em nossa masculinidade. Resultado: Não se consegue transar legal!
Pior ainda é quando nos deparamos com a tal da Piranha! Meu Deus, essa é perigosíssima por duas razões preponderantes: Primeiro porque, já que foi classificada na faixa das piranhas, trata-se de uma mulher que não escolhe parceiro, transam mais pelos interesses do que pelos prazeres proporcionados e está passiva de ser transmissora de DST. Fora à lembrança que vem em nossa mente, daquele peixe mesmo pequeno, que tem mais de 500 afiados dentes em cada arcada dentária. Imaginamos logo que a dita cuja tenha na vagina uma dentadura amolada e vai nos morder o pênis, deixando o saco murcho para a sobremesa. Resultado: Não se consegue transar ou transa-se perigosamente!
Dentre todas as rotulações a mais odiosa e desagradável é a Vaca!
Pô! Chamar uma mulher de vaca podemos dizer sem medo de errar, que é uma classificação altamente desclassificada. Creio que, quando dizemos que aquela mulher é uma vaca, estamos dando uma qualificação das mais humilhantes possíveis. Pois a vaca, além de tudo, ainda é feia e gorda. E até quando é magra, a danada é esquelética. E se você ousar ter uma relação sexual e na hora passar pela sua cabeça a doença da Vaca Louca ou a Febre Aftosa, nem Viagra resolve o seu caso Com esse espécime a coisa torna-se tão horrível, que o resultado é mais penoso: Nem se pode ariscar transar!
Claro que existem infinidades de outras depreciativas expressões populares com relação a esse ser maravilhoso, mas procurei ater-me aos mais conhecidos e usados, deixando para finalizar com o mais torpe de todos, que é a Galinha. Essa meu amigo é a de maior volume na praça e está em crescimento constante, em função da liberdade sexual das mulheres que está começando quase que na infância. É também conhecida na roda masculina como Periguete ou Biscateira e somente tem suas oportunidades com os menos avisados. Geralmente tem o corpo cheio de bactérias e a cabeça vazia de juízo.
Além do percentual elevado de bactérias contaminadoras, adquiridas através das quilometragens penianas rodadas ao longo tempo, a mulher Galinha pode ser taxada como transa de altíssimo risco, graças a enorme possibilidade de ser portadora do letal HIV. E, para completar sua desdita, surge agora a tal Gripe Aviária, que também pode nos levar a morte em uma modesta semana. Pense bem, se na hora H, você fazendo um sexo oral cheio de carinho e romantismo e, de repente, a vagina espirar em sua cara? E você, como cavalheiro, ainda ter que dizer: Saúde!
Resultado: O Ministério da Saúde adverte: Transar com galinha faz mal a saúde!
Eu, puritano e previdente que sou, só estou praticando esse esporte com beatas e evangélicas. Pois estas são puras, castas, higiênicas, caridosas e, na hora do prazer, ainda nos abençoam dizendo: Ai meu Deus! Ai meu Deus! Eu vou gozar em nome de Jesus!
E eu, religiosamente, digo apenas amém, amém, amém!
*Escritor (Vida Louca–ansouza_ba@hotnail.com – antoniomanteiga.blogspot.com

Esses homens...


Esses homens...
*Antonio Nunes de Souza

Uma amiga que havia lido minha crônica a respeito do “desrespeito” dos porcos chauvinistas com relação às mulheres, elogiou minha honrosa e justa defesa ao sexo taxado antigamente de fraco, sugerindo que escrevesse algo sobre esses pulhas, uma vez que, embora não haja uma aceitação no meio machista, também temos denominações nada elogiáveis no mundo feminino, envergonhando a classe do primeiro ser criado na face da terra, considerado racional.
Gosto da imparcialidade nas opiniões e nada mais correto que traçar um perfil também bastante enfatizado, citando alguns dos diversos tipos de homens que transitam, abundantemente, nas várias camadas sociais e, sem nenhum “semancol”, imaginam que estão abafando com seus comportamentais estranhos e inadequados.
Para falar dos homens, tenho que ter um cuidado especial, pois, fazendo parte da classe, se facilitar, estou passivo de derrapar um pouco e ser tendencioso, escondendo certas facetas. Mas, como disse antes, serei bem mais imparcial do que os árbitros de futebol do quadro da Fifa, dando o cartão vermelho a quem realmente merece.
Vou começar pelo “Cafajeste”. Este abominável ser tem em sua cabeça, a idéia errônea que as mulheres os adoram. Aliás, esse conceito popular circula com uma freqüência tão acentuada, que algumas delas, para dizerem que estão na onda ou curiosidade, cultivam certos relacionamentos e terminam quebrando a cara com esses peçonhentos indivíduos. Geralmente são mal educados, se trajam com péssimo gosto, aparência de marginal de filme mexicano, falam utilizando gírias e expressões tolas, termina de comer e sai palitando os dentes, propositadamente erram nos plurais e verbos para dar ênfase as suas machezas (cinco milhão, tenho dois carro, uma porrada de mulé, tomano mé, etc.). Idiotamente, se taxam de “autênticos”. Realmente são autênticos babacas! Só sabem ou conseguem enganar, uma minoria de garotas suburbanas menos avisadas e algumas dondocas emergentes excêntricas, em busca de aventuras paradoxais. Esse tipo é tão pobre de espírito que causa náusea e pena quando deparamos com algum, uma vez que eles infestam todos os ambientes, como se fossem formigas de doce. E para coroar sua condição de cafajeste, caráter para ele é algo inexistente.
Será que as mulheres são culpadas pela perpetuação dessa espécie? Sei não! Mas, se faz necessário que elas trabalhem no sentido de exterminar esse troglodita moderno, dando-lhes menos oportunidades.
Aproveitando o modismo televisivo, desponta no cenário nacional um tipo que está fazendo mais sucesso dos que os empréstimos para aposentados: O Coroa Galã!
Depois da série global “A presença de Anita”, a novela “América” e outros exemplos televisívos, qualquer grisalho está tendo uma cotação altíssima com as menininhas. Dizem os psicólogos que elas procuram nesses homens a presença paterna, etc., porém, mais parece que realmente procuram é alguém que lhes proporcionem prazeres materiais e físicos com maior qualidade e façam com que se sintam realmente mulheres, fatos que não ocorrem nas ligações com os “Sarados e Cocô- boys”, personagens que falarei adiante.
O coroa galão, embora tenha seu espaço com as mulheres, conquistado graças à mídia e o charme (imagino que os diretores das novelas geralmente são dessa classe e, como gostam de ninfetas, procuram impingir esse comportamento como normal na sociedade. Não deixa de ser uma “cafajestagem” disfarçada que tem três classificações distintas: O casado descarado, o solteirão inveterado e o descasado aventureiro.
O primeiro sempre se apresenta discreto e como argumento diz ser “relativamente” solteiro, alegando não existir um bom relacionamento familiar, continua junto em função dos filhos, tem muita carência, etc., mas, quando encontrar uma pessoa legal, ele tomará uma posição definida. O pior é que essa merda de conversa, mesmo super batida e conhecida, ainda colhe bons frutos no meio das mulheres. Não sei se penalizadas ou pelo desafio de fazer um homem feliz, pois, quando eles contam essa estória, sempre fazem aquela cara de cachorro sem dono. Esse, além de casado descarado, ainda é cínico. Porém, geralmente, se dá muito bem nas investidas.
Por que será que as mulheres acatam tanto esse tipo? Sei não! Acho que é modismo!
Já o solteirão inveterado, que pra mim trata-se do individuo que não se definiu sexualmente, imaginando que pode casar e descobrir que sua tara é outra. Isso é fácil de ver (só ele que não percebe), pois sempre está reunido com grupos de homens, faz questão de demonstrar sua masculinidade, dizer que já transou com todo mundo e alardear sua liberdade. Enfim, um garganteiro conversador, que na verdade não casou porque não achou ninguém que agüentasse seu papo e companhia nada agradável. É como chuchu: Parece uma pêra, mas não tem gosto de nada!
Mas, com certeza absoluta, esse tipo é o que melhor se dá bem nos relacionamentos relâmpagos, o popular “ficar”. Principalmente com as mulheres da faixa dos 25 aos 35 anos, não comprometidas, que com receio do encalhamento, sempre partem para o desafio de quebrar o celibato do individuo e, conseqüentemente, o seu. E se ele tiver alguma condição financeira ou for profissional liberal, tem que andar até com segurança, pois senão as mulheres (com todo respeito) atacam mesmo. Classifico esse tipo de homem como “altíssima periculosidade”. Creio que o Sebrae deveria dar um curso de destreza para as mulheres, qualificando-as para que tenham condições de lidar sem riscos com essa classe que, além de tudo, ainda gosta de fazer uma produção independente e se negar às responsabilidades.
Se os outros são perigosos, esse terceiro é pior ainda! É o Descasado Aventureiro! Nessa classe tem uma subdivisão, onde encontramos uma diversidade comportamental, dependendo de como ele chegou a condição que ocupa: Ou foi por incompatibilidade de gênios ou adultério!
No primeiro caso, não podemos nem condena-lo, pois todos nós estamos passivos de uma separação por desentendimentos domésticos ou desgaste amoroso com o passar do tempo. Quando é esse o caso, podemos dizer que é inofensivo e um cara até confiável, pois já teve uma experiência familiar, geralmente habituou-se a vida caseira e pode ser um ótimo partido e marido. O maior cuidado que se deve ter é com relação ao seu temperamento, pois essas separações acontecem sempre em função do cara ser chatíssimo e implicar com tudo. Mas, com uma dose de paciência, domina-se o bruto!
Agora, se a causa da separação foi adultério e ele é que foi enganado. Saia de baixo, meninas! Pois, nesse caso, as duas subdivisões são péssimas! Tem o Corno Manso e conformado, normalmente um idiota perfeito, que jamais será um homem completo ao seu lado. Até a ex-mulher lhe enganou tanto e ele não reagiu que ela preferiu larga-lo a ter um Zé Mané ao seu lado. E olhe que esse tipo descobre, perdoa e ainda pede pra ela não fazer mais e continuar numa boa. Esse, coitado, envergonha nossa classe. E mulher que pega corno de segunda mão, jamais será feliz!
Já o valentão, aquele que pegou a mulher e encheu de cacetadas, fez escândalo, perseguiu o Ricardão, ameaçou de morte e outras baboseiras mais, é perigosíssimo! Só é comparado aos homens bombas das Arábias. Pra matar e morrer ele não muda a camisa! É desconfiado, tende a aprisionar a nova mulher, achando que com isso evita uma reprise, tornando a convivência intolerável. Mulher com juízo nem se aproxima desse tipo explosivo. Fora à possibilidade dele ter na mente uma grande dose de ódio e querer destila-lo vingando-se com a nova parceira.
Só dou um conselho para as mulheres: Se pintar em sua área um corno valentão, carinhosamente, mande-o tirar os chifres e ir tocar berrante nos rodeios de Barretos!
Somente um livro e com volume avantajado, poderia enumerar e classificar o comportamento dos homens, portanto vou finalizar voltando-me para o grupo dos mais jovens e solteiros, citando apenas duas categorias simplesmente ridículas, que estão crescendo abundantemente no mercado.
Primeiro: O Sarado. Que tem na sua mente a idéia tola que as mulheres estão procurando homens para carregar geladeira, servir de segurança, mudar os móveis de lugar na hora da faxina ou estrangula-las com apenas dois dedos. Aí, com essa ilusão, ficam o dia todo na academia correndo numa esteira, abraçados em um aparelho, comendo frutas e verduras. Resultado: Não fumam, não bebem e também não f...! Sentem-se felizes somente em mostrar os bíceps da grossura de uma coxa de elefante, acreditando ser o padrão da beleza masculina. Não sabendo eles que as mulheres gostam na hora do vamos ver é de carinho, doçura, conhecimentos do que fazer e como fazer e não precisa ser o “exterminador do futuro” para fazer uma mulher perder as forças e suspirar de prazer.
O segundo, taxado jocosamente como Cocô-Boy, embora atinja mais especificamente o adolescente (17 a 21), pode-se encontrar outra faixa etária englobada na classificação. Nessa você ainda encontra expressiva quantidade de adeptos com MS e PHD. Esse orgulhoso e vaidoso é o Cocô-Boy Sarado!
Você não precisa procurá-lo e nem terá dificuldade de identificá-lo, pois ele já aparece com o som do carro estrondando milhares de decibéis, tocando uma música de péssima qualidade e gosto, para nas conveniências dos postos ou bares, amarra a camisa na cintura (isso quando estão com esse acessório), pega uma lata de cerveja e, reunidos em grupos, começam a dançar e jogar cerveja um no outro. Em algumas ocasiões pode-se ver patricinhas, com as cabeças mais vazias do que panela de pobre, fazendo companhia a esse produto, criado pela cultura e educação que é dada aos jovens do nosso país. Olhe que o digo não é caretice não! Fui um garoto que amei os Beatles e os Rolling Stones, vi nascer o Rock, o movimento dos Hippes, a libertação sexual das mulheres, a explosão das drogas, milhares de porra-louquices, etc., mas, nunca tive um comportamento que pudesse ser considerado idiota. Esse tipo espero que seja temporário e sazonal, pois, se por acaso houver reencarnação, imagino voltar daqui a alguns anos e ver o mundo dirigido por esses jovens, que hoje valorizam tantas banalidades.
Graças a Deus, acreditamos que esses últimos sejam passageiros, mas, quando estão passando, só faltam estourar nossos tímpanos. O som alto é, exatamente, o sinal que se trata de um idiota que está atrás do volante!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

Recordação na praia!

Recordação na praia!
Antonio Nunes de Souza*

A praia estava totalmente deserta. Somente eu com ela deitada ao meu lado. Estávamos naquele lindo horário do crepúsculo. Findava a tarde e a noite caía calmamente como se quisesse, com carinho, apagar a luz do sol. Sentado na areia eu olhava para o meu lado esquerdo, admirando sua pele que, embora um tanto crespa estava linda e bronzeada, quase vermelha em todo corpo.
Com certeza, eu não esperava encontrá-la tão linda e deliciosa como se estivesse esperando-me para entregar-se. Creio que foi uma sorte ou dádiva que Deus quis presentear-me naquele dia.
Suas pernas eram longas, uniformes e padronizadas, como se fossem feitas a mão. Seus olhos eram grandes e negros, fixados para o alto como se nada estivesse enxergando em sua volta. Olhando cuidadosamente o seu corpo, veio-me a vontade louca de comê-la imediatamente, principalmente quando comecei a admirar aquele lindo e delicioso rabo carnudo.
Entretanto, mesmo cheio de desejos, preferi aguardar mais um pouco e conter meus impulsos até um momento mais adequado, sem deixar-me levar pela sua sedução.
Passados alguns minutos, que para mim pareceram horas, com o sol já se escondendo quase que completamente no horizonte, embriagado pelo clima e a volúpia do desejo de saciar meus instintos, virei para o lado e comecei a tirar sua roupa bem cuidadosamente, como se estivesse descascando uma fruta deliciosa. E, ao tempo em que a nudez do seu corpo ia aparecendo, minha boca enchia-se de água.
Ela continuava impassível não esboçando nenhuma reação, contudo, algo me dizia que se ela falasse, seria: Coma-me logo para matar seu desejo!
Naquele momento, não podendo mais refrear meu ímpeto, comecei a lamber carinhosamente o seu corpo, sentindo aquele seu sabor salgado e delicioso, mesmo com aquele cheiro acentuado de maresia que nos cercava. Ao mesmo tempo em que passava lentamente minha língua entre suas lindas pernas, contornando sua cintura e indo até suas costas, dava também pequenas dentadas em sua carne macia, enchendo o meu corpo de prazer.
Como era de se esperar, afastei suas pernas para os lados e comecei a comê-la vorazmente, deliciando-me gradativamente, ao tempo em que ia saciando toda minha fome e desejo.
Ela entregou-se a mim sem nenhuma reação, dando a entender que aprovava minha atitude. Nada falou, porém soube satisfazer um homem cheio de desejos e faminto.
Terminada essa minha operação que mais pareceu um ritual, levantei e fui andando em direção ao mar para lavar minha boca, as mãos, e pensei:
-Que sorte eu tive em ter pescado essa lagosta tão grande e poder cozinhá-la aqui mesmo com água do mar. Agora poderei ficar pescando até mais tarde, já que matei a fome!

*Escritor (Vida Louca - ansouza_ba@hotmail.com -antoniomanteiga.blogspot.com)

Loucura!

Loucura
Antonio Nunes de Souza*
Peço e espero a morte a qualquer minuto,
Nem mesmo o subconsciente escuto,
Que grita dizendo que devo viver.
Meu amor próprio há muito vem morrendo,
Pelo muito que venho sofrendo,
Fazendo-me tristemente padecer.

Existem muitas razões para a vida,
Mas, todas elas por mim foram esquecidas,
Pela incompetência de administrá-las dignamente.
Não sinto que alguém de mim dependa,
Não conheço um ser que me entenda,
Não consigo estar ou deixar alguém contente.

Será que sou um erro genético,
Que brotou neste mundo patético,
Antes ou depois do tempo previsto?
Se morro agora sem dizer nada,
Depois de percorrer tanta estrada,
É prova que entender desisto.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

Momento de prazer!

Momento de prazer
Antonio Nunes de Souza*
Seus sedosos pêlos pubianos,
Umedecidos pelos desejos profanos,
Exalava um cheiro perturbador.
Acariciei o seu sexo deixando-a louca,
Suguei o seu seio e beijei-lhe a boca,
E começamos a fazer amor.

Faltou controle da nossa parte,
Na ânsia esquecemos a arte,
De amar demoradamente.
Porém, na cama com ela,
Qualquer ser humano apela,
E goza que nem sente.

Felizmente continuei penetrando,
Nossos gemidos foram aumentando,
Repetindo tudo que já se fez.
Senti seu corpo tremendo,
Sacudindo como se estivesse morrendo,
Aí, gozamos pela segunda vez.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

domingo, 2 de janeiro de 2011

Perdido na noite!

Perdido na noite
Antonio Nunes de Souza*

Perdi-me na noite!
Talvez mereça um açoite,
Por seguir o roteiro errado.
Tantas estradas pela frente,
Bem claras e evidentes,
Optei o caminho do pecado.

Será que voltar é a solução?
Ou devo seguir na contramão,
Pra ver onde vou chegar.
Nessa escuridão profunda,
Uma tentação me inunda,
Dizendo pra continuar.

Sei não! Acho que é uma loucura,
Perder-me numa estrada escura,
Que não sei onde vai dar.
Tomara que surja uma luz,
Nesse caminho que me seduz,
E eu possa me encontrar.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com
antoniomanteiga.blogspot.com

Os dez mandamentos ou os sete pecados capitais?

Os dez mandamentos ou os sete pecados capitais?

Antonio Nunes de Souza*

O homem, com sua racionalidade já sendo posta em dúvida pelo esdrúxulo comportamento, cada dia que passa prova a si mesmo, quanto é paradoxal no que diz, pensa e procede.
Quando Deus, através de Moisés, criou os sagrados Dez Mandamentos, pensava Ele estar dando uma diretriz comportamental aos seus queridos filhos, no sentido de orienta-los melhor para uma convivência sadia em todas as comunidades, assegurar uma respeitabilidade dos direitos humanos, religiosidade, união entre povos, solidariedade e um caminho mais sublime para se alcançar à vida eterna. Pois, essa nossa passagem terrestre, embora tenha uma duração de longos anos está longe de ser o paraíso infinito da felicidade de estar algum dia ao seu lado.
Mas, infelizmente e inexplicavelmente, o que vemos no nosso dia-a-dia é o culto, a prática e veneração pelos Sete Pecados Capitais, como se fosse uma regra de vida e, aquele que não estiver seguindo-a rigorosamente, não passa de um tolo ou um estranho no ninho, que sofrerá amargamente pelo resto da vida.
Por que será que os valores foram trocados com tanta simplicidade?
Será que é mais interessante praticar as ações condenadas que as justas e corretas?
Podem crer que não! Quando se procede fora dos padrões normais dos comportamentos, embora deixe transparecer em princípio que os benefícios serão maiores, deixa claro também que não é o correto com as pessoas envolvidas e, certamente, prejuízos serão causados a terceiros, proporcionando-lhe uma vantagem inicial, mas, problemas sérios, tanto na terra como posteriormente.
Porém, infelizmente, ninguém se preocupa se está certo ou errado. A preocupação maior é a da vantagem adquirida com o que está fazendo ou vai fazer, pouco se importando com os resultados futuros, nem mesmo ter o discernimento de parar um pouco para pensar quanto injusto está sendo com seu próximo e, futuramente, consigo mesmo.
Acredito que já passou a hora de uma reflexão a respeito dessa troca inconcebível de valores, pois, lamentavelmente, o homem conseguiu ultrapassar todos os limites dignificantes dentro da sociedade, cultuando e procedendo com animosidade e ganância os Sete Pecados Capitais.
Devemos lembrar que, mesmo aqueles que conseguem escapar da justiça da terra, certamente sejam penalizados com a justiça divina, mesmo contando com a bondade de Deus.
Será que já não existe diferença entre os homens e os outros animais irracionais?
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

O que é a vida!

O que é a vida?
Antonio Nunes de Souza*
Tem uma conotação divina,
Todo mundo com ela se fascina,
Descrevendo-a como bela!
Ah! Como essa gente mente!
E quem ouve cala e consente,
Com essa profunda balela.

Esse estado físico animal e humano,
Dos estados é talvez o mais profano,
Por não ser infinito nem eterno.
Às vezes retrata um lindo céu,
Outras o sabor do puro e gostoso mel,
Na maioria das vezes parece mais um inferno.

A vida não passa de uma extensa aquarela.
Onde nós somos apenas uma modesta tela,
Que ela tinge quando nos atinge.
Azul, vermelho, verde, cinza ou lilás,
Poucas são às vezes, que usa o branco puro da paz,
Porém, o homem traja uma redoma incolor e finge.

Se passarmos um filme da nossa pinacoteca,
Veremos como a dita “vida bela” peca,
Nos matizando com milhares de cores.
Nossas aparências mutantes e tão diferentes,
Muitas com tons tristes, poucas com tons contentes,
Representando necessidades, paixões e amores.

Vivemos com eternas lamentações,
Econômicas e, principalmente, dos corações,
Pedindo a Deus para sermos fortes nas dores.
Mas, todos os quadros seriam mais definidos,
Se fossemos inteligentes e prevenidos,
E pintássemos nossas próprias cores.

Escritor (Vida Louca - ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

O dia que o Brasil parou!

O dia que o Brasil parou!
Antonio Nunes de Souza*
“O Brasil parou pra ver a Dilma passar pra governar com amor!”
Certamente, assim pensaria o Chico Buarque se tivesse de fazer uma nova música baseada na praça dos três poderes!
Para aqueles, como eu, que conhecem e acompanharam de perto, inclusive vivenciaram a política brasileira nos últimos quarenta anos, ver a alegria e emoção do povo prestigiando a saída de um presidente e a entrada de outro, dando uma lição de afeto, agradecimento e confiança a um partido que, depois de uma luta insana e sofrida chega ao poder, não para ter a força dominadora e sim o poder da possibilidade que o cargo oferece, para dar ao povo brasileiro a felicidade que merece e sempre foi relegada, praticamente, pela totalidade que passou pelos palácios governamentais e o presidencial, a emoção aflora de tal forma, tornando-se difícil conter as lágrimas que, teimosamente, fluem nos olhos e escorrem na face, como se fosse para registrar com água e sal, o que foi conseguido com os sacrifícios dos sangues de muitos que lutaram por esse momento de liberdade e democracia.
Acaba de ser reconhecido, mundialmente, como um grande estadista, desnudou o Brasil com suas viagens em todos os continentes, abrindo grandes horizontes, equilibrando nossa balança comercial e, principalmente, uma atenção especial ao povo pobre e miserável que, aos milhares, vinha sofrendo as agruras do inferno, que poderíamos caracterizá-la de condição de morte e não de vida!
Lutou, veementemente, por uma melhor distribuição de rendas, ampliou as ajudas com empregos, bolsas, vales, água, luz, moradia, etc., que os insensatos e insensíveis taxaram de compra de votos. Porém, na verdade ele não estava comprando! Estava sim, pagando uma dívida que todos nós tínhamos com eles, herdada de governos passados.
Elogiar a passagem do Presidente Lula é, sinceramente, desnecessário, pois, mesmo seus adversários ferrenhos, perderam as forças perante a realidade e, muitos deles, aos poucos estão se chegando, uns por reconhecimentos e outros por sempre se acobertarem com quem está por cima, olhando mais os seus interesses pessoais. Mas, não somos tolos e, aos poucos, vamos separando o joio do trigo!
Parabéns Presidenta Dilma! Como podemos não confiar em você que, desde a juventude, vem lutando pelo nosso país? Você que provou ser uma forte guerreira, levantando-se, sacudindo a poeira e, dando a volta por cima, chegou com honras e glorias ao posto máximo de nosso Brasil?
Essa é uma síntese do trabalho do Partido dos Trabalhadores, que procura cumprir os ditames da sua plataforma política, voltada para o povo como o primordial.
Se existem falhas? Claro que sim! Se até dentro das nossas famílias temos um parente ou aderente que foge as normas, imagine num universo político de milhares de seguidores? E não são poucos aqueles que, erroneamente, imaginam que chegaram ao poder para se locupletarem, seguindo a cultura sórdida que ainda perdura em todas as áreas públicas. Esses estamos saneando gradativamente na área de cargos de confiança e, na eletiva, compete ao povo não reelege-los.
O Brasil parou no dia primeiro de janeiro, porém, para iniciar uma caminhada longa de progresso e realizações, mostrando aos nossos opositores que não sabemos apenas sair com bandeiras nas passeatas de reivindicações. Esse comportamento nosso, embora criticado pelas elites, sempre representaram os primeiros passos para melhorar o país!
Que as comunidades estejam sempre ao nosso lado, ajudando a melhorar cada vez mais os desempenhos do Partido dos Trabalhadores, pois, se assim fizerem, o maior beneficiado será sempre o povo!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
antoniomanteiga.blogspot.com

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ironías do destino!



Ironias do destino!
Antonio Nunes de Souza*
Sentado, as lágrimas desciam pelo rosto ao ouvir uma frase forte e comovente que, num passado distante, a ouvi com entonação de carinho e preocupação e encontrava-me alegre e feliz. Fiz uma retrospectiva, projetando em minha mente um filme que não gostaria de tê-lo assistido:
-Pâmella Mary, saia da lama menina! Falou a mãe enquanto enxaguava na bacia a roupa de lavagem de ganho.
Sorri, internamente, quando ouvi o nome da pequena criatura que, sentada numa poça d’água imunda, brincava tranqüilamente como se fosse uma piscina. Analisei como é interessante e peculiar entre as pessoas pobres, colocar nomes exóticos e estrangeiros em seus filhos, procurando enriquece-los de alguma forma, imitando os nomes comumente usados nos filmes e novelas da tv. Mais engraçados ainda são os acréscimos de letras para dar maiores ênfases, muitas vezes tornando ridículas as pronuncias e as combinações. Pâmella Mary era um exemplo típico desse fato!
-Bom dia dona Mariana!
-Bom dia, Dr. Márcio! Eu estava esperando o senhor na parte da tarde, por essa razão não preparei a menina.
-Infelizmente surgiu um compromisso inesperado para hoje à tarde, e resolvi vir logo pela manhã. Mas, como a senhora não tem telefone, não tive condições de avisar. Porém, pode ficar tranqüila que aguardarei de bom grado a preparação da criança.
Enquanto mandava que eu sentasse em um tamborete com as pernas meio bambas, Mariana desocupou a bacia estendendo as roupas no varal improvisado em plena ruela da favela, enchendo-a de água e, em seguida, pegou a menina pelo braço e a colocou dentro, antes porém, lavou os sujos pés que estavam enfiados na lama fétida do fundo da poça.
Conforme havíamos combinado, eu estava ali para levar a menina, adotando-a extra-oficialmente, pois estava casado há 10 anos e não consegui ter um filho em função de um problema genético da minha mulher. E fomos informados que dona Mariana não tinha condições de criar a menina e estaria disposta a dá-la para um casal que fosse respeitável e lhe desse uma boa educação. Ela foi a nossa casa, nos conheceu, viu que tínhamos boas intenções e concordou em nos dar a criança, mesmo sem as burocracias da justiça. Como a menina tinha dois anos e não era registrada, nós a registraríamos como se fosse nossa própria filha e tudo ficaria na mais completa tranqüilidade e segredo para ambos os lados. Pretendíamos dar algum dinheiro para Mariana como uma compensação por estar nos dando uma felicidade ímpar, mas ela recusou-se categoricamente, alegando que, somente em estarmos dando conforto e segurança para sua filha, representava a maior das fortunas que ela poderia ter na vida. Mas, mesmo assim, prometemos ajuda-la em alguma ocasião que fosse preciso.
Não ficamos temerosos com relação a alguma reclamação posterior do pai de Pâmella, pois se tratava de um individuo que apareceu na favela tempos atrás, sem documentos, eiras nem beiras, nenhum parente e fazia biscates diversos para sobreviver. Mariana o conheceu num pagode, ficou, e aconteceu. Uma semana depois desse fato, ele foi atropelado e morto numa rua da zona norte. Mariana só veio saber, através dos comentários habituais da favela. Entretanto, ninguém sabia desse rápido envolvimento e nem ela percebera que já estava grávida. Quando descobriu, deu prosseguimento a sua gravidez, guardando segredo de quem era o pai, pois, naquele ambiente, ninguém tinha preocupações ou causava estranheza alguém aparecer de barriga.
-Pronto Dr. Márcio. Aqui está sua bonequinha! Coloquei nesse saquinho de mercado algumas roupinhas, embora o senhor tenha dito que já tinha em casa um enxoval completo no quartinho dela, que tive a felicidade de ver. Ela disse isso escondendo com um sorriso os olhos lacrimejantes de uma mãe que está entregando um pedaço de si.
Dei-lhe um abraço, agradeci mais uma vez, e alegre e comovido carreguei a criança nos braços, partindo para o carro que estava um pouco distante, em função do caminho do seu barraco ser intransitável, onde Eunice, minha esposa, me aguardava, pois não queria ver a cena da despedida. Mas, nada aconteceu que fosse dramático.
Pâmella não esboçou nenhuma reação e nem estranhou as pessoas que a estavam levando-a O passeio de carro, as novas paisagens e a variação de novidades, eram suficientes para faze-la feliz e nem lembrar do seu barraco ou da própria mãe.
Tomamos todas as providencias combinadas e normais para perfilha-la e criar a menina dando-lhe educação, carinho e amor. Não mudamos o seu nome, como uma homenagem ao gosto(?) da sua mãe.
Os anos passaram, Pâmella terminou o curso secundário, fez vestibular e passou a cursar a faculdade de arquitetura. Quanto à dona Mariana, curiosamente, após dois meses que havíamos trazido a menina, voltamos ao seu barraco e não a encontramos. Seus vizinhos não souberam nos dar nenhuma notícia, como também, nesses 19 anos, jamais voltamos a nos falar ou ter alguma referencia do seu paradeiro. Em função disso, jamais contamos nosso segredo para a menina.
Mas, como muitas vezes o destino nos prega peças nem sempre agradáveis, Pâmella começou um namoro com um rapaz que era usuário de drogas e, infelizmente, levou-a para o vício. E, como comumente acontece, quando percebemos já era tarde. Ela começou a ser agressiva, passar dias fora de casa, deixou de freqüentar a faculdade, além de beber e fumar, iludida como muitos jovens, achando que isso é que era felicidade.
Tentamos de todas as maneiras contornar a situação, mas, somente pode-se ajudar, quem realmente deseja ser ajudado. E ela nada queria e não aceitava mais nossos carinhos e atenções, terminando por ir morar com o tal indivíduo em um quartinho de uma pensão de quinta categoria.
Depois de meses nessa vida, onde não tínhamos nenhuma notícia, hoje ela apareceu aqui em nossa casa, com uma aparência horrível, olheiras, mal vestida e, cinicamente, veio nos pedir, quase exigindo, dinheiro para comprar drogas, pois estava em tempo de enlouquecer e, caso não tomasse uma dose iria morrer de dores por todo corpo.
Foi nesse instante que ouvi a fatídica frase, desta feita repetida por minha mulher, com muita compaixão, lágrimas e amor, que me fez lembrar toda essa triste história:
-Pâmella Mary, saia da lama menina!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)