Antonio Nunes de Souza*
Era
uma mulher deslumbrantemente maravilhosa. Um corpo perfeito, com todas as peças
nos lugares certos, seios rígidos, lindos e pontudos e tamanhos adequados, o quadril
tão bem formado, que parecia que fora esculpido por Michelangelo, seu rosto
tinha todas as características de uma beleza nórdica, que é na verdade o padrão
internacional de beleza, suas pernas eram tão bem torneadas, que não se
percebia os joelhos, dado sua uniformidade até a junção dos seus pezinhos
delicados!
Era
um raríssimo espécime, que apenas tinha uma coisa que não combinava com as
características citadas. Não que fosse demérito, apenas era uma combinação de
mixagem de tipos étnicos, parecendo uma criação laboratorial, pois,
curiosamente, ela era negra como as asas da graúna, e os seus cabelos crespos
poderiam não combinar, com esse deslumbrante, divino e maravilhoso ser. Mas,
sinceramente, tudo era de uma perfeição tão impecável, que parecia uma miragem tida
por um Tuaregue em pleno deserto de Saara!
Quando
ela andava com seu porte de rainha e a elegância sensual, seu belíssimo corpo
parecia estar zombando dos nossos gulosos olhares, dirigidos para suas nádegas,
que jamais mereceria ser chamada de bunda. Seria um sacrilégio e um demérito
com aquele belíssimo santuário!
Como
todos nós mortais somos passíveis de detalhes, que lamentavelmente nos
sacaneiam, ela também tinha o dela, que suponho não agradá-la. Ela tinha aquela
doença de pele Pitiríase, popularmente chamada de Vitiligo, que faz aparecer
uma série de manchas brancas pelo corpo e, até hoje, ainda não tem uma cura
definitiva, pois, trata-se de uma falha orgânica do indivíduo, em não produzir
uma substância necessária, para a coloração uniforme da pele. Infelizmente, a
ciência ainda não descobriu como produzi-la em laboratório! Mesmo assim, por
incrível que pareça, essa combinação de cores (preto e branco), ela não deixava
de ser uma perfeita mulher, uma estrela e botava fogo nos nossos desejos
sexuais. Eu, que a admirava mais que tudo, intimamente e secretamente, pela sua
bi coloração, coloquei o apelido de “Dálmata”. Uma linda cadela, ou cachorrona
como dizem os Funkeiros. Era meiga, linda, charmosa e deveria saber muito bem dar
e receber carinhos!
Assim
era minha querida e inacessível “Luana Dálmata”, meu desejado exemplar canino,
que por muitas vezes, me levou a generosas masturbações solitárias, apenas
usando a fértil imaginação, e o desejo guloso e libidinoso!
Confesso
que um dia cheguei a sonhar que era um belo pastor alemão e, quando minha
querida Dálmata passou por mim na rua, eu com a liberdade peculiar canina,
corri atrás, dei umas cheiradas no seu sexo protuberante, lambi babando de
satisfação e, prontamente, equilibrei minhas patas em seu corpo, e fui me
introduzindo sem dó nem piedade, sem ligar os transeuntes que olhavam admirados
e sorrindo, até que me engatei com toda segurança possível. Me jogaram água
fria, me bateram com uma vassoura, gritaram, jogaram coisas, mas, eu não
largava de jeito nenhum. E, minha doce cadela, gostando também, virava-se de
lado e me lambia todo, alimentando minha tesão embutida e guardada por tanto
tempo. Acordei daquele jeito: em petição de miséria. Mas, realizado pensando
como seria bom, se esse sonho um dia se realizasse, com minha querida e
poderosa Luana Dálmata!
Depois
desse episódio magistral, me voltei a olhar com carinho a doutrina espírita,
pedindo ao Nosso poderoso Senhor e a Allan Kardec, que me reencarne como um
lindo cão, que não tem cerimônias para fazer e atender seus caprichos e
necessidades, nas horas que as oportunidades despontam!
Vou
querer me chamar Rex, e já estou até aprendendo a latir: Au, Au, Au, Au!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
Um comentário:
Já escrevi. Um cão pitibu e uma zebra. Nem da para um prato típico chamado arrumadinho kkkkk.
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