terça-feira, 25 de abril de 2023

DO NASCER AO MORRER! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Todos aqueles que convivem de perto comigo ou amigos íntimos, sabem e estão cansados de ouvir meus conceitos sobre a vida (nascimento, crescimento, velhice e morte), acentuando várias conjecturas, onde me esforço para ser bem claro. Porém, por se tratar de citações nada comuns e, ao mesmo tempo, muito vanguardistas, confundo as cabeças dos meus interlocutores ou, pelo menos, deixo-os desnorteados e com a convicção que estou, simplesmente, louco!

Num poema que fiz há muitos anos, enfatizo e defendo a idéia que nós deveríamos nascer velhinhos e pequeninos, mas, com crescimento mais veloz. Cuidassem das nossas doenças, alimentassem nossos corpos para enfrentar o mundo, fôssemos tendo uma vida e desenvolvimento com corpos saudáveis e, quando chegasse o nosso ciclo determinado de vida, começaríamos a nos encolher, mas, com muita saúde, até ficarmos uma criancinha, ocasião que morreríamos no colo dos nossos amigos e parentes. (Vide o filme “A vida de Benjamim Burton” com Brad Pitti, que é genial e tem alguma similaridade). Na sequência normal da vida você nasce passivo de dezenas de doenças, toma centenas de vacinas, pega dezenas de viroses, visitas aos médicos periodicamente, cuidados especiais, etc., durante o decorrer do tempo fazendo exercícios, não comendo muitas coisas  que gosta e, depois de todas essas obrigações e determinações ditas salutares, na sua velhice, que depois desses tratamentos deveria estar uma “fera”, começa a sentir em dobro ou triplo uma série de doenças, que vão debilitando seu corpo, fazendo que você assombrado, espere a morte a qualquer momento. Lógico que é uma sensação de terror diário FDP, porém, simpaticamente, colocaram o nome dessa nossa linda (?) fase: “Terceira Idade ou Feliz Idade!” Uma altíssima sacanagem. Eu acho até que quem criou essa “farofa” foi um publicitário de renome chamado Alexander da Silva. O homem tem nome americano e sobrenome típico brasileiro, com essa mistura mermão, só poderia ter um papo de jacaré, que leva qualquer no bico. Se duvidar ele dá beliscão em parede de azulejo!

Eu, sinceramente, continuo defendendo o meu ponto de vista, que por mais maravilhosa que seja essa tal de “feliz idade”, nunca me fascina e nem fascinará. E repito sempre que não gostaria de passar por ela. Eu fiz uma jura pra mim mesmo, que morrerei tendo apenas 26 anos, e na minha cabeça nunca passo disso. Só me lembro que sou mais velho quando me olho no espelho, e vejo os cabelos brancos, mas agora até isso não me assunta, pois está na moda. Porém, já que do outro lado do mundo dizem que teremos grandes e maravilhosas surpresas divinas, morrer pode ser um bom negócio. Mas, se me enganaram e não tiver nada disso, ficarei podríssimo e putíssimo!

E, pelo sim pelo não, eu quero é viver muitos e muitos anos mesmo caindo pelas tabelas!

Dando mais uma de profeta, suponho que Deus, com sua sabedoria incomparável, aproveita nossos momentos terráqueos finais, para dar os merecidos castigos pelos pecados cometidos durante a vida, poupando o trabalho de fazer do céu um lugar de julgamentos e condenações. Esse papo que: “se não pagar aqui, paga no céu!”, pode ter certeza que é fake news. Lá só recebem almas purificadas. Em função dos erros e pecados cometidos, logicamente, os piores terão seus sofrimentos nas debilitações, relativos aos seus comportamentos. Os bonzinhos (que não são muitos) morrem dormindo sem sentir nenhuma dor, ou enfarto fulminante. Os que morrem de desastres são os mais danados, e cometerão muitas mazelas. E os que morrem crianças ou jovens, são porque no futuro iriam aprontar muito!

Segundo as crenças principais: se for católico Deus perdoa e vai direto para o céu, se for espírita vai purgar um pouco e depois voltar para cumprir sua jornada. Somente os evangélicos é que se você for bom ganha o céu e se for ruim vai direto para o inferno, para eles não existe meio termo!

Eu, precavidamente, já estou negociando com Deus, através do corretor Leonardo, uma nuvem de quarto e sala, com vista para a terra, com o privilégio de anjinhos tocando harpas as sextas-feiras a noite, um bom manjar diário, e umas “caipihóstias” para animar. E não quero pagar condomínio!

*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!

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