Antonio Nunes de Souza*
Essa
respeitosa saudação é dirigida a mais bela e vaidosa, Rainha do mar e de todas
as águas, a amada e reverenciada em todo Brasil: IEMANJÁ!
E
dois de fevereiro, sendo seu dia, certamente milhões de brasileiros estarão
curtindo essa divindade, intitulada com esse belíssimo nome pelas religiões
afro-brasileiras, que, na verdade, trata-se de Nossa Senhora, Maria, Mãe de
Jesus!
Na
minha cidade de Santo Amaro, ela é a padroeira e tem como nome de batismo
“Nossa Senhora da Purificação”. Nos dez últimos dias de janeiro, anualmente
cultua-se umas novenas com muitas religiosidades e festividades, culminando com
uma majestosa procissão com mais de cem andores de Santos, que vem de todas as
cidades circunvizinhas, para participar dessa abençoada manifestação. É
impressionante ver de perto as saídas da matriz dos andores carregados pelo
povo, que, incrivelmente, quando o último está saindo, os primeiros depois de
desfilarem por toda cidade, já estão retornando a igreja! Uma beleza e
demonstração de uma maravilhosa fé pouco vista!
No
nosso país, podemos dizer que não existe na verdade, religião que seja um
padrão e tenha seus princípios respeitados, seguindo as linhas determinadas por
suas igrejas, crenças, vertentes religiosas, como judaica, maometana, budista,
católica, espírita e evangélica, todos comemoram todos, participam
efetivamente, principalmente em função de todas elas terem em seus costumes,
comidas, músicas, danças, cânticos, manifestações de artes e, os menos ligados
a regras, tomam suas bebidinhas dando o toque profano, que o brasileiro não
dispensa de forma alguma em qualquer celebração!
Em
Salvador, além de “dia santo”, comércio fechado e beirando o carnaval, o bairro
do Rio Vermelho recebe milhares de turistas e nativos, que vão curtir tudo que
tem direito, levar pequenos presentes e flores para a gloriosa e vaidosa Rainha
das águas. Tenho até uma querido e estimado amigo em Salvador, Marcos Benjamim,
que no passado fechava a rua onde situava sua empresa, e organizava uma festa
de arromba, com danças, shows, alegrias e agarrações, reunindo centenas de
amigos, que pelas muitas peripécias, deixava Iemanjá de queixo caído e
gritando: Saravá meu Pai!
A
festa culmina com uma procissão marítima, com barcos, escunas, jangadas, canoas
e lanchas de vários escalões, enfeitadas, e muitas delas com bandas e charangas,
idolatrando a soberana!
Eparrei
Sarava Iemanjá!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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