Antonio Nunes de Souza*
Teodoro
revelou-se fantástico. Ninguém poderia imaginar que existisse algo tão
incrível!
E o pior era
que existia e, futuramente, foi comprovado por toda cidade, causando a mais
completa surpresa e absurda indignação!
A cidade era
praiana, pequena e do interior. Logicamente todos se conheciam e os segredos,
ou quase todos, já não eram segredos para ninguém. Eu disse quase todos, porque
o segredo de Teodoro era, inacreditavelmente, desconhecido por todo mundo, inclusive
os seus amigos mais íntimos. Pois, quando ele chegou para morar na cidade,
juntamente com a sua mãe que era viúva, já tinha 10 anos de idade, e por isso,
ninguém conhecia suas particularidades com detalhes!
Para mim foi
um choque tremendo, quando descobri inesperadamente e em circunstancias
trágicas, toda aquela desvairada e fantástica historia. Nada poderia ser mais
absurdamente incrível do que o que acontecia nas barbas de toda cidade, e todos
desconheciam e jamais poderiam suspeitar que aquilo existisse e, caso pudesse
existir, seria impossível estar existindo tão perto de todos nós!
Teodoro era
um rapaz relativamente bonito. Não era alto, um pouco magro, tinha uma bunda
meio batida e seu andar era engraçado porque andava com os pés um pouco para fora,
como se estivesse sempre chutando uma bola. Embora usasse óculos, estes até que
melhoravam sua aparência, dando-lhe um aspecto enganador de intelectual. Sempre
estava participando de festas, pois, adorava dançar, principalmente exibir-se
para as platéias. Porém, o que mais gostava era de ficar aos beijinhos com as
gatinhas, dando uma impressão que não poderia viver sem elas. Seu chamego era
tanto que os amigos apelidaram-lhe de Mosca de Padaria. Porque beijava todas as
roscas e broas e não comia nenhuma. Algumas vezes a gozação era maior, e diziam
que ele era igual a uma serpente banguela (dava o bote, mais não mordia
ninguém)!
A verdade é
que ele não precisava de ninguém. Era um homem literalmente completo que, mais
tarde, veio a dar inveja a muita gente. Seus prazeres eram constantes e sempre
estava sorrindo em função de ter uma vida sexual intensa e deliciosa, isto a
qualquer hora ou lugar, independente de estar só ou acompanhado. Parece
estranho o que eu disse, porém é a expressão viva da verdade, e você logo
saberá que tenho boas razões de assim afirmar!
Teodoro era
um hermafrodita. Embora tivesse todas as características masculinas (não se
levando em conta algumas frescuras eventuais), era possuidor de uma linda e
sensual xoxota, situada ao lado interno da sua coxa esquerda que, por estar bem
próxima lateralmente do seu saco escrotal, era praticamente imperceptível para
qualquer pessoa notar, mesmo ele estando nu. Este seu segredo, que só sua mãe
sabia, jamais foi descoberto, ou confessado por sua fiel genitora, fazendo com
que ele circulasse normalmente em qualquer lugar, sendo tratado acima de
qualquer suspeita!
E, em função
dessa agradável (?) anomalia, Téo (como era apelidado por todos), não dependia
de ninguém para saciar seus desejos sexuais, pois, todas as vezes que ficava
excitado, bastava introduzir o seu modesto pênis na sua particular e sedutora
vagina e, em qualquer lugar que estivesse, gozava duplamente (penes e vagina),
sem que os que estavam cercando-o percebessem o que estava passando em sua
cabeça, ou seu membro por assim dizer! Uma vez que já estava habituado a
transar em locais públicos, acostumou-se a não deixar transparecer as suas
emoções na hora dos orgasmos, ocultando com maestria aqueles peculiares
tremores e viração de olhos, tão comuns nessas horas deliciosas e prazerosas!
Entretanto,
um belo final de tarde, ao pôr do sol, estava Teodoro na sacada da sua casa,
admirando a linda praia que ficava em frente, quando surgiu andando pelas
areias uma maravilhosa mulher, com um corpo escultural que, sem a menor
cerimônia, passou a tirar o minúsculo biquine e encaminhou-se para o mar
completamente nua. Ao retornar, depois de molhada, a penugem do seu sexo deixou
Teodoro tremendamente excitado e desejoso de possui-la!
Na proporção
em que se deitava na areia, rolando para os lados, o sol desenhava sua
silhueta, provocando cada vez mais o desejo de Téo em transar diretamente com
ela!
Nessa
altura, já com seu membro totalmente duro e latejando, querendo dizer que era
importante uma penetração naquele
momento, mais que depressa, dada a sua prática e sagacidade, Téo sentou-se no
baixo muro da sacada da janela do seu quarto, situado no andar de cima do
sobrado, cruzou as pernas e introduziu quase que de uma vez todo seu membro na
sua particular vagina que, como uma boca gulosa, engoliu aquele pedaço de nervo
com a maior alegria. Assim procedendo, começou a bater as coxas, fazendo com
que o movimento fizesse com que ele chegasse logo ao orgasmo!
E foi o que
aconteceu quase que imediatamente. Téo gozou logo uma vez, porém, achando que
era pouco, continuou com o bate coxas até gozar mais outra vez. Aí, nessa
última vez, não conseguindo controlar-se com os seguidos estertores e
ejaculações, escorregou janela abaixo, caindo de uma altura de mais de dez metros!
Não precisa
dizer que foi o maior vexame. Pois, aquele corpo nu espatifado na calçada, fez
com que todos corressem para cima. E, assombrados, dezenas de curiosos em sua
volta, ainda puderam ver ele, no tremor da morte, ainda gozar mais uma vez e, como
suas últimas palavras, disse: “Graças a Deus eu sempre fui um homem auto suficiente!
Mulheres eu sempre as olhei como se fossem cobras. Bonitas, coloridas, sensuais,
porém, perigosas e cheias de venenos!”
*Escritor –
Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
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