Antonio Nunes de Souza*
Desde
menino que nas brincadeiras de picula ou pega-pega, adorava me esconder sempre
com um outro amiguinho, e ficava na frente protegendo ele por trás de mim. Mas,
comecei a sentir que eles gostavam, e sempre estavam esfregando algo duro em
minha bundinha. De início não ligava, achando que era acidental, porém, com o
passar do tempo eu passei a gostar e, normalmente, me esfregava bem para sentir
ao máximo a presença de um pinto em minha regada, mesmo usando calção!
O
tempo foi passando, passando, e uma das vezes um dos mais sapecas, baixou meu
calção e com ânsia, enfiou seu pinto todinho em meu anus, dando-me uma sensação
gostosa quando ele metia e tirava, como se estivesse bombeando. Me deu até uma
dorzinha, mas, foi uma delícia que nunca tinha experimentado. E, daí pra
frente, sempre nas brincadeiras era esse amigo que eu escolhia para me esconder
junto, e claro que ele me comia maravilhosamente, deixando-me radiante e feliz!
Como
teria que ser natural, fiquei um rapaz, porém, passei somente a gostar de
homem. Tentei até um dia sair com uma mulher, mas, foi um desastre, quando ela
ficou nua, abriu as pernas, e eu vi aquilo horroroso parecendo a boca de um
macaco, quase vomito. Mandei ela se vestir ligeiro e fomos embora. Contudo, foi
ótimo porque eu confirmei que, categoricamente, adoro na verdade os homens!
Como
minha família é de posses, meus pais são donos de uma média indústria, quando
descobriram essa minha vertente homossexual, ficaram loucos, pois, como sou
filho único, desejavam eles que eu os substituíssem dentro em breve na direção
dos negócios e, logicamente, achavam que não daria certo um gay para tamanha
responsabilidade!
Me
chamaram, conversaram bastante e me pediram que fizesse um tratamento com um
grande psicanalista durante um ano, no sentido de corrigir esse meu desvio
sexual! Como os amo muito, prometi me submeter, e no dia seguinte foi
providenciado o tal doutor ultra renomado, marcada a consulta para começar!
Para
não me alongar, digo que, com três meses eu já estava namorando uma garota como
teste, e me sentindo bem nos beijos e abraços, até meu membro ficava meio duro
as vezes. Aí, com seis meses dei a minha primeira transada com a tal namorada,
inclusive até gozando duas vezes. Já estava me sentindo um machão dos bons!
Mas,
na semana seguinte fui a uma pizzaria, pedi uma quatro queijos e um suco de
laranja, e fiquei aguardando a chegada. Meu amigo, não é que entrou um moreno
lindo, sentou-se na mesa que estava ao meu lado e começou a me olhar. Em
princípio fechei a cara, como recomendou meu psicanalista, porém, com cinco
minutos eu já não aguentando mais, e convidei-o para sentar na minha mesa. Ele sorriu
e veio, se apresentou: Meu nome é Paulo e o seu? Eu me chamo Jairo, muito
prazer e esteja à vontade!
Resultado
é que ficamos conversando bastante, nos identificamos muito, e tive uma bruta
recaída, resultando em um caso maravilhoso, que vem rolando por uns dez anos!
Meus pais com esse tempo, passaram a aceitar, adoraram Paulo, terminei meu
curso de medicina e vivemos muito felizes. Paulo me ama e tem o maior cuidado
comigo!
Essa
é uma prova que opção sexual não é doença, nem precisa de ser curada. Trata-se
de uma preferência humana, que até acontece nas espécies de animais irracionais.
Procurem entender e respeitar os comportamentos dos outros, desde que não
estejam lhe prejudicando ou incomodando. Se os fatos existem há milênios, temos
que encarar com civilidade essa realidade!
*Escritor
– Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário