Antonio Nunes de Souza*
Nem
sempre somos bem sucedidos na vida em nossas investidas. E foi isso que
aconteceu com o pobre do Rommel que, desde menino foi metido a galã, resolveu
se engraçar com uma linda morena chamada Viviane, que passava todos os dias
para ir a faculdade, bem em frente a porta do seu escritório de advocacia!
Ficava
sempre na espreita, pois, sabia o horário da sua ida, como também da volta e,
cheio de charme, sempre dizia uma piadinha romântica e cheia de sedução, quase
no ouvido de Viviane que, séria, nada dizia, como também nem olhava para cara
de Rommel. Mas, como se sentia um bom conquistador, não desanimava, ao
contrário, pois, essa reação dela servia até de estímulo para continuar,
imaginando que quebraria aquela redoma de indiferença!
Até
que um dia, quando Viviane passou ele disse: “Se você me der um sorriso, eu lhe
darei um abraço como agradecimento!” Aí, inesperadamente, ela deu o maior
sorriso, fazendo ele vibrar de alegria. Logo aproximou-se dela, e antes que ele
dissesse alguma coisa ela, falou: “Amanhã à tarde em vez de ir as aulas, eu me
encontro com você na Beira Rio, ali no estacionamento em frente ao Edifício Modulo
Center, as quinze horas. Eu estarei encostada a um carro Fiat azul!”
Na
maior alegria ele falou: “Combinado querida!” Ela deu um outro sorriso e seguiu
seu caminho!
Dia
seguinte Rommel se barbeou, fez as unhas, se preparou todo, botou seu perfume
predileto Kouros e, as quatorze e cinquenta, seguiu tranquilamente de carro
para o estacionamento, já pensando em ir para o Motel Smile, ter uma tarde
inesquecível com sua linda conquista, que demorou meses para conseguir!
Lá
chegando, estacionou o carro, saltou e procurou o Fiat azul. Andou um pouco em
volta e viu o carro indicado, não viu Viviane e imaginou que ela estava dentro,
e não havia saltado ainda. Se dirigiu até a porta do motorista e viu pelo vidro
escuro plastificado que havia alguém ao volante! Então...abriu a porta e foi
dizendo: Boa tarde querida! Mas, quando olhou para dentro do veículo viu que
tinha um homem fortíssimo, vestido com um quimono, faixa preta na cintura que,
rapidamente, num salto de samurai, voou no pescoço de Rommel, deu-lhe umas
quatro cacetadas de mão fechada, uma rasteira e um mata leão, enquanto Rommel
gritava, ouvia do lutador sétimo Dan, professor de artes marciais Adalmir Teodorico:
Isso é para você não procurar ousadia com a mulher dos outros, seu conquistador
barato!
-Me
perdoe meu senhor! Eu não sabia que ela tinha compromisso, não vi a aliança na
mão!
-Pois,
da próxima vez, preste atenção para não apanhar outra vez!
Hoje,
quando Rommel está na porta e vê Viviane vindo, entra ligeiro e se fecha na
sala, pois, serviu de lição, que não se deve ser insistente e ousado quando não
existe reciprocidade. Devemos todos respeitar, literalmente, o direito das
pessoas transitarem, sem ser obrigadas a ouvir piadas ou propostas insistentemente!
*Escritor
– Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
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