Antonio Nunes de Souza*
Atualmente,
apenas algumas pequenas cidades do interior, ainda preservam casas de putas,
geralmente instaladas numa área, ou bairro um tanto afastado do centro, com a
denominação antiga que diz tudo: puteiro!
Para
aqueles ou aquelas que, atualmente, estranham e não conheceram tais
comportamentos, trata-se de casas, geralmente com funcionamentos noturnos, onde
são encontradas mulheres, em sua maioria jovens ou largadas dos maridos que,
por algum dinheiro (muitas vezes tabelado) praticavam o sexo e, dependendo das
suas belezas e variedades nas posições e ações, tinham seus valores mais bem
classificados, como também eram mais procuradas e cotadas!
Como
ocorre em tudo nessa vida, até nas casas de mulheres da vida (como eram também
chamadas), existiam as majestosas mais tesudas e gostosas que, relativamente,
pertenciam aos homens importantes da cidade e, quando eles chegavam, elas
imediatamente, largavam quem estivesse em sua companhia, indo atender aos privilegiados
da cidade. Os frequentadores pobres mortais já sabiam e conheciam que Madalena
era a mulher do juiz, Carminha a do médico do posto, Leda a do dono do mercado,
Silvinha do delegado, Tereza do prefeito e, imagine vocês que, a Dulcinéia era
a do padre. Logicamente, estou falando de uma das cidades que vivi no passado!
Geralmente
tinham uns pequenos salões improvisados nas salas que eram amplas e, tocando
seus boleros e sambas canções (hoje chamados de arrocha), você tirava uma delas
para dançar, acertava o preço, perguntava se seus “coronéis” iriam aparecer e,
caso tudo fosse combinado, ia-se até o caixa, pagava-se e recebia a chave do
quarto, partindo para sua agradável parte sexual, passivo de pegar alguma DST,
sendo a blenorragia a mais comum, e muito divulgada nessas casas do prazer
carnal!
Essas
casas eram essenciais para os jovens aprenderem a fazer sexo, ficarem mais
experientes, para quando casarem, satisfazerem melhor as suas esposas demonstrando
bons desempenhos!
Quem
entrava era obrigado a sentar e pedir uma bebido, para poder ter direito a
dançar. E muitos rapazes iam, pediam uma cerveja, bebendo bem lentamente,
dançavam bastante e voltavam sem transar em função de não ter grana. Os mais
sabidos, só chegavam no final da noite e, por sorte, encontravam alguma que ia
com suas caras, e davam “uma” de cortesia. Eu mesmo já tive meus dias de
gloria, pois tinha uma que me achava lindo e dizia que eu parecia um francês e,
sempre transávamos por amor durante o dia. Ela era a minha querida “Belle de
Jour”!
Praticamente
essas casas desapareceram, uma vez que as moças estão transando por um pedaço
de pizza, umas cervejas nos shows artísticos, ou um hambúrguer no Mac Donald.
Sendo que, muitas vezes, nem precisa de nada disso. Simplesmente por prazer.
Assim como, os coronéis e mais abastados, escolhem suas secretárias, já
combinados com essa parte sexual fazendo parte do trabalho, que lhe dão ganhos
extras, presentes e pagamentos de suas faculdades. Alguns preferem fazer uso de
garotas de programa, através das milhares de agências especializados que
atendem com opções de cor, altura, peso, religião, formação, bilíngue, etc., acompanhando
o avanço do progresso, até na área da sacanagem!
Hoje,
onde ainda existem algumas velhas e tradicionais “casas de putas”, essas são
consideradas verdadeiras relíquias, dirigidas por aposentadas raparigas do
passado, frequentadas por solitários que gostam de se sentir importante, num
ambiente que somente tem putas!
*Escritor
– Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário