sábado, 27 de novembro de 2021

AS VEZES PERDEMOS PARA GANHAR!

 

Antonio Nunes de Souza*

Posso parecer um brasileiro desnaturado, mas, com o país numa situação tão delicada com relação à corrupção existente em todas as áreas (política, empresarial e física), violência correndo solta em todas as cidades, fortíssimo esquema de contrabando de armas pesadas, distribuição de drogas, assaltos, sequestros e assassinatos, comandados por criminosos presos(?), que fazem das penitenciárias seus quartéis generais, Covid ameaçando nova vertente, como pode se admitir que os brasileiros esqueçam esses graves problemas, voltando suas energias, parando o país por vários dias, gastando o que não  pode e não tem, para dar prioridade ao carnaval?

Alguns dirão que é uma válvula de escape que, juntamente com o Reveillon, são as únicas alegrias do povo brasileiro. Porém, isso não é a verdade!

O brasileiro deveria ser alegre por ter empregos, uma educação adequada através de boas escolas públicas, assistência médica digna para todos, segurança nas casas e ruas, maiores interesses políticos e respeito com as comunidades, ver aplicações corretas e sensatas dos impostos e taxas que são recolhidos e, depois disso, olhar as diversões como algo complementar em suas vidas!

Apenas falar que tudo está errado, mas, não participar diretamente para consertar, ou melhorar gradativamente, é uma atitude omissa, que somente faz ampliar a baderna existente! Em vez de estar organizando ensaios de blocos, trios elétricos, lavagens e escolas de samba, deveriam estar anotando no caderninho, ou na mente, os nomes dos políticos (vereadores, prefeitos, deputados, senadores, ministros e presidente) que, comprovadamente, são e foram desonestos e corruptos, (comprovadamente e não por suposições e perseguições), nos seus mandatos, para aproveitar nas eleições, expurgando-os não só dos seus cargos, como também exigir penalidades sérias pelos seus procedimentos inadequados!

Somente Deus poderia privilegiar tanto um país como o nosso! Não temos vulcões, terremotos, nevascas, guerras e nem outros problemas maiores que assistimos todos os dias, pelos noticiários em todas as partes do mundo. Sem falar na extensão territorial, que suas dimensões são de um continente, com terras férteis, minérios, petróleo em abundância e ainda possuir a floresta amazônica, considerada o pulmão do mundo que, infelizmente, está sofrendo seu maior desmatamento dos últimos vinte anos e contaminação dos rios!

Será que Deus nos deu tudo isso, e colocou um povo alegre e festeiro para tomar conta, sem maiores sensibilidades?

Não acredito! O povo brasileiro foi mais um complemento de bondade divina, que nós não estamos saber utilizar sabiamente, pois, esquecemos as prioridades em benefício do supérfluo! Aprendi, ainda menino, que devemos agir da seguinte forma: “Primeiro a obrigação, depois a devoção!” E essa citação é sábia, pois, se não cumprirmos rigorosamente nossas obrigações, até na hora das devoções e diversões, as coisas não andarão direito. Embora não tenha esquecido essa frase, levado pelo entusiasmo geral, claudico algumas vezes, para também não tirar inteiramente, minhas características de brasileiro!

Que tal lembrar que, sessenta anos atrás, após o término da segunda guerra mundial, a Alemanha, juntamente com o Japão ficaram completamente destruídos. Esse último, além de uns amontoados escombros, também se encontrava cheio de radiatividade em função das duas bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos. E, com muita garra, trabalho e perseverança, esses minúsculos países (menores que a maioria dos nossos estados), estão entre as sete maiores potencias mundiais. E não foi milagre não. Foi trabalho e patriotismo! 

A França (menor que o Estado da Bahia), nosso algoz na copa, também fez parte como aliada durante a guerra, sofreu saques e destruição pela ocupação alemã e, orgulhosamente, está entre os paises mais poderosos e ricos!

Que esses modestos e verdadeiros exemplos que estou citando, sirva para uma reflexão do nosso comportamento como brasileiro, procurando cada vez mais minimizar nossos sofrimentos, no sentido de justificar tantas festas e esportes, por estarmos comemorando que vivemos num país sério, progressista, e que nossa felicidade seja poder ver novamente nossa nação respeitada mundialmente!

 

*Escritor – Historiador - Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

 

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