Antonio
Nunes de Souza*
Se
você me disser que já viu uma mulher deslumbrante, me desculpe mas, vou dizer
que é mentira!
A
não ser que você tenha conhecido Maria Pia Sakowisk Queirós, tratada
carinhosamente de Mariinha. E é como vou trata-la daqui para frente, abreviando
seu vasto nome, digno de uma verdadeira princesa!
Nossa
majestosa personagem foi fruto de uma relação de uma turista irlandesa, em um
carnaval de Salvador, com um bonito negro pertencente ao grupo Olodum. Se
conheceram durante os festejos momescos brincaram, sorriram, sem saber as
línguas um do outro, mas, conheciam bem a linguagem sexual que, adoravelmente,
era “falada” todas as noite em um hotel cinco estrelas que hospedava Mary
Sakowisk, rica mulher das plagas irlandesas!
Solteira,
milionária herdeira de indústrias em seu país, vinte e nove anos, veio ao
Brasil conhecer o dito maior carnaval do mundo, que é o de salvador,
inegavelmente! Aqui se “desbundou” completamente com tudo, principalmente com a
beleza de Ricardo, rapaz sarado com a tal barriga de tanquinho, lindos dentes,
um metro e oitenta de altura, olhos castanhos um pouco esverdeados, tipo olhos
de cobra, sem barba e cabeça raspada. Um perfeito manequim e protótipo da
beleza africana!
Um
bonito contraste de casal, que chamava a atenção de todos, não só pela alegria,
como bela beleza harmoniosa da dupla Black/White.
Terminada
a festa momescas, Mary quis levar Ricardo, mas ele recusou ir em função da sua
família, como também não tinha atinado que ela tinha uma fortuna incalculável a
sua espera e a disposição em seu país. As poucas palavras trocadas não foram
suficientes para esses detalhes, como também ela por discrição nada falou a
respeito para que ele não fosse somente em função das suas finanças.
Quando
lá chegou, percebeu algumas reações corpóreas e, logo descobriu que estava
grávida. Não se preocupou, pois como sua posição econômica permitia, era filha
única e sua mãe também havia já falecido, dava-lhe uma independência tranquila
de ter o seu filho sem que ninguém achasse ruim ou inadequado!
E
foi o que fez, nove meses depois nasce sua linda criancinha, batizada e
registrada com o nome de MARIA PIA SAKOWISK QUEIRÓS. Com o sobrenome da mãe e,
orgulhosamente, Mary colocou o sobrenome do pai (Ricardo Queirós).
Mariinha,
lindíssima e como uma figura singular no local, tinha todas as características
e perfeição da beleza nórdica e, a sua cor, era deslumbrantemente negra com uma
pele que parecia uma nêspera! Saiu em várias capas de revistas, não só pela
maravilhosa beleza diferente, como também pela penetração social de Mary.
Foi
criada nos melhores colégios, quando soube da sua origem quis aprender português,
pensando um dia conhecer o seu pai, uma vez que Mary perdeu o contato com
Ricardo, que nem pode relatar o nascimento da filha, fruto de uma quinzena de
verdadeiro amor e carinho.
Passados
vinte e um anos, semana antecessora do carnaval, chega a Salvador Mariinha
acompanhada de sua mãe, ávidas para reencontrar Ricardo. E não foi difícil,
pois, chegando no Pelourinho, fazendo perguntas, e na sede do Olodum, todos
informaram onde ficava o Bar do Ricardo, o rei das Caipiroscas!
Mesmo
com o passar dos anos, assim como Ricardo, Mary ainda era uma mulher bonita e
com as feições pouco mudadas e, vendo aquela moça deslumbrante parecendo uma
miragem, todos se abraçaram aos beijos e lágrimas, não sendo nem preciso dizer
a Ricardo que se tratava de sua filha, concebida durante os festejos momescos.
Os
fregueses bateram palmas assim que perceberam o que estava acontecendo, e
Ricardo mandou descer cerveja para todos para comemorar esse reencontro que fui
divino, com o encontro com sua filha que foi maravilhoso.
Mariinha
falando português com o sotaque de Portugal, que fez seu pai sorrir e deixar
escorrer em seu rosto lágrimas de felicidade!
Simplificando,
eu era um dos clientes do bar na hora desse encontro, fui testemunha e, até
hoje, não sei se Mariinha realmente existiu ou foi uma miragem que apareceu em
minha frente, ou quem sabe se eu não estava cheio da caipiroscas?
Não
é preciso dizer que depois de brincarem o carnaval, Ricardo vendeu o bar e foi
com Mary e a filha morar na Irlanda, indo trabalhar nas empresas de Mary.
Nunca
mais soube notícias desses três, mas tenho certeza que estão felizes e curtindo
uma vida maravilhosa e, certamente, uma hora desse eles estarão em salvador
para rever a delícia dos requebrados e a sensualidade na belíssima negritude
baiana!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-
antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário