Antonio Nunes de Souza*
Posso
afirmar com segurança, que não sou saudosista fanático e muito menos, barata de
sacristia. Sou sim, um observador de hábitos, costumes, tradições e
comemorações!
Depois
que você vivencia por quase um século, os eventos ligados as religiosidade e
feriados, municipais, estaduais e nacionais, é claro e óbvio, que perceba suas
manifestações e mudanças comportamentais, inclusive os valores que passam a
ter, ou passaram ter, com o decorrer do tempo!
Não
sei se podemos considerar essas mudanças radicais, como progresso, desleixos,
egoísmos, falta de consciência religiosa, patriotismo, ou até mesmo, por
estarem todos “cagando e andando como a cavalaria de sete de setembro nas
paradas”, pouco ligando para os acontecimentos alusivos as datas!
Vou
procurar sintetizar ao máximo as razões das minhas observações, pois, são tão
claras e evidentes, que não se fazem necessárias muitas explicações, ou maiores
detalhes. Uma vez que, tudo foi, com o tempo, transformado-se, simplesmente,
para “feriadão”. O evento que “foda-se”, pois, o importante é que não haverá
trabalho, pode-se ir para praia, viajar para visitar parentes, fazer turismo,
farras homéricas, muitas comilanças, festas profanas e, principalmente,
afrodisíacas!
Quer
sejam dias religiosos como a Semana Santa, Natal, S. João, S. Pedro, Padroeira
ou padroeiro da cidade, Independência do Brasil, Proclamação da República,
Tiradentes e outros, todos esses foram completamente beneficiados e batizados
com o lindo e apreciado nome de “Feriadão”. E são tantos, que até o dia do
“descobrimento do Brasil” (que é 22 de abril, para os esquecidos), passou a ser
fichinha, já que nem se comemora nada, e o povo nem se lembra, já que nem
feriado consideram essa importante data. Então...não sendo feriado, nem ligam
para uma data tão importante, que passou a ser um dia simplesmente comum!
A
triste verdade é que, tudo passou a ser completamente folgas trabalhistas, nada
para comemorar os eventos, apenas, curtir as baladas, praias e shows suntuosos,
com muitas músicas, bebidas, mulheres e requebrados de bundas!
Acredito
até que se o Papa Francisco tivesse morrido na quinta-feira, muitos diriam “que
pena”, outro tanto rezaria um “pai Nosso”, e a grande maioria continuaria dando
andamento as suas profanas programações!
Será
que essa transformação comportamental é mundial, ou mais um privilégio
tupiniquim, que em breve estaremos exportando?
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da academia Grapiúna
de Letras!
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