Antonio Nunes de Souza*
Quando
criança eu era uma fofura admirável, como mocinha uma beleza, e quando mulher
uma maravilha. Pode-se imaginar que fui sempre tratada com o maior carinho,
admiração e elogios extremados e exagerados, que deixavam meu ego muitíssimo
pra lá de Bagdá! Adorava esportes, e era praticante assídua de voley, que
terminei sendo da seleção juvenil do meu estado, depois e em seguida, pelo meu
desempenho, logo fui chamada e convocada para a seleção brasileira, fato que me
du a maior alegria da minha vida, fazendo até eu trancar minha matrícula na
faculdade de psicologia, para seguir fazendo o que mais amava e desejava!
Nesse
período, dos meus treze anos aos vinte e um atuais, tive vários namorados, mesmo
por pouco tempo, porém, como é normal atualmente, “fiquei” com alguns deles,
mas, sempre tendo os cuidados normais de preservativos, não só por causa das
doenças, como também o aparecimento de filhos indesejados!
Com
essa minha ida pra a seleção, tive que me mudar para o Rio de Janeiro, as
concentrações eram constantes, as viagens ao exterior uma rotina, que nem dava
mais tempo para se pensar em namoros, pois, pelos treinamentos pesados e jogos
contra as melhores do mundo, nos deixavam estafadas depois de cada partida,
somente desejando uma boa cama para relaxar!
E
foi em uma dessas, que uma grande levantadora brasileira, que jogava na Itália
e foi convocada, chegou e, coincidentemente, foi posta em meu apartamento. Nos
apresentamos, conversamos muito, ela era do Espírito Santo antes de ir jogar no
Esporte Clube Turino, a lá já estava há dois anos, como bicampeã europeia,
verdadeiro ídolo nacional na terra da pizza. Foi um papo legal, mas, como não
avisaram no hotel para mudar a cama de casal por duas de solteiros, já que foi
escalada sozinha antes da chegada de Rebeca, ao entrarmos foi que vimos esse
fato. Avisamos a recepção, que nos pediu desculpas, por já ter passado das
vinte e duas horas, somente pela manhã poderiam providenciar as substituições.
Porém, se desejássemos, arranjaria outro apartamento para nos colocar à
disposição. Mas, como seria uma noite, achamos que nada demais seria nos
acomodar sem maiores problemas. Tomamos um bom banho, nos vestimos e fomos
jantar, já que no dia seguinte seria folga, poderíamos dormir até mais tarde
numa boa e sem problemas. Comemos pratos de massas diversas, arrematando no
final com uma macarronada com frutos do mar, um vinho que descia acariciando a
garganta e massageando o estômago, tudo uma delícia de degustação que achamos
que merecíamos!
Em
seguida, depois desse banquete e muitas “estória” das nossas viagens, fomos
para o quarto, ligamos a TV e, com minutos estávamos as duas dormindo no maior
e merecido sono. Aconteceu que a televisão ficou ligada, e numa das cenas do
filme, deram uns tiros e eu acordei um tanto assustada e, curiosamente, Rebeca
estava com sua coxa entre minhas pernas, exatamente colada em minha vagina, que
não nego, me deixou intrigada e excitada ao mesmo tempo, sem saber se foi uma
coisa acidental ou proposital, essa estranha posição. Mas, como estava
interessante, conservei totalmente como estava, desliguei a televisão e, depois
de alguns minutos, sem conseguir voltar a dormir, comecei levemente a me
massagear naquela linda coxa, excitando mais ainda meu clitóris que já estava
endurecido a começando a babar de alegria. Eu estava super tensa com medo que
ela acordasse, como também por estar fazendo algo que nunca tinha passado pela
minha cabeça. Com todo risco, sabemos todos que quando desejamos sexo é quase
impossível parar no meio, E com a esfregação terminei gozando deliciosamente e,
inevitavelmente, tremi um pouco fazendo com que Rebeca acordasse. Quando mesmo
no escuro notei, fingi que estava dormindo, e ela, tranquilamente, sussurrou em
meu ouvido: Estou acordada há bastante tempo e deixei você se satisfazer, mas,
agora vou querer também o mesmo. Morrendo de vergonha, dando graças a Deus
estar no escuro, sem nada dizer, comecei a alisar sua vagina com a mão, ela
começou a me beijar, notei que para ela aquilo nada tinha de, e começamos fazer
todas as coisas que nós mulheres sabemos como fazer, para nos dar os prazeres
que desejamos, queremos e precisamos. Depois de nos satisfazermos bem e
gostosamente, voltamos a dormir, já abraçadinhas e aos beijos e cheiros
carinhosos.
Pela
manhã, eu meio tímida e escabreada, perdi a vergonha quando Rebeca, ao voltar
do banheiro, me pegou e deu o maior beijo na boca, desejando-me um bom dia,
que, logicamente, retribuí com as mesmas intensidades do dela, indo nos arrumar
para tomar café e irmos passear, e fazer compras de lembranças e futilidades!
Vejam
vocês como um pequeno acidente de percurso pode mudar as nossas vidas, eu que
jamais imaginei ser lésbica, nem Rebeca que era noiva na Itália também. Apenas
um pequeno erro do hotel, fez nosso destino mudar completamente, pois, com seu
prestígio conseguiu que o Napoli me contratasse, ela terminou o noivado,
jogamos por mais alguns anos, deixamos já com uma boa fortuna armazenada,
abrimos aqui mesmo na Itália uma linda e majestosa loja de artigos esportivos,
com todo tipo de vestuários para competições, continuamos apaixonadas, felizes
e estamos pensando em oficializar nossa união através de casamento e, em
seguida, adotarmos uma criança para abrilhantar a família.
Não
sinto em nenhum momento falta de penetrações, pois, como somente nós sabemos de
verdade os tipos de carícias que nos faz bem e dão prazer, as velocidades e
localizações certas de uma gostosa masturbação, sempre gozamos bem mais e com intensidades,
que com aquelas estocadas geralmente embrutecidas que os homens nos dão,
achando que com isso nos deixarão apaixonadas. Eu e Rebeca nos completamos,
nossas famílias nos aceitam e acatam, apenas pouquíssimos torcem o nariz, mas, seguram
calados numa boa!
Às
vezes fico pensando e matutando, como seria minha vida hoje, se naquela noite
tivessem duas camas no quarto? Infelizmente, jamais saberei se seria melhor ou
pior. Mas, sei e tenho convicção, que sou e somos bastante felizes!
Que
tal você passar um filme em sua mente, e ver se aconteceu algum fato, que
realmente fez sua vida mudar em alguma vertente, quer seja: social, sexual,
comercial, profissional ou matrimonial!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário