sexta-feira, 31 de maio de 2024

Ah! SE MINHAS CAMAS FALASSEM!

 

Antonio Nunes de Souza*

Quando digo acima “minha cama”, espero que subintendam, que estou referindo-me as minhas mais diversas camas, que desfrutei e estou desfrutando, nessa linda, deslumbrante e maravilhosa vida que meus pais me proporcionaram!

Posso dizer a todos, que com minha memória ainda bastante ativa, lembro-me do meu berço, que usei até os cinco anos, que tinha amarrado com uma fita, um quadro com o retrato de um Padre de nome Antonio, que na época estava na crista da onda, como milagreiro e, por esta razão, minha mãe me deu esse nome, além de devotá-lo com orações diárias. Sinal que nasci um garoto bem santificado e pretensamente protegido, não só na terra pelo Padre miraculoso meu homônimo, como todos os Santos existentes no universo celestial!

Já nessa época, sempre à noite, como fazem todas crianças quando acordam, tranquilamente, correm para as largas camas dos país, se aconchegando no meio deles que, alegremente, acolhem com carinho e afeto. E eu fiz muitíssimo isso, pois, como meu pai viajava muito, minha mãe adorava dormir cercada pelos seus dois filhotes!

O tempo foi passando, mudei de cidade, me afastei brutalmente de minha mãe, em razão da separação de meus pais e, comecei aos seis anos, viver uma nova vida em outra cidade, outra família (uma tia, um tio e meu avô), irmãos e pai do meu pai. E por consequência, ganhei uma nova e estranha cama, que chamavam de “cama patente”, que era grande e para adultos, porém, com a denominação de “cama de solteiro”. Adorei esse novo habitat amplo, e passei a me sentir um pequeno grande homem, tendo um espaço só meu, que podia dar cambalhotas e me espalhar durante a noite, sem a preocupação de cair, além da alegria de ter me livrado das grades que cercavam meu berço, dando-me a sensação de aprisionado!

Nessa cama eu convivi por mais de dezessete anos e, até os meus dez anos nossa empregada doméstica dormia em meu quarto numa cama ao lado e, desde pequeno que gosto de uma sacanagem, toda noite, mesmo ainda criança, baseando-me nas tolas e maliciosas conversas na escola, falava-se em sexo, porém, eu não tinha nenhuma ideia concreta sobre como realmente funcionava, mas, sabia que o homem montava na mulher e colocava sua “binga ou rola” como chamávamos, na periquita da mulher e pronto. Então...com esse pobre ensinamento, todo dia eu pulava para cama de Antonia (que trabalhou muitos anos conosco), subia nela e, tirava o pinto já endurecido e, suspendia sua saia e ficava me esfregando, ela ria, deixava e se divertia. Eu fazia minha sessão sexual, que não sentia porra nenhuma, porém, voltava para minha cama, sentindo-me um machão de alta qualidade. Depois de algum tempo, Antonia casou-se, vindo outra que chamava-se Francisca, e eu já estava mais taludinho, com meus doze anos, grandão, pois, sempre fui muito alto além da média de minha idade, aos pouco fui catequizando Chica e, com algum tempo, já fazíamos nossas sacanagens, só que ela era envergonhada, cobria o rosto e abria as pernas e ficava quieta, porém, as sessões eram mais agradáveis, já conhecia o choquinho mágico através das masturbações ou “punhetas” como chamávamos, e, com essa xoxota a disposição todas as noites, passamos anos transando numa boa, sendo Francisca uma modesta, porém, amiga e professora, deixando-me pronto para enfrentar a vida. Com alguns anos, Francisca foi embora, já não mais comportava colocar uma empregada em meu quatro, as próximas, dormiam na sala, numa cama de lona armada durante a noite e fechada e escondida durante o dia. Não posso negar que, muitas e muitas vezes, levantei-me à noite, indo alisar as empregadas e, ao mesmo tempo, bater minhas adoráveis punhetas, gozando deliciosamente. Sendo que, algumas delas faziam esse trabalho para mim, assim como outras mais generosas, me beneficiavam com uma rápida, furtiva e gostosa foda!

Toda essa sacanagem era às escondidas e, somente uma vez, que minha tinha me pegou na calada da noite, numa esfregação com uma menina de uns 16 anos que foi trabalhar conosco, e foi o maior vexame, a menina foi despedida imediatamente, voltando para Madre Deus onde morava, eu tomei uns tabefes de meu avô, e castigado em minha mesada. Essa foi minha primeira decepção sexual na vida!

Daí pra frente, como meu tio saía para trabalhar de alfaiate, minha tia numa loja e meu avô também não ficava em casa, indo para as barbearias bater papo ou jogar dama, sempre a casa estava livre e, sinceramente, algumas muitas vezes, levei namoradinhas para fazer as sacanagens normais da época, que eram masturbações, coxas , beijos, peitos e esfregações, até chegarmos ao gozo deliciosamente, tendo minha querida cama como testemunha dos meus aprimoramentos, nessa matéria que muito me aprofundei e me diplomei com honra, louvor e gloria!

Logicamente, não me tornei um sexo maníaco, nem viciado em sexo, porém, nunca deixei de pratica-lo diariamente em toda minha vida, principalmente depois de casado, na minha maravilhosa cama de jacarandá, toda bem trabalhada, 2,00 X 2.20 de tamanho, onde eu e minha mulher fizemos mil e uma travessuras por cinquenta anos de convivência. Vale e é importante dizer que, antes de casar, tive um namoro/noivado com uma mulher que a amava muitíssimo, e nós, talvez por essa razão afetiva, quase que cotidianamente, tínhamos relações sexuais, à tarde e à noite com uma voraz paixão e orgasmos múltiplos, nas posições possíveis e impossíveis. Sempre adorei variar, mesmo encima do mesmo tema, pois, as variações nos dão prazeres diferenciados!

Como o tempo, assim como ele nos beneficia, também nos castiga, hoje, minha nova cama de divorciado e aposentado “oitentão”, tem pouquíssimas histórias para contar, provavelmente, a maioria delas é que tenho um sono leve e acordo cedo para escrever, ler e curtir as belezas do mundo. Com relação a sexo, isso acontece tão raramente, que nem vale a pena se contabilizar, ainda mais, quando acontece, não é nem o antigo “papai/mamãe, apenas o singelo “vovô/vovó”!

Finalizo dizendo que a cama é um objeto importantíssimo, pois, nela nós nascemos, crescemos, sentimos os maiores prazeres e nela morremos!

Ah! Se minhas camas falassem, contariam histórias, que deixariam todos vocês de queixos caídos!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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