Antonio Nunes de Souza*
Quando
digo acima “minha cama”, espero que subintendam, que estou referindo-me as
minhas mais diversas camas, que desfrutei e estou desfrutando, nessa linda,
deslumbrante e maravilhosa vida que meus pais me proporcionaram!
Posso
dizer a todos, que com minha memória ainda bastante ativa, lembro-me do meu
berço, que usei até os cinco anos, que tinha amarrado com uma fita, um quadro
com o retrato de um Padre de nome Antonio, que na época estava na crista da
onda, como milagreiro e, por esta razão, minha mãe me deu esse nome, além de
devotá-lo com orações diárias. Sinal que nasci um garoto bem santificado e
pretensamente protegido, não só na terra pelo Padre miraculoso meu homônimo,
como todos os Santos existentes no universo celestial!
Já
nessa época, sempre à noite, como fazem todas crianças quando acordam,
tranquilamente, correm para as largas camas dos país, se aconchegando no meio
deles que, alegremente, acolhem com carinho e afeto. E eu fiz muitíssimo isso,
pois, como meu pai viajava muito, minha mãe adorava dormir cercada pelos seus
dois filhotes!
O
tempo foi passando, mudei de cidade, me afastei brutalmente de minha mãe, em
razão da separação de meus pais e, comecei aos seis anos, viver uma nova vida
em outra cidade, outra família (uma tia, um tio e meu avô), irmãos e pai do meu
pai. E por consequência, ganhei uma nova e estranha cama, que chamavam de “cama
patente”, que era grande e para adultos, porém, com a denominação de “cama de
solteiro”. Adorei esse novo habitat amplo, e passei a me sentir um pequeno
grande homem, tendo um espaço só meu, que podia dar cambalhotas e me espalhar
durante a noite, sem a preocupação de cair, além da alegria de ter me livrado
das grades que cercavam meu berço, dando-me a sensação de aprisionado!
Nessa
cama eu convivi por mais de dezessete anos e, até os meus dez anos nossa
empregada doméstica dormia em meu quarto numa cama ao lado e, desde pequeno que
gosto de uma sacanagem, toda noite, mesmo ainda criança, baseando-me nas tolas
e maliciosas conversas na escola, falava-se em sexo, porém, eu não tinha
nenhuma ideia concreta sobre como realmente funcionava, mas, sabia que o homem
montava na mulher e colocava sua “binga ou rola” como chamávamos, na periquita
da mulher e pronto. Então...com esse pobre ensinamento, todo dia eu pulava para
cama de Antonia (que trabalhou muitos anos conosco), subia nela e, tirava o
pinto já endurecido e, suspendia sua saia e ficava me esfregando, ela ria,
deixava e se divertia. Eu fazia minha sessão sexual, que não sentia porra
nenhuma, porém, voltava para minha cama, sentindo-me um machão de alta
qualidade. Depois de algum tempo, Antonia casou-se, vindo outra que chamava-se
Francisca, e eu já estava mais taludinho, com meus doze anos, grandão, pois,
sempre fui muito alto além da média de minha idade, aos pouco fui catequizando
Chica e, com algum tempo, já fazíamos nossas sacanagens, só que ela era envergonhada,
cobria o rosto e abria as pernas e ficava quieta, porém, as sessões eram mais
agradáveis, já conhecia o choquinho mágico através das masturbações ou
“punhetas” como chamávamos, e, com essa xoxota a disposição todas as noites,
passamos anos transando numa boa, sendo Francisca uma modesta, porém, amiga e
professora, deixando-me pronto para enfrentar a vida. Com alguns anos,
Francisca foi embora, já não mais comportava colocar uma empregada em meu
quatro, as próximas, dormiam na sala, numa cama de lona armada durante a noite
e fechada e escondida durante o dia. Não posso negar que, muitas e muitas
vezes, levantei-me à noite, indo alisar as empregadas e, ao mesmo tempo, bater
minhas adoráveis punhetas, gozando deliciosamente. Sendo que, algumas delas faziam
esse trabalho para mim, assim como outras mais generosas, me beneficiavam com
uma rápida, furtiva e gostosa foda!
Toda
essa sacanagem era às escondidas e, somente uma vez, que minha tinha me pegou
na calada da noite, numa esfregação com uma menina de uns 16 anos que foi
trabalhar conosco, e foi o maior vexame, a menina foi despedida imediatamente,
voltando para Madre Deus onde morava, eu tomei uns tabefes de meu avô, e
castigado em minha mesada. Essa foi minha primeira decepção sexual na vida!
Daí
pra frente, como meu tio saía para trabalhar de alfaiate, minha tia numa loja e
meu avô também não ficava em casa, indo para as barbearias bater papo ou jogar
dama, sempre a casa estava livre e, sinceramente, algumas muitas vezes, levei
namoradinhas para fazer as sacanagens normais da época, que eram masturbações,
coxas , beijos, peitos e esfregações, até chegarmos ao gozo deliciosamente,
tendo minha querida cama como testemunha dos meus aprimoramentos, nessa matéria
que muito me aprofundei e me diplomei com honra, louvor e gloria!
Logicamente,
não me tornei um sexo maníaco, nem viciado em sexo, porém, nunca deixei de
pratica-lo diariamente em toda minha vida, principalmente depois de casado, na
minha maravilhosa cama de jacarandá, toda bem trabalhada, 2,00 X 2.20 de
tamanho, onde eu e minha mulher fizemos mil e uma travessuras por cinquenta
anos de convivência. Vale e é importante dizer que, antes de casar, tive um
namoro/noivado com uma mulher que a amava muitíssimo, e nós, talvez por essa
razão afetiva, quase que cotidianamente, tínhamos relações sexuais, à tarde e à
noite com uma voraz paixão e orgasmos múltiplos, nas posições possíveis e
impossíveis. Sempre adorei variar, mesmo encima do mesmo tema, pois, as
variações nos dão prazeres diferenciados!
Como
o tempo, assim como ele nos beneficia, também nos castiga, hoje, minha nova
cama de divorciado e aposentado “oitentão”, tem pouquíssimas histórias para
contar, provavelmente, a maioria delas é que tenho um sono leve e acordo cedo
para escrever, ler e curtir as belezas do mundo. Com relação a sexo, isso
acontece tão raramente, que nem vale a pena se contabilizar, ainda mais, quando
acontece, não é nem o antigo “papai/mamãe, apenas o singelo “vovô/vovó”!
Finalizo
dizendo que a cama é um objeto importantíssimo, pois, nela nós nascemos,
crescemos, sentimos os maiores prazeres e nela morremos!
Ah!
Se minhas camas falassem, contariam histórias, que deixariam todos vocês de
queixos caídos!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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